Anne with an E- flames of the past- AU

Capítulo 3- O primeiro beijo

Olá, pessoal. Terceiro capítulo postado. Espero que gostem e comentem. Beijos.

Os olhos castanhos lhe contavam histórias enquanto sua voz serpenteava pelo ar, e quando ele lhe sorriu, Amybeth pensou que nunca havia visto um sorriso tão lindo, tão perfeito e cheio de significados.

Ela o observou melhor e admirou os cabelos castanhos escuros e cacheados que caiam displicentes sobre sua testa. Ele parecia alto, mas não podia ter certeza, pois ele permanecia sentado enquanto dedilhava seus dedos longos pelas cordas do bandolim, que era apoiado em seu colo pelos braços fortes de músculos salientes.

Amybeth estava enfeitiçada, não conseguia afastar seus olhos dos dele, e o rapaz parecia se sentir da mesma forma. Enquanto cantava, cada palavra pronunciada parecia chegar até Amybeth como uma declaração, e seu coração parecia cantar junto com ele, como se já conhecesse cada frase e cada sentido. Como poderia ser aquilo se nunca o vira antes?

Era como se tivesse buscado por ele em todos os seus dezessete anos de vida, e o tivesse encontrado naquele exato momento. E aqueles olhos? O que havia neles que fazia Amybeth querer se aproximar cada vez mais, como se a atraíssem para sua rede de sedução?

Eram quentes, expressivos e tão cheios de vida, e ela se sentia estranhamente excitada, eufórica como as heroínas de seus livros quando encontravam o homem que amavam, mas ela não amava aquele rapaz, sequer sabia seu nome, então, por que sentia como se estar ali fosse o único lugar onde deveria estar?

O rapaz continuou cantando, se levantou de onde estava sentado e Amybeth pôde comprovar que ele era realmente alto, e veio em sua direção, fazendo com que seu coração quisesse saltar pela boca. Então, ele parou a poucos metros dela e, sem desviar o olhar, lhe entregou uma rosa vermelha que trouxera com ele quando descera do palco.

Amybeth pegou a rosa e a levou até perto de seu nariz, aspirando o perfume suave que lhe trouxe milhares de sensações diferentes. De repente, a voz dele era a única que conseguia ouvir em meio ao barulho e à algazarra ao seu redor, tudo desapareceu como se restassem apenas os dois naquele lugar onde tudo parecia mágico apenas por causa da música e da presença dele.

Quando ele parou de cantar, e o mundo ao redor de Amybeth pareceu voltar a existir. Ela respirou fundo tentando controlar as batidas de seu coração que estavam feito loucas dentro dela, e somente então ela voltou a si, percebendo onde estava, e como ainda seus olhos estavam perdidos dentro dos castanhos quase chocolates dele.

Ela corou envergonhada por estar flertando com um completo estranho. Com a voz baixa, ela disse "obrigada" apontando para a rosa. Então se virou para sair dali, mas uma mão masculina em seu pulso a fez se voltar de novo para a direção onde ele estava, trazendo-a para mais perto, e sua voz se fez ouvir quando ele disse:

― Perdão, senhorita, eu a conheço? ― por um segundo, Amybeth ficou desconcertada pelo timbre rouco da voz dele, que parecia tão musical quando falava quanto cantava, porém, logo se recuperou e disse educadamente:

― Não. É a primeira vez que venho aqui. ―A voz dela saiu ofegante como se tivesse corrido muitos quilômetros, pois era sua ansiedade que falava por ela e ela tentava terrivelmente esconder as mãos que tremiam sem que pudesse controlá-las. O que estava acontecendo com ela? Estava ficando louca, falando com um estranho que nunca vira antes, e deixando que ele a tocasse como se fosse uma qualquer? Onde foram parar toda a sua educação e decoro?

Mesmo em seu meio social, jamais um rapaz falava com uma dama desacompanhada, e muito menos segurava seu pulso como aquele rapaz estava fazendo com ela. ao invés de se sentir ofendida, sentia uma sensação prazerosa em seu estômago, como se borboletas se espalhassem ao seu redor, e ela pudesse voar com elas para onde quisessem ir.