Anne with an E- flames of the past- AU

Capítulo 61- A lei da evolução

"Não há moços nem velhos e sim almas jovens no raciocínio ou profundidade enriquecidas no campo das experiências humanas." (Emanuel)

ANNE E GILBERT

O avião sobrevoava uma área lindíssima, onde tinha-se a impressão que terra e mar se encontravam em um beijo incrivelmente romântico. Lá dentro, uma das passageiras, sentia-se completamente eufórica com aquela viagem, e a paisagem que conseguia ver da sua janela.

Tudo parecia tão pequenino dali e ao mesmo tempo tão cheio de vida, como se uma pintor tivesse pintado uma tela perfeita e dado vida a ela com um pincel mágico. A empolgação era tanta que ela mal conseguia ficar parada em sua poltrona, enquanto do lado fora tudo mudava de ângulo a cada cinco minutos.

Anne desviou sua atenção da janela, e a colocou toda em seu marido completamente adormecido na poltrona ao lado. Ele tinha tido uma semana estressante de muito trabalho e compromissos pessoais, então ela ficara encarregada de preparar tudo para a viagem de lua de mel adiada a meses atrás por conta de sua cirurgia.

Gilbert fora seu grande companheiro e maior incentivador nos seis meses que duraram sua recuperação, principalmente nas primeiras semanas quando se sentia debilitada demais até para ir ao banheiro. Ele a abraçara em suas noites insones, enxugara suas lágrimas quando ela sequer conseguia levantar da cama para ir até a janela, e a fizera sorrir ao som do piano que ele dera um jeito de trazer para a casa dos pais dela, só para que Anne pudesse ter um pouco de distração além da TV do quarto.

Aquele rapaz valia ouro, e fora tão incansável em seus cuidados com ela, que tudo o que Anne desejava era poder retribuir, ser a melhor esposa que Gilbert pudesse ter, e fazer de seus dias uma sucessão de horas felizes, porque depois de tudo o que tinham passado, ela acreditava do fundo de seu coração que não havia mais obstáculos intransponíveis, que pudessem impedi-los de terem a vida que tinham conquistado naquela existência.

Com carinho, ela afastou uma mecha de cabelo caída sobre a testa do rapaz, e desceu a mão, desenhando o nariz de Gilbert com a ponta do seu indicador, e depois deixou que o polegar deslizasse pelos lábios grossos em um movimento bem lento, quase como se fosse de contemplação. No entanto, quando pretendia descer a mão pelo pescoço alcançando o primeiro botão da camisa, Gilbert abriu os olhos, segurou seu pulso, deixando um beijo em cada dedo da mão direita dela e lhe perguntou:

-Por que não está dormindo? Sabe que ainda não pode se exceder.

-Eu sei, mas é que estou tão ansiosa para chegar na Espanha que não consegui dormir a noite toda. - Anne respondeu, segurando na mão dele, entrelaçando seus dedos, e sentindo o calor da mão dele irradiar para a sua.

-Eu sabia que devíamos ter vindo no meu jato particular, pois eu daria um jeito de te entreter tanto que dormir seria o menor dos seus problemas. - Gilbert disse de forma sugestiva, beijando a mão de Anne sem tirar os olhos dos dela, fazendo-a entender completamente a insinuação por trás das palavras, e lhe respondeu:

-Você não perde a oportunidade de querer me agarrar, não é?- Anne disse sussurrando, sentindo os lábios de Gilbert no seu pulso.

-Não pode me culpar. Faz seis meses que estamos na base do beijo. - o pianista respondeu também sussurrando, pois apesar de estarem na primeira classe, e terem pego um voo mais tranquilo, não estavam sozinhos.

-Eu imagino como foi difícil para você mas também foi difícil para mim. - ela disse esfregando o nariz no dele em um beijo de esquimó adorável.

-Foi por isso que insisti para irmos no meu jato particular, pois lá teríamos toda a privacidade do mundo, mas a Sra. Blythe insistiu em um voo comum. - Gilbert disse em tom de brincadeira, a repreendendo de leve, mas na verdade ele estava grato por Anne estar saudável de novo. Esperaria uma vida inteira por ela se fosse necessário, pois amava o sexo com ela, mas amava ainda mais vê-la sorrindo e feliz a seu lado.