Capítulo 18- Os olhos do amor

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Olá, pessoal, mais um capítulo de flames. Espero pelos comentários. Beijos.

GILBERT

O telefone tocou enquanto Gilbert praticava em seu estúdio naquela manhã de quarta-feira. Tal ato vinha se repetindo aquela mesma hora todos os dias. Andrew havia marcado outro recital para dali um mês e o rapaz, perfeccionista como era, se achava na obrigação de selecionar e estudar minunciosamente cada nota de cada música a fim de que a execução de cada uma delas fosse absolutamente perfeita. Seu público merecia o melhor, e uma apresentação medíocre nunca faria parte do repertório impecável de Gilbert Blythe.

Ele praguejou baixinho ao ouvir o som insistente do celular o qual ele pretendia ignorar se não tivesse batido os olhos na tela, e visto que era sua mãe. Ela quase nunca ligava, pois sabia da agenda apertada do filho diariamente, e quando o fazia não era por conta de qualquer assunto. Gilbert costumava visitá-la com frequência em sua casa, ou saiam para almoçar, mas nas últimas semanas, com sua vida conturbada com o processo, a escola, e agora o recital, ele acabara falhando em sua obrigação filial, o que o fez sentir-se culpado ao ver o número do telefone da mãe no mostrador do seu celular.

Ele parou de tocar e atendeu na quarta vez, ouvindo a voz firme, porém suave de sua mãe do outro lado da linha:

- Bom dia, filho. Espero não estar atrapalhando.

- Fique tranquila, mamãe. Você sabe que nunca atrapalha.- ele respondeu sorrindo. Sua mãe estava na casa dos cinquenta anos e ainda era uma mulher muito bonita. Ela tinha cabelos escuros como o dele, mas ao invés de serem cacheados eram lisos como os de Ruby. Sua pele lisa e bem cuidada se dava ao fato de que ela visitava sua dermatologista uma vez por mês, o corpo esbelto e firme era mantido por sua frequência diária a uma academia local, e apesar de não ter necessidade nenhuma de trabalhar, ela ajudava em uma instituição carente como voluntária três vezes por semana, pois isso, mantinha sua mente ativa e sã como ela mesma dizia.

- O que está fazendo?

- Eu estou praticando para meu próximo recital que acontecerá daqui a um mês. Dessa vez será nos Estados Unidos e eu gostaria muito que a senhora fosse assistir dessa vez.

- Vou ver se consigo ir. Mas, por que não tira uma folga e descansa? Não acha que merece depois de todo o trabalho que tem tido com suas constantes viagens e uma escola para administrar? O recita é daqui a um mês, então, eu penso que você poderia tirar uma semana de férias, e ir para nossa casa de praia. Isso não vai te prejudicar nem um pouco.

- A senhora me conhece e sabe muito bem que não trabalho assim.

- O que eu sei é que você se dedica demais a esse piano e esquece que tem uma vida lá fora te esperando.- Gilbert respirou fundo, balançando a cabeça;. Era o mesmo discurso de sempre, e ele o vinha ouvindo desde que saíra de sua adolescência e se tornara um homem.

- Mamãe, eu não vivo apenas para o meu piano. Eu saio e me divirto no meu tempo livre.

- Noitadas em bares que acabam com garotas desconhecidas em sua cama não é minha ideia de diversão perfeita para meu filho mais velho.

- A Ruby andou conversando com a senhora.- Gilbert passou as mãos pelos cabelos enquanto pensava na irmã. Ele a amava demais, o seu único problema era que tornava a vida dele pública para os próprios pais, e ele achava isso uma tremenda invasão de privacidade,

- Eu não preciso que ninguém me conte nada, pois conheço o filho que tenho. Desde que entrou na adolescência eu nunca ouvi você falar de uma garota de maneira especial. Você sequer teve uma namorada fixa até hoje. Devo me preocupar?- Gilbert estranhou a pergunta e disse:

Anne with an E-  flames of the past- AUOnde histórias criam vida. Descubra agora