Can you hear me?

412 48 8
                                    

Luke's POV
O começo da segunda me deixou tenso, e eu não sabia qual o motivo. Mas tinha uma leve suspeita. E ela se confirmou assim que eu vi Julie ficando parada do lado de fora da sala, com os olhos cheios de lágrimas e a professora entrando com a cara não muito boa e fechando a porta. Eu estava ansioso por ela, para ela poder voltar para a aula, mas pelo que vi, isso não aconteceu. Ela precisa de alguém. Assim que penso sobre o assunto, ouvir meu nome me desperta de meus pensamentos.

- Luke, você irá se juntar ao Alex e ao Reggie? - minha vontade no momento era não, mas quanto mais rápido acabasse isso, melhor.

- Prontos? - Alex perguntou olhando para mim e eu assenti e comecei a tocar meu violão.

Come on, Reginald

Alex começou a música como havíamos combinado e eu completo o começo.

One, two, three, four
Can you, can you hear me (yup)
Loud and clear?
Gotta get, gotta get ready
'Cause it's been years
Oh, this band is back
Oh, this band is back
Whoo, ooh, ooh, ooh
Whoo, ooh, ooh, ooh
Whoo, ooh, ooh, ooh

Cantamos toda a música e a turma estava realmente curtindo, e eu também estaria, se não tivesse tão preocupado com Julie. Não sei o porque eu me importo com ela, mas nessa última semana, ela se tornou uma grande amiga que eu me preocupo muito. Assim que acabamos de tocar, aviso que vou embora e uso a desculpa de que iria no banheiro para sair da aula. Pego minha mochila no armário e vou para onde sei que a Julie vai estar.

- Vamos sair daqui! - eu sabia que ela precisava sair dessa escola, e eu tinha o lugar perfeito para levar ela, bem, eu nunca tinha levado ninguém lá, mas eu tinha uma certa ideia de como ela estava se sentindo.

...

- Meu Deus Luke, aqui é perfeito, eu nem tenho palavras pra falar sobre essa vista. Mas pera, aqui não é acesso proibido? - ela tinha um olhar maravilhado com a vista, que muda para preocupado com o fim da sua fala.

- Essa área que nós estamos ainda é a área permitida, a área do letreiro que é proibida, qualquer dia eu te levo lá.

Me sento em uma pedra que tinha na encosta, e bato a mão para que ela se sente ao meu lado. Eu queria falar sobre o que aconteceu, sobre como ela estava se sentindo, pois eu vi no rosto dela, o quanto ela estava sofrendo, mas eu não tinha coragem de tirar informações dela sem ela querer.

- Eu venho aqui muito. Escrevi muitos pedaços de música bem nessa pedra. - Conto a garota - Acho que essa vista me da um pouco de inspiração e a sensação de liberdade aqui me deixa de mente tranquila para escrever.

- Você tem muitas músicas? Podem me mostrar alguma? - tiro meu caderno de música da mochila e pego meu violão na capa.

- Esse caderno. Esse aqui na minha mão é o motivo deu te conhecer. - mostro o caderno e entrego para a garota.

- Esse é o caderno que você me mostrou na sala de música. É aqui que estão todas suas músicas? - ela parecia altamente interessada, mas percebi que ela estava pedindo autorização com os olhos se poderia abrir.

- Sinta-se a vontade para ler. Futuramente quando a Sunset for bem famosa, você vai já saber todas as músicas.

E assim ela abre o caderno e folheia com cuidado e interesse. 

- O que o Willie falou na sexta, sobre você escrever. Aquela música que você falou que sua mãe compôs para você, você ajudou ela?

- Sim, era uma de nossas ideias, e quando ela soube que estava doente, ela terminou ela sozinha. - vejo os olhos dela marejado e começo a tocar para tentar animar ela.

- Volta uma página, toquei essa música com os meninos hoje mas você não teve oportunidade de ouvir. - e assim eu toco The Band Is Back para ela, e ela parece se animar com a música. E assim eu me lembro do dia dela cantando na sala, eu tenho uma brilhante ideia. - Julie Molina, eu tive a ideia mais perfeita do mundo para você voltar para a aula de música. 

- Que ideia?? - ela me olha curiosa e ao mesmo tempo esperançosa.

- Você toca com a gente na festa da escola, a professora vai perceber o erro que ela cometeu e te voltar para a aula. Não é brilhante? 

- Como assim Luke, a apresentação é da Sunset Curve, não posso nunca atrapalhar você e os meninos.

- Eu tenho certeza que quando eles te ouvirem contando, eles vão implorar para você cantar com a gente. 

- Eu não sei se tenho coragem.

- Julie, quando canta, quando toca piano, é tipo uma bola de demolição humana. - A garota da uma risada.

- Está querendo me animar?

- Com sua energia, pode tocar as pessoas. Deixá-las te ouvirem. Se a professora te ouvisse seria obrigada a te deixar voltar. 

- Ela já me disse não hoje Luke.

- É por isso que não vamos perguntar. O ponto é: não vamos pedir permissão. Jogue a bola de demolição de talento na cara da professora e destrua essas regras bestas. - faço um movimento com as pernas quando digo isso e consigo ver que isso diverte a garota.

- Lá não é uma boate, é uma escola. E seu plano parece violento. 

- É uma porta fechada, e você precisa abrir com chute.

- Não vão me deixar voltar assim.

- Se você quer voltar pra música, precisa tentar. 

Ela me olha com cara de dúvida. 

- Essa música, mostro para ela uma página do caderno, chama "Bright" é uma música que escrevi para a Sunset Curve recentemente. É perfeita para seu alcance vocal, e dá uma olhada no refrão e com um pouco de piano, estou te dizendo. 

E assim eu puxo a música e começamos a cantar. E sinto que a gente teve um momento? Provavelmente a música provocou isso.

- Obrigada por isso. - a garota me diz depois de alguns minutos em silêncio. 



You're a part of meOnde histórias criam vida. Descubra agora