Peregrinando entre a desordem, testemunhando o céu cerrado. Indomáveis e permanentes devaneios, foco em contemplações das tuas feições, meu ego ansiava reprimir aquela tal fascinação radiante e lasciva, mas isso não se recalcou se regressou e se engrandeceu, virou o princípio excêntrico do meu prazer. Não me é fugaz em minha memória a história, nós dois debaixo do sol laranja sangue, registros visuais e carnais. Na temperatura tropical evidenciamos a glória e o paraíso. Depois chegamos ao sádico desfecho. Assim então selei toda a maldição contra mim, saudei meus demônios na chuva, não poderia ficar abatido, foi difícil respirar durante a tempestade, fui crucificado, meus sentimentos se tornaram tão pouco quanto à gota da chuva.
Meu coração queimou por você meu amor, naquele cômodo só, lágrimas e arrependimentos, ninguém mais entendia. Me tornei a devoção mais perigosa, me deram um papel de impuro, promíscuo e vilão. Isso tudo foi quase satânico. Já que me deram esse papel tive que apresentá-lo para o mundo com mais sucesso ainda. Meu ritual de vida nunca esteve tão mal, confesso que nada daquilo fazia bem para o meu ser.
Dancei no dilúvio, no âmago, sorrindo com sangue na boca, soquei as portas, paredes e foi no vidro do espelho que parei e me deparei que não havia mais amigo e nem inimigo, só eu. Em plena luz do dia certas palavras foram ditas, era de se rasgar o peito, a determinação e o jeito selvagem eram como guias. A impulsão e a loucura me fascinaram nas impurezas, mergulhei nas profundezas.
Sorrisos, fumaça e olhares dispersos, o cheiro do álcool saciava o lado perverso, a única lei era o meu próprio ego e o meu desejo. Beijos e mais beijos, excitação, o lado carnal estava no domínio. Pessoas e mais subjetividades diferentes transitava junto a minha, o compartilhar da vontade latente, o ápice do se entregar ao mundo líquido, me desmanchei, me encontrei em outras conversas. Mas, aquelas fotos ainda estavam na gaveta, me fizeram lembrar do que era verdadeiro e visceral e o que realmente prevaleceria, meu coração não negava, ele ainda carregava, batia mais forte não pelo o desejo, mas pela paixão, pela chama que ainda existia.
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O PALHAÇO POÉTICO
AcakO Palhaço Poético é uma figura emblemática que mostra ao mundo sua autenticidade e potência. Vai de encontro com o mundo com um olhar crítico e sensível sobre a construções sociais e vivências do mesmo, reverberando a voz marginalizada. O livro abor...