Number 1

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São Paulo, 30 de abril de 2020.

Mas um dia na cidade de São Paulo a procura de emprego, já tem 5 meses que eu tô nessa luta, confesso que foi culpa minha mesmo, larguei tudo lá onde morava, principalmente meu emprego, não pensei nem em pedir demissão simplesmente fugi. Minha família? Eles devem ter raiva de mim, abandonei eles lá, mas não deu pra pensar muito, a minha mãe não aceita a minha sexualidade, eu estava apaixonada, amando a Clarissa de verdade. Não pensei nas consequências dos meus atos, mas agora tô arcando com elas. E nesse dia que do nada começou a chover, estou aqui em uma parada de ônibus, vou para uma entrevista de emprego, esqueci de me apresentar, Gizelly Bicalho 29 anos, libriana, feminista, formada em Advocacia criminalista, meio atrapalhada, mas uma romântica nata, me apaixonei pela minha atual namorada em um grupo lgbt no Facebook, depois fomos para o Twitter, mas vocês sabem namoro a distância é complicado, ela começou a pedir que desse um jeito de vir e ficar com ela e foi o que exatamente eu fiz., Peguei parte da minha economia e comprei o que precisava e fugi pra cá, eu sei sou de maior e etc, mas tinha muita coisa ali, afinal é a minha mãe, minha família entendem? Minha namorada trabalha em uma boate, até que eu acompanho ela em alguns shows, mas como geralmente ando procurando emprego, preciso dormir bem cedo, hoje quando eu saí ela ainda não havia chego, infelizmente não posso nem reclamar, pois ela fica puta de ódio. Huuum, pode falar puta aqui né? Ou é proibido a palavra puta? Enfim, ainda aqui na parada quando avisto o ônibus que me levaria até o local da entrevista, mas como hoje simplesmente não é um dos meus dias, um carro passou bem enfrente ao local que eu ia pra entrar no ônibus, quando o carro passou em alta velocidade, passou por cima de uma enorme poça de água da chuva que já havia se misturado com a sujeira da rua. Eu estava com um terno branco, vocês devem então imaginar o estado que a roupa ficou. Algumas pessoas riram de mim e depois de eu ter xingado o motorista de todas as formas, me virei pra aqueles bando de idiotas e mandei todos tomarem lá no orifício circular, não é nada legal ou engraçado rir das desgraças dos outros. Tive que voltar pra casa, caminhei quase meia hora até o AP, com uma sombrinha que quebrou assim que uma ventania deu. É hoje definitivamente não é o meu dia de sorte, depois de muito andar chego no prédio onde estou morando com a Clarisse, não me recordo bem como entrei tão rápido em casa, acho que estava no automático. Caminhei até o quarto retirando parte da minha roupa ficando apenas de calça e blusa social, calcei uma chinela e fui pro quarto afim de tomar uma ducha morna e pensar no que poderia fazer pra tentar essa entrevista normalmente. Assim que chego na porta do quarto, ouço um barulho estranho, mas um pouco familiar, gemido? Empurrei a porta do quarto de vez e la estava ela, a mulher por quem eu larguei tudo deitada transando com um Homem?

_ Gizelly? - falou Clarissa assim que a porta bateu

_ Fica calada .- rosnei baixo.

Decepção maior eu tive ao ver que era o nosso amigo, a única pessoa que eu confiei no ciclo de amizade dela, era pra ele que eu falava sobre tudo que sentia por ela e o que eu ganhei? Isso aí um par de chifres.

_ Gi,eu..

Não ouvi nada do que eles falavam, apenas abri o guarda roupa, peguei algumas pessoas, peguei a minha mochila e coloquei as minhas coisas dentro, pequei minha bolsa de documentos e caminhei apressada pra sair dali.

_ Gi volta aqui, você vai pra onde amor?

_ Gizelly.- virei em sua direção.- Pra você meu nome é Gizelly.

Levantei a cabeça e olhei bem pra aqueles dois. Ela estava nua e ele estava se vestindo. Como disse ainda pouco, estou arcando com minhas consequências, peguei meu cachorro no colo enrolei em sua coberta e  sai dali, procurei um local pra colocar crédito em meu celular, precisava ligar pra minha única amiga que morava aqui na cidade, tinha que dar um jeito de arrumar um local pra ficar.

_ O número por favor- disse a moça do crédito.

