Capitulo 27

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JIMIN

  Mexendo no celular, sinto a cama afundar ao meu lado. Logo olho para o dono dos meus sentimentos e o beijo carinhosamente.

- Você não acha que está na hora de testar essa cama gostosinha aqui? -pergunto o olhando nos olhos -Que por sinal, não é só a cama que é gostosa -solto uma piscadinha em sua direção.
 
O beijo agora com mais intensidade. Passo minhas mãos por baixo da sua camiseta. Posso perceber um leve desconforto de sua parte, logo paro e me afasto.

- Ainda não quer? -pergunto em um tom chateado. Eu respeito muito o moreno, mas, já estou começando a achar que o problema é comigo.

- Eu não consigo Jimin -posso ver as lágrimas se formando no seu olhar -Eu quero, eu quero muito. Mas eu não consigo.

- Quer me contar o porquê? -pergunto preocupado com o que possa vir.

FLASHBACK

Sentados na mesa, estavam como qualquer família padrão na hora do almoço.

  Assim que todos acabaram de comer, o filho mais novo se pronuncia ganhando a atenção de todos.

- Eu gostaria de falar uma coisa, espero que entendam -os olhares curiosos caíram sobre o ombro do moreno, acreditando que podia seguir seu pequeno discurso, acrescentou -Eu sou gay.

  O silêncio se manteve por alguns bons minutos. A tenção do garoto mais novo pode ser notada de longe.
 
Uma risada pode ser ouvida, vindo do homem mais velho da casa, o que se sentava na ponta da mesa e achava o maioral.

- Mais essa agora? -o de cabelos negros, já um pouco grisalhos, levanta da mesa dando um ar de superioridade. O castanho se encolhia em seu próprio corpo, com medo do que poderia vir -Por que você não aprende a ser homem como seu irmão? Aprenda a dar orgulho pra família, não desgosto.
 
  Nessa hora o pequeno mundo de Jungkook havia desmoronado. Seus problemas emocionais estavam começando a dar sinal de vida, fica tudo mais complicado sem o apoio necessário que espera receber de seus pais.

- Amor, calma por favor -a única mulher da casa tentava fazer com que aquele simples fato de seu filho ser gay não gerasse uma grande briga familiar -nós podemos resolver isso de tantos jeitos, afinal, amor é amor não?

  Na cabeça da senhora sim, amor é amor, e nenhum fator relacionado a sexualidade de seus filhos mudaria o amor que sente por eles. Não fazia questão de ter seu filho gay. Pra ela, o que realmente importa é a felicidade.

  Porém senhor Jeon pensava totalmente ao contrário. Como poderia falar para seus colegas que seu filho é gay? Um desgosto à família. Colocaria um fim nessa situação, faria a mente do menino. Tudo para que o pobrezinho não achasse que é gay. Jungkook deve estar apenas confuso, claro. Daria um jeito nisso por bem ou por mal.

  Jungkook então se retirou da mesa e seguiu em direção a seu quarto.

  Minutos depois batidas na porta são ouvidas.

- Posso entrar? -uma voz doce e angelical soou pelo quarto, logo o irmão mais velho recebeu um aceno de Jungkook. Sentou na beirada da cama um pouco distante do moreno -Não liga pro pai, sério. Ninguém é perfeito.

- Você é -o mais novo interrompe olhando pela primeira vez nos olhos do outro garoto -Você é perfeito e sempre vai ser melhor em tudo.

  O mais velho não pensa desse jeito. Ele sim, faz de tudo para agradar os pais. Mas mal sabem eles que muitas coisas ruim o mais velho, que tanto lhe dão orgulho, já aprontou. Claro que não abriria o jogo para Jungkook, afinal, ele gosta de ser o queridinho da família. Estava ali apenas para fingir que se importa com o garoto, mas na verdade se estivesse ali ou não, nada mudaria. Além do emocional do mais novo.

- Quer saber, Jungkook? -o mais velho se levanta e começa a andar pelo quarto -Sim, eu sou melhor que você em muitas coisas. Você ser ruim na escola, tudo bem, mas gay?  Poxa irmãozinho, esperava mais de você.
 
Com essas palavras, o mais velho saiu do quarto deixando um garoto completamente devastado para trás.
 
Jungkook nesse momento se debulhava em lágrimas, mil e um pensamentos passavam por sua cabeça. Ele poderia ter ficado quieto, poderia não ter contado para seus pais e seu irmão sobre esse assunto tão delicado para o moreno. Ele imaginou que tudo correria bem.
 
Mas não foi bem assim.

  Não deu nem tempo de engolir as palavras soltas pelo seu irmão e o barulho da porta sendo aberta com muita força dava para ouvir do outro lado do bairro.

  O susto foi maior quando viu seu pai o encarando, segurando uma cinta. O mais velho tranca a porta do quarto colocando a chave em seu bolso esquerdo.

- Ai Jungkook, você pede tanto por isso -o de cabelos grisalhos diz seguindo em direção a cama do moreno -Eu quero que você fique bem quietinho. Se falar alguma coisa vai ser pior, acredite em mim.

  Nesse momento Jungkook sentiu seu chão sumir.

  O mais velho o puxa pelo antebraço ate que o moreno esteja de joelhos no chão duro e gelado.

- Você não é gay? Tem que aguentar quietinho -Senhor Jeon então, abre o botão de sua calça colocando todo seu membro pra fora -Vamos Jungkook, me mostra que você é gay.

  A vontade de sair correndo dali aumenta cada vez mais.

  O mais velho enfia eu membro rígido de uma vez até alcançar a garganta do menor. Fez o mesmo no ânus do garoto.

  Depois de varias horas abusando do garoto, estava cansado. Deixou o moreno no chão de qualquer jeito e saiu do quarto o trancando por fora.

  Jungkook não sentia mais suas pernas,
estava devastado.

  A única ajuda que recebia era de sua mãe, que também era abusada pelo senhor Jeon. A mulher lhe dava comida, o levava para a escola e passavam a maior parte do tempo livre juntos.

  Alguns dias depois conheceu Yoongi em uma sorveteria. O mais velho viu no olhar do moreno a necessidade de ajuda. Foi onde se acabaram se tornando melhores amigos.

  Yoongi tinha a capacidade de entender os sentimentos de Jungkook, lhe ofereceu toda a ajuda possível, e sempre que necessário, um abraço aconchegante.


- Meu Deus Jungkook -eu digo boquiaberto com a história -Queria poder ter feito alguma coisa.

- Você já fez e ainda faz muito por mim meu anjinho -com essas palavras, Jungkook sela meus lábios e me abraça. Ficamos assim o resto da madrugada, com um filme ruim na televisão apenas aproveitando as carícias.

  Sexo nunca é a melhor coisa de um relacionamento. Se existir respeito por ambas as partes, não há com que se preocupar.

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