Cap. 15

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POV: Luca

Sexta feira, dia 11 de Setembro

-Luca, você viu o casaco lilás da sua irmã?

-Acho que está lá no armário da sala. - Ainda sonolento, eu levanto da cama e vou ajudar minha mãe a vestir Charlie. Como de costume, eu preparo o café da manhã e o almoço da Charlie antes de me arrumar para sair.

-Bom dia, Luca!- Charlie diz enquanto se esforça para sentar na cadeira do balcão. Ela está empolgada porque tirou o gesso da perna. Ela é uma garotinha muito agitada e dificilmente para quieta, e acabou torcendo o tornozelo enquanto brincava de "faz de conta" na sala. Desde que ela pôs o gesso ela estava atormentada por não poder correr e revirar a casa como antes, mas ontem ela se libertou desse fardo e está mais animada que nunca a voltar para suas travessuras.

-Luca, eu sei que eu disse que daria tempo de te levar pra escola de carro mas acabamos nos atrasando... E você sabe que a escola de Charlie é bem distante da sua e eu não posso chegar atrasada mas...

-Não tem problema, mãe. Eu posso pegar o ônibus. - Eu havia pedido para minha mãe me levar porque hoje temos ensaio da banda da escola e eu precisava levar o meu baixo. No caminho até a escola eu aproveito para ler um pouco e revisar algumas partituras antes do início das aulas.

As primeiras provas do semestre já começaram e todos os sophmores ( segundo ano do ensino médio) estão com a cabeça nos livros revisando antes do sinal tocar. Eu já estou no último ano, e por isso nossas avaliações são feitas por trabalhos e provas de vestibular antigas. Meus planos para o futuro ainda são incertos, mas sei que quero trabalhar com tecnologia. Ainda não conversei com meus pais sobre esse assunto pois não quero que eles me façam mudar de ideia. Essa é uma área muito nova e poucas pessoas conseguem se dar bem, mas eu sei que isso tudo é uma questão de tempo, e que em uns 10 anos tudo será tecnológico.

Me distraio jogando Super Mario no meu game boy enquanto o sinal não toca, o que não demora a acontecer. As aulas passam devagar demais e nada de interessante acontece, embora eu tenha visto um esquilo subindo na cabeça de uma das líderes de torcida que estava encostada em uma árvore, o que foi muito engraçado.

Depois da aula eu vou até o auditório para encontrar com alguns integrantes do clube de teatro para acertamos a parte musical da peça.

-Oi...você. Desculpa, eu não lembro seu nome.

-É Luca. - Disse Matthew para Cloe em um tom quase inaudível.

-Tanto faz. Eu tenho um aviso para vocês sobre a reunião de hoje. - Matthew ajuda Cloe a subir no palco menor para instrumentos para que todos olhem para ela, como se fosse possível ignorar sua voz aguda e seu jeito arrogante. - A presidente do clube não pode vir, e como sou a vice-presidente, eu vou comandar a reunião, ok? Ótimo. - E mais uma vez Matthew a ajuda a descer, será que ela não sabe nem andar?

-Oi, Luca. Quer ajuda para ajustar o amplificador?- Eu estava pronto para brigar com ele por estar se comportando como um mordomo da Cloe, mas não resisto ao seu jeito doce e eu seus olhos meigos e azuis, e automaticamente eu mudo a minha abordagem.

-Cara, por que você deixa a Cloe te tratar que nem um cachorrinho?

-Ah não, Luca. Você também com essa conversa? Ela não me trata como um cachorrinho, eu faço tudo por ela porque eu quero!

-Então tá, contanto que o Noah não acabe com você depois...

-O Noah? Eles já terminaram a um tempão. - Só de mencionar o nome do capitão do time de lacrosse e, convenientemente, ex namorado de Cloe , consigo ver um frio e assustador arrepio descer pela espinha de Matthew.

Mapeando Estrelas (Completa/ Revisando) Onde histórias criam vida. Descubra agora