Capítulo 11- O fim

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Olá, não tenho nada a dizer sobre este capítulo, pois quero esperar a opinião de vocês. Obrigada por tudo, Beijos

Era a semana de seu casamento, mas Ammybeth parecia nem prestar atenção. Sua mente e seu corpo se mantinham longe como se ela visse tudo por trás de um espelho. Ela não queria pensar no que a esperava dali a alguns dias, bloqueava qualquer pensamento que pudesse fazê-la se lembrar, porque se começasse a imaginar as mãos daquele homem infame em sua pele em sua noite de núpcias, ela sabia que começaria a gritar e não pararia mais.

Seu pai andava pela casa orgulhoso, o peito estufado e a postura ereta, e sorria secretamente para si mesmo como se a união de sua filha com um homem como aquele lhe causasse profundo prazer. Ammybeth sabia que ele estava pensando na fortuna que ganharia com aquele casamento, e nem por um minuto pensava na filha que sofria visivelmente calada, sendo amparada apenas pelos serviçais da casa.

Marilla Velásquez era a segunda pessoa feliz com aquele casamento. Corria de lá para cá com seus pezinhos batendo no assoalho. Ela parecia estar representando seu melhor papel, a matriarca de uma família importante, preparando o casamento de sua única filha, e exigia perfeição em cada detalhe.

Ammybeth sabia que, ela não agia assim por amor a ela, e sim porque era sua oportunidade de mostrar a toda sociedade a sua habilidade em promover uma festa grandiosa que seria comentada por todos durante meses, e mais uma vez a menina ficou triste ao constatar que nascera na família errada.

Não tinha nada em comum com seus pais e seus ideais de grandeza. Ammybeth tinha mais afinidade com Diana que vinha de uma família de camponeses, do que com aquelas duas pessoas frívola que a colocaram no mundo. Era uma pena que não pudesse mudar de sobrenome e nem de família, porque se isso fosse possível , ela o faria com prazer. Estava presa a uma vida de luxos que muitas invejavam, mas que para ela era como uma sentença de morte. Que adiantava ter roupas finas e sapatos da última moda de Paris se não podia ir até a esquina sem ser vigiada, ameaçada, mortificada? Ammybeth não nascera para ficar presa entre as quatro paredes de uma mansão e esposa de um homem que detestava. Ela nascera para ser livre, para correr na chuva sentir o vento em seu rosto, andar descalça pela areia, enfeitar seus cabelos com flores, amar com seu coração aberto e gritar esse amor ao mundo inteiro.

Ao invés disso ela se vestia de ouro, tiara na cabeça como uma princesa, nos pés os melhores sapatos vindo das cortes de Londres, e olhava a chuva caindo pela janela. Não podia se misturar as multidões, pois era uma nobre, não podia ser quem gostaria, porque o destino lhe dera de presente um sobrenome que desprezava, e logo ele se uniria a outro aumentando assim o peso do seu infortúnio.

Ammybeth passou as últimas semanas sem coragem até de sair do quarto, se seus pais perceberam alguma coisa ,ignoraram completamente. Ela saía apenas para fazer as refeições em família , nas quais apenas se sentava à mesa olhando para o prato sem realmente comer nada. A única pessoa que notava a sua depressão crescente era Diana que retirava a mesa todos os dias , e via com preocupação o prato intocado da menina.

- Precisa comer, senhorita ou vai ficar doente. – Ela lhe falava todas as noites quando a ajudava em seu quarto antes de Ammybeth ir para a cama.

- E para que devo comer, Diana? Quem ficará feliz com isso?- ela perguntava desanimada.

- A senhorita é muito jovem para ter essa tristeza toda no coração. Por que permite que seus pais a obriguem a casar com um homem que despreza? Será que não valeria a pena lutar por sua felicidade?- Diana tentou animá-la.

Anne with an E-  flames of the past- AUOnde histórias criam vida. Descubra agora