Capítulo 23- A magia dos olhos teus

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Olá, pessoal. Estou postando mais um capítulo de flames , Espero que gostem e me deixem seus comentários que são extremamente importantes para o andamento da história. Vou corrigir depois. Obrigada por tudo. Beijos, Rosana.

ANNE

Era fim de tarde, e ao lançar um olhar para o relógio de seu celular, Anne percebeu que já era hora de ir para casa. Ela desligou o computador no qual trabalhara a tarde toda, pegou sua bolsa, as chaves do carro e saiu de seu escritório.

Sua secretária já tinha ido embora a meia hora, assim como boa parte dos funcionários da firma, permanecendo ali apenas alguns advogados que como ela tinham algum trabalho para terminar antes de encerrarem definitivamente seu expediente. Ela entrou no carro e começou a dirigir, fazendo o caminho costumeiro até em casa, mas, de repente, ela percebeu que não estava a fim de ir para casa ainda, pois tinha a cabeça cheia de coisas, e precisava pensar. Por isso, ela mudou sua rota no último minuto, e foi em direção à praia onde não pisava a meses, e onde sabia que teria a privacidade necessária para colocar sua cabeça em ordem.

O lugar estava calmo aquela hora, e a não ser por algumas pessoas correndo ao longo da areia, ou praticando algum tipo de esporte na água, não havia quase ninguém nos arredores. Por esta razão, Anne retirou os sapatos, e caminhou pela margem úmida, onde seus pés delicados eram tocados vez ou outra pelas ondas que chegavam até ali calmamente. Ela olhou em direção ao mar, eu vi um surfista pegando onda, e deu-lhe inveja daquela liberdade toda, onde seu único oponente eram as águas que o desafiavam a vencê-las em cima de sua prancha colorida.

De repente, Anne percebeu que nunca se sentira livre. Desde que nascera já tivera seu futuro todo planejado, onde estudaria, qual profissão seguiria, onde trabalharia e até com quem se casaria. Ela nunca pensara nas coisas por esse ângulo, mas, naquele momento estava se dando conta de que sua vida fora manipulada por pessoas que se acharam no direito de moldá-la conforme seus interesses, e para seu grande desgosto, ela percebeu que fora uma manipulação com seu consentimento mesmo inconsciente, porque fora-lhe conveniente se deixar convencer a fazer o que os outros queriam, para não ter que tomar decisões difíceis por si própria. Era verdade que fora apenas uma criança que não sabia nada do mundo, criada em uma redoma de proteção pela família Cuthbert que determinara seu futuro inteiro, mas, agora era uma mulher adulta, de vinte quatro anos que não precisava mais de ninguém para protegê-la ou dizer-lhe o que fazer, e no entanto continuava dançando conforme a música que seu pai insistia em impor a ela, porque nunca lhe ocorrera até aquele momento questionar nada disso.

Ela gostava de ser advogada, mas, poderia ter sido tantas outras coisas. Ela poderia ter se tornando uma bailarina, pois sempre amara o balé, fotógrafa, pois sempre fora boa em tirar fotos dos lugares por onde visitara, ou ainda poderia ter sido assistente social, pois gostava da parte de ajudar pessoas carentes, e uma vez até sugerira ao pai trabalhar em advocacia Pro Bono uma vez na semana, mas, ele a proibira terminantemente, pois uma Cuthbert jamais se prestaria a serviços de caridade, para isso, eles tinham outros advogados não tão ilustres como ela, e foi a primeira vez que Anne pensou que apesar de ser um bom homem, ninguém ganhava da arrogância de Matthew Cuthbert.

Anne se sentou em uma pedra e ficou observando o mar, e assim como ela admirava a beleza de tudo o que estava a sua frente, o assunto mais importante que a trouxera ali para refletir veio até sua mente sem aviso, e ela suspirou longamente pensando no seu problema mais urgente, ou seja, aprender a lidar com Gilbert Blythe sem cair na teia dos próprios sentimentos.

A imagem dele em su fez sua pele esquentar, e ela levou a mão direita ao coração, tentando acalmar as batidas de seu coração que se aceleraram ao se lembrar da visita dele em seu escritório na última vez que o vira. Como ele era atrevido. Era verdade que tinham se beijado com sua ativa participação na festa da mãe dele, mas, aquilo tinha sido apenas um momento de vulnerabilidade de sua parte, e isso não lhe dava o direito de tocá-la quando queria, ou sequer beijá-la no rosto quando tivesse vontade. Gilbert tinha que entender que ele não podia procurá-la a qualquer momento, como se fossem amigos íntimos e não cliente e advogada. Existiam certas regras a serem respeitadas, mas Gilbert Blythe parecia não ser muito fã de limites, e isso a irritava tanto quanto a excitava.

Anne with an E-  flames of the past- AUOnde histórias criam vida. Descubra agora