O código da culpa

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Amarras invisíveis e culpa enraizada, me tornei um contestador, isso me fez ser aterrorizante diante ao ver de alguns. Defender o que me preenche e me conectar com minha própria natureza nunca foi tão difícil. É como querer fugir da cela que propuseram a mim, sou o caso de rebeldia em plena luz da sociedade. Eu não ingeri do fruto proibido, mas mesmo assim com minhas palavras me sinto expulso.

Dizem do tal livre arbítrio, nunca me lembro de ter escolhido ter nascido e ter pedido para ser inserido nessa cultura. Através disso penso que tenho a necessidade de sempre ter um olhar mais aguçado do que foi me imposto como verdade ou crença limitante. Começo a romper fronteiras e queimar estruturas, isso me faz bem e fere os demais que não sabem do código da culpa. Em minha vida descobri a senha, o tal código, não me vejo mais inserido na antiga caixa, com velhos pensamentos que foram passados a gerações.

Tudo isso é como uma roupa pequena no meu corpo e sempre preciso trocar, não é um presente muito agradável. Mesmo inserido nesse sistema e nesse tal jogo é engraçado e curioso de se pensar que é impossível tentar vender algo que não têm preço. Pois nunca vão conseguir vender o que queremos de fato, pois vêm da essência do ser humano, os sentimentos. Quando decidi abrir a porta e ver a rua, reconhecer o mundo, meus olhos brilharam, me assustei, fiquei com medo, me reconheci e me encontrei.

Quando retornei e bati na porta de casa, era como se todas minhas palavras fossem uma destruição em massa, todos se afastaram e já vieram me atacando, nunca podemos saber o que se passa no pensamento alheio, porém ali me enxergaram com um arsenal de guerra.

Nitidamente estavam com medo, me enxerguei como inofensivo, mesmo assim queriam me atacar, fiquei espantado com a situação. Então percebi que não podia contar como foi lá fora, pois estavam dentro da caixa, não sabiam do código, queriam me jogar no caldeirão da culpa, mas aquilo para mim já havia se tornado um conto de fadas.

É inegável que a sociedade ainda quer o pão e o circo. O comodismo disso tudo traz um dos motivos do porque as coisas são assim. É conflitante demais pensar depois de um dia estressante de trabalho, não podemos negar. A anestesia da tal dor que negamos está mais perto do que imaginamos.

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