Anne with an E- flames of the past- AU

Capítulo 24- O passado mora ao lado

Olá, pessoal. mais um capítulo de flames. Espero que apreciem e em deixem seus comentários. Vou fazer a correção depois. Beijos.

ANNE

Anne estava correndo a cerca de uma hora. O suor cobria sua testa, e uma dor desagradável começava a incomodá-la de lado, mas, ela não estava disposta a parar. Tanto esforço se devia ao fato de que o exercício aliviava a tensão em seu corpo, e assim ela conseguia recuperar um pouco da sua concentração perdida naquela semana que parecia estar sendo a mais difícil de todas.

Ela parou por um instante, pois a falta de ar começou a incomodá-la, e continuou o percurso que faltava caminhando. Anne não queria pensar no que havia por trás de toda essa agitação, pois sabia bem o que encontraria, ou melhor, quem encontraria no lado mais obscuro de seu cérebro.

No entanto, a imagem de Gilbert se projetou em sua mente, como uma tentação diante de uma alma faminta. Por Deus, por que ele tinha que ser tão bonito? Anne se perguntou. Era difícil não pecar quando o fruto mais proibido de todos era lhe oferecido de mão beijada à sua porta. Céus! O que estava pensando? Ela não estava tão necessitada assim de Gilbert, ou estava? Só de lembrar daquela boca, ela sentia calafrios, e só de pensar naquelas mãos de dedos longos deslizando por sua pele a fazia respirar tão fundo que ela tinha medo de cair na própria armadilha, e não resistir aos apelos de seu corpo.

Seu rosto queimou ao pensar nos sonhos que andara tendo com ele, e quando acordava se sentia tão insatisfeita por perceber que fora apenas na sua imaginação que pudera satisfazer seus desejos, que passava a maior parte do dia inquieta e de mau humor.

O cansaço por fim venceu sua resistência, e Anne encontrou um banco vazio no calçadão, onde poderia descansar um pouco antes de ir para casa. Dali, ela podia observar todo o movimento, e deixar que seus pensamentos voassem livres, pois por mais que lutasse contra eles, seu controle era precário, e sua cabeça nunca obedecia as ordens que enviava para eles, e o que parecia era que seu coração comandava mais suas ondas cerebrais do que sua força de vontade.

O que a incomodava mais era não saber por que não conseguia tirar Gilbert de suas lembranças. Por mais que tentasse desviar suas ideias para outros caminhos, algo sempre a lembrava dele, e Anne sentia que estava a ponto de ficar louca se não encontrasse um meio de manter seus sentimentos sobre controle.

Desde sua decepção amorosa na faculdade, Anne nunca mais perdera o sono por causa de alguém, e sequer olhara para um homem com outro interesse que não fosse profissional, mas, Gilbert Blythe viera para mudar tudo, e agora, ela mal passava duas horas do seu dia sem se lembrar dos beijos dele.

O que piorava toda aquela situação foi o que acontecera no piano bar. Ele a provocara, e depois a deixara sozinha com suas emoções em polvorosa, e ainda por cima esfregara na cara dela sua acompanhante loira como se lhe dissesse, que se ela não o queria, havia uma enorme fila de mulheres logo atrás dela para substituí-la no afeto dele por ela, mais rápido do que um piscar de olhos. Isso não deveria incomodá-la de jeito nenhum. Na verdade, Anne deveria até se sentir aliviada, pois assim, Gilbert largaria do seu pé, e ela poderia desempenhar seu papel como advogada mais tranquilamente, sem ter que travar uma enorme guerra consigo mesma para se manter longe dos encantos do pianista em questão.

Mas, a verdade era que a incomodava e muito saber que havia outra mulher tão próxima de Gilbert, que poderia fazê-lo olhar em outra direção que não fosse na de Anne, e lá no fundo, ela já começava a sentir uma certa dor de cotovelo que poderia muito bem ser confundida com ciúmes, mas, que nem sobre tortura ela o confessaria. Ela não devia querê-lo, mais queria, ela não devia desejá-lo como homem, mas desejava, e era tudo culpa de Diana, que ela não conseguisse parar de pensar como seria passar uma noite com ele, já que a amiga não perdia a oportunidade de enfiar ideias na sua cabeça.