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POV: Lucy
Toda a situação é muito estranha. Jona e Theo trocam olhares e interagem um pouco, mas nada muito além disso. O único que não parece estar incomodado com o silêncio é Jona, na verdade ele parece preferir assim. Theo tenta diversas vezes iniciar uma conversa mas nenhum dos três se sente confortável o suficiente e mesmo assim Theo mantém seu otimismo tentando convencer a si mesmo de que isso foi uma boa ideia.
Eu desconfiava que havia acontecido alguma coisa entre esses dois desde quando nos encontramos no museu, e agora o comportamento dos dois confirma minhas suspeitas. Mãos agitadas, olhar sem foco, falando sem parar, Theo está nervoso. Jona, por outro lado, não aparenta nenhum sinal de agitação, ele caminha calmamente e com uma respiração constante, quase em estado meditativo. Se Jona está nervoso ele sabe muito bem como disfarçar... a não ser por uma coisa. Jona parece fazer de tudo para evitar contato visual ...comigo?
Tio Alex costumava dizer que eu tinha o mesmo talento que ele para a observação, ele chamava de "um mecanismo de defesa", mas nem mesmo essa habilidade era capaz de desvendar apenas por olhares o que seja lá o que aconteceu entre Theo e Jona tem a ver comigo. Jona se aproxima de Theo e parece falar algo indecifrável, mas logo é interrompido por Peter que chama Theo com muita empolgação para ver alguma coisa, me deixando sozinha com esse garoto de olhos penetrantes e cheio de segredos.
Nós dois vamos andando pelo parque, Jona tem seus olhos voltados para tudo que não seja a menina curiosa com cabelo cacheado do lado dele. Crio coragem para iniciar uma conversa já que ficar em silêncio em um lugar rodeado por gritos e risadas parecia um destino pior a tentar conversar com um estranho.
- Então... eu nunca fui em um parque de diversões como esse. E você? - Normalmente uma pessoa em uma situação como essa estaria acostumado ao silêncio e não espera por uma conversa, mas Jona não hesita e continua do mesmo jeito desde que nos vimos pela primeira vez no museu.
- Também não. - Ele diz. nada a mais, nada a menos.
- Theo disse que você acabou de voltar para Vancouver, estava viajando?
- Não. - Como continuar a conversa assim?
- Eu vou pegar algodão doce, você quer um? - Ele faz que sim com a cabeça, sempre demonstrando desinteresse. - Tem azul, verde, rosa... amarelo, quer de que cor?
- Tanto fez, é o mesmo açúcar derretido. - Agora ele olha para mim. É a primeira vez que vejo sua expressão neutra mudar, acho que nesses 20 minutos de interação quando nos encontramos ele ainda não havia olhado para mim.
-Vou querer dois algodões doce, um rosa e outro azul, por favor. - Digo ao moço simpático da barraca.
- Obrigado. É melhor irmos procurar Theo, isso não está dando certo. - Ele diz com mansidão e começa a se afastar.
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Mapeando Estrelas (Completa/ Revisando)
Novela JuvenilLucy é uma garota de 16 anos que nasceu no Brasil em um dos piores momentos possíveis: Ditadura Civil-Militar. Ela precisou lidar com medos, traumas e a perda do seu tio preferido. Por pior que fosse a sua situação, o emprego dos pais dela a permiti...