Falei.

_ Repita novamente para eu confirmar. - eu repetir.

Ela me entregou a notinha e entreguei a ela o único 20 reais que eu tinha ali.

Assim que tento ligar a atendente da operador diz que eu estou sem crédito, mas como estou sem crédito? Essa operadora não vale nada. Tentei novamente e a mesma mensagem foi dita. Peguei o comprovante e caminhei até o local onde tinha colocado. Expliquei pra ela e advinhem?

Sim, eu dei o número infelizmente errado, no fim era 1830 e eu coloquei 3018. A atendente não pode fazer nada, afinal o erro foi meu, sai dali, não sabia o que faria, estava só eu e o Jack bacon. Sim meu cachorro se chama Jack bacon. Fiquei em uma praça, a chuva havia cessado e eu estava com fome e com frio, precisava dar um jeito de ligar para Mariana, tentei ligar a cobrar mas não deu certo. Hoje não é o meu dia, definitivamente não é,ao contrário de quem ganhou os meus créditos. Então me veio uma ideia de ligar a cobrar pro dono do número, a ligação foi feita e assim que a pessoa percebeu que era acobrar desligou, então eu não desistir, precisava recuperar o que era meu. Liguei 12 vezes até que ouço uma voz bem ... Atraente do outro lado, foco Gizelly, acabou de quebrar a cara e já tá na doideira né safada.

_ Você não tem o que fazer ficar ligando a cobrar pro número dos outros.

_Moça por favor, eu preciso dos meus créditos.

_ E o que eu tenho haver? Estou no meio de uma das reuniões mais importantes da minha vida e você vem falar de crédito? Tá me achando com cara de carta...

_ Calma senhora!- falei meio assustada, essa mulher tá precisando relaxar.- Eu acabei de por crédito no seu número, se você olhar seu saldo vai perceber.- ela ainda estava em silêncio, então continuei.- troquei o 1830 pelo 3018, eu tô sozinha nessa cidade senhora, eu preciso dos créditos, acabei de pegar minha mulher na cama com meu melhor amigo, por favor, só me devolva meus créditos pra eu ligar pra minha amiga, eu tô morrendo de fome e frio junto com meu cachorro. - as lágrimas já terminavam de molhar  meu rosto que já estava molhado da chuva. - eu não preciso que me devolva os créditos, moça eu..por favor.

_ Eu..- ouço outra voz do outro lado da linha.- Rafa vamos eles estão agoniados, precisamos assinar o contrato.-  Mas... - ela ia falar algo foi impedida e tudo que eu ouvir foi o telefone respondendo as perguntas do momento, "quem era trouxa?" " quem tava ferrada sozinha?" "quem levou um belo par de chifre?" E o telefone respondeu depois da ligação encerrada - Tu... Tu ... Tu.

Eu realmente tava ferrada, sem saber pra onde ir e o que fazer. Se arrependimento matasse, sim eu estaria morta, mas pelo andar da carruagem, não demora muito pra isso acontecer. Mas eu tinha que ter uma pontinha de esperança né, alguma coisa boa tinha que acontecer.

_Oi Deus, sou eu de novo!- olhei pro céu.- Da uma ajudinha aqui pra sua filha pecadora vai.

E não é que Deus me ouviu, tadinho ele já deve tá cansado de tanto "oi Deus,sou eu de novo." Peguei meu celular e vi uma mensagem da operadora. Créditos haviam sido colocados pra mim. E logo em seguida um mensagem de um número agora conhecido por mim, era o número errado.

"Bom moça, seus créditos foram devolvidos, espero que consiga se resolver por aí, fique bem e boa sorte."

RK.

Sorri e mandei um "Obrigada." Agora eu precisava tentar pelo menos me resolver.

_ Alô, Mari? Preciso de você.
















Olha quem voltou? Mas uma pra vocês kskskksks não é longa essa história mas espero que gostem dela como gostaram das outras, ah e Gabriel mandou lembranças..

E hoje esse primeiro capítulo, vai de mimo pra Girafinha mais blindada que eu conheço, ela foi a segunda pessoa a saber sobre esse novo surto,  bebê feliz aniversário viu, muitos anos de vida, paz, mais amor, mais dinheiro e tudo de bom sempre pra você dona dos melhores áudios ThamiresMonteiro027

The Wrong NumberOnde histórias criam vida. Descubra agora