Capítulo 9 - CLAUDIO

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- Agora é serio, qual é o lance com o Dário? - Marcelo me pergunta.

Deitado no meu colchão no chão, eu vejo Marcelo me encarando.

- Que lance?

- Você passou a semana toda me evitando e evitando ele, eu vi, não sou burro então fala logo.

- Tem certeza?

- Por favor, me distraia.

- Quer distração? Eu posso falar sobre a política do país.

- Prefiro conseguir dormir de noite. Fala logo.

- Eu não sei cara, teve um dia que eu flagrei ele dando no banheiro do colégio...

- que putinho

- ... e ele me viu, desde então ficou tentando me seduzir... E... Eu fiz chupar meu pau.

- E...? - Marcelo me perguntou de olhos arregalados.

- E nada.

- Você quer comer ele?

- Porra Celo, que pergunta é essa? Tu acha que eu sou gay?

- e isso importa? Se você é gay, hetero, bi. Isso importa?

Abro um sorriso, meio que eu sabia que ele ia dizer algo assim, mas ouvi-lo dizer, saber que eu sempre estive certo sobre quem ele é, e o seu jeito de pensar, me deixou feliz.

- não importa - eu respondo sua pergunta. - mas eu sou?

- o que?

- porra Marcelo. Gay, você acha que eu sou gay?

- Eu não posso te responder isso - Marcelo se sentou na cama e me encarou serio. - você que tem que descobrir. Mas eu posso de dizer que sempre vou estar aqui, por você, - Marcelo me olha nos olhos, depois abre um sorriso - Nossa, eu to muito clichê hoje.

Eu dou uma risada, escutamos vozes dentro de casa, então vamos para sala.

Os pais de Marcelo estão na cozinha, conversando, sentamos com eles e entramos na conversa. Dona Cida avisa que ela e o marido vão passar o fim de semana no sítio, e pergunta se queremos ir. Marcelo nega e avisa que já temos planos.

Na manhã seguinte, acordo primeiro que Marcelo. Quando ele levanta, eu já estou pronto para o colégio, ele começa a trocar de roupa e eu o fico olhando, pensando em qual vai ser sua reação quando ver a Clara hoje.

- O que foi? - ele percebe que eu o estou encarando. Marcelo estava só de cueca - o que? Eu não vou parar de ficar pelado na sua frente, só porque você não sabe se é gay ou não.

- Filho da puta - eu o respondo rindo.

Como todos os dias, nossos colegas estão em grupos na frente do portão do colégio, esperando ele ser aberto.

Paramos ao lado deles com saudações e apertos de mão. Clara veio para perto de Marcelo, mas ele a ignora e finge não vê-la.

Durante toda a manhã, Marcelo cortou qualquer tentativa de aproximação dela. Nossos colegas já tinham reparado, mas ninguém comentou nada.

Na hora do almoço, eu resolvi procurar Dário e contar o que tinha acontecido, eu sai da sua casa ontem sem explicar o que iria fazer, ele merecia saber.

- Procurando alguém, Claudio? - Alex me pergunta quando me vê andando pelo corredor do colégio, ele estava abraçado com uma garota e tinha dois amigos a sua volta.

Os garotos me encararam com olhos brilhantes. Eu escutei um sussurra algo como: "Ele é do terceiro ano" e o outro: "Não sabia que eram amigos". Isso é estranho.

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