🍼Capitulo 11❄

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Zander

— Meu cunhado é o melhor. — Braden disse em meio a uma gargalhada.

  Contei ao meu irmão sobre a ida do Lanan ao sexshop, já que o mesmo me encurralou perguntando sobre a surpresa. Agora estávamos na empresa e Lanan estava na casa das minhas mães.

— Aham, mas ele ainda vai ganhar uma punição. Uma bem prazerosa...— Comentei com um sorriso ladino.

— Tenho até pena do coitado. Não pegue pesado com ele, o menino deve estar dolorido.

— Eu sei, ele nem foi na aula de dança. — Braden riu. — Mas eu tenho outros planos...

— Você...— Ele compreendeu minhas intenções e piscou surpreso. — As vezes eu esqueço desse detalhe, mas acho que o Lanan vai gostar.

— Vamos descobrir mais tarde. — me levantei da cadeira. — Você disse que a Darya está no abrigo, certo ? Preciso falar algo com ela.

— Vá em frente, ela sempre costuma estar lá a essa hora. Fala que eu estou com saudades. — Ele pediu sorrindo.

— Que coisa melosa. — Falei, fingindo fazer cara de nojo.

— Nem vem, você é todo meloso com o Lanan. — Eu revirei os olhos e sai da sala.

  Peguei o carro e fui em direção ao abrigo que Darya ajudava, ou pelo menos, um deles. Cheguei lá e desci o carro, vi várias pessoas, dentre idosos, crianças e moradores de rua. Pessoas necessitadas.

  Darya estava sentada em uma mesa, ela tinha algumas peças de madeira a sua frente e uma menininha no seu colo.

— Essa é a letra b, consegue sentir? — Ela perguntou a garotinha.

— Sim. Essa é a letra j, certo ? — A criança perguntou enquanto movia os pequenos dedos pelo relevo de uma das peças.

— Isso! Você é tão esperta, querida. — Daria beijou a bochecha da menina . Ela fez cócegas nela e a sua risada infantil ecoou pelo lugar. — Logo você ira saber todas elas. E os números também.

— Eu sinto falta de antes, de como as coisas eram. Eu tenho medo, não gosto de não poder ver direito. — A menininha sussurrou.

— Eu entendo que possa ser assustador, também tive medo no início. Mas você é forte e vai passar por isso. Eu vou estar aqui para ajudar e seus pais também. — Darya garantiu.

Ela se despediu da menininha e a mesma saiu da mesa acompanhada de uma moça. Finalmente me aproximei e sentei na mesa ao eu lado. Antes que eu pudesse me pronunciar, ela o fez.

— Olá Zander. — Ela deu um sorriso angelical e se virou para mim. Ela estava de óculos. — O que faz aqui?

— Preciso conversar com você sobre algo, mas antes eu queria perguntar...O que aconteceu com a menininha ? Você estava ensinado ela a ler braille. — Perguntei curioso.

— Ela tem cinco aninhos e infelizmente está com uma doença que afeta sua visão, ela vai se deteriorar aos poucos até que ela não veja mais nada. Ela já quase não consegue ver. — Darya disse com um ar triste.

— Não tem alguma cirurgia que possam fazer ?

— Os pais são moradores de rua, eles mal conseguem se alimentar. Vivem aqui no abrigo, são pessoas muito honradas. Me parte o coração ver pessoas tão boas em tão péssimas condições. — Segurei seu ombro em apoio e ela sorriu minimamente.

— Sinto muito, de verdade. Você é uma pessoa muito boa.

— Você costumava me intimidar, mas afinal, não é tão mal assim. — Bufei e revirei os olhos. — Prometo não contar a ninguém que você tem um lado bom.

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