Cap. 22

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POV: Luca

O envelope me encara do outro lado do quarto, me provocando. Eu nunca fui bom com decisões difíceis, principalmente uma que não afete somente a mim. Já tentei escrever uma lista de prós e contras, mas parece que um sempre anula o outro.

Meu pai não é de insistir muito, sempre me deu o espaço necessário para que eu tomasse as minhas próprias decisões, mas até mesmo sonhos podem ser assustadores em certas situações. A Austrália parecia tão distante, agora consigo quase sentir a brisa praiana e o canto dos pássaros... tudo tão perfeito. Sei que parece uma escolha óbvia, todos que eu poderia buscar para receber algum conselho provavelmente nem entenderia o motivo da dúvida.

Passei toda minha vida aqui, sinto como se conhecesse todas as árvores, todas as senhoras passeando com as crianças da vizinhança pela manhã, todos os carros... tudo parece familiar. O eu de duas semanas atrás provavelmente estaria falando sobre como ele gostaria de viver uma aventura e aproveitar cada momento da vida, ver coisas novas, pessoas diferentes e ter uma vida repleta de desbravuras, mas as coisas mudam.

Não esperava que eu finalmente fosse conseguir juntar dinheiro o suficiente, ou que a Universidade de Nova Gales do Sul iria me aceitar, do mesmo jeito que sonhos assustam, oportunidades também. Sei que minha mãe me daria todo apoio e acredito que as coisas não mudariam muito para meu padrasto, mas minha irmãzinha ficaria devastada. Tenho a total certeza de que eles ficariam bem sem mim, tudo ficaria bem, mas não parece o suficiente.

-Luca, vá buscar Charlie no parquinho. Disse a ela para voltar antes de escurecer, mas você sabe como ela é, fica brincando e esquece do mundo... Meu amor, está tudo bem? - Minha mãe nota minha expressão preocupada.

-Vai ficar. - Saio do apartamento pela escada de incêndio ao lado do meu quarto, o ar frio parece reconfortante e a caminhada até o parquinho é calma e silenciosa. Nunca passei por nenhuma grande mudança e sei que preciso ter certeza de seja lá qual for a minha decisão.

Chegando no parque vejo Charlie brincando com outras crianças nos balanços, ela demora a me ver e depois vem correndo até mim.

-Deixa eu ficar só mais um pouquinho, Luca... Por favor! - Ela olha para mim com seus olhinhos meigos que poderiam facilmente enganar qualquer outra pessoa que não a conhecesse. Charlie, embora seja doce às vezes, sempre dá um jeito de ter o que ela quer.

-Só mais dez minutos. - Ela nem me espera terminar de falar e volta correndo para as outras crianças.

Talvez um pouco de ar fresco me ajude a esfriar a cabeça. Procuro um lugar para sentar que seja um pouco mais tranquilo do que os bancos onde as mães se sentam para se gabar dos seus filhos e fofocar sobre alguém da vizinhança.

Mapeando Estrelas (Completa/ Revisando) Onde histórias criam vida. Descubra agora