Karen havia feito minha libido atingir níveis colossais. Praticamente, em todos os dias da semana que passou, em algum momento do dia, eu me toquei pensando nela. Entretanto, essas masturbações fugazes e fugidias não me bastavam. Meu corpo sentia necessidade do corpo dela. Nunca alguém antes me fez sentir algo parecido. Era incrível, mas também, de certa forma, desesperador, pois ela era a noiva de Henrique.
Os dias daquela semana tinham transcorrido com um intenso trabalho no escritório, contudo, isso não impediu Henrique de insinuar-se para mim em toda oportunidade que encontrava. No meio da manhã da quarta-feira, durante o cafezinho, ele se aproximou de mim quando ficamos a sós na copa e sussurrou:
— Vamos ali no almoxarifado e dar uma transadinha, Sara! Bem rápido. Só para tirar o estresse!
Às vezes, eu até pensava que ele dizia aquele tipo de coisa por brincadeira, porque chegava a ser um pouco tosco. Soltei uma risada, virando-me para ele e dizendo, com os olhos fixos nos seus:
— Talvez se você fosse uma mulher, Henrique, eu até iria! Se você fosse a sua noiva, por exemplo!
Dito isso, eu saí. Meu Deus! Não acredito que falei isso! Ele logo me alcançou e perguntou:
— Hum. Então, quer dizer que você tem tesão na minha noiva, é isso?
— Eu não disse isso, Henrique. — Tentei disfarçar pondo seriedade na minha voz.
— Cara, não faz isso comigo. Vai me deixar louco, imaginando vocês duas transando e eu participando, claro.
— Você é muito ridículo, Henrique! Não vou participar da sua fetichização por lésbica não, meu querido.
— Ah, Sara! Se eu conversasse com a Karen e ela topasse, você não aceitaria fazer um ménagè com a gente?
— Claro que não, Henrique! Sabia que nesses ménagès, muitas vezes, um fica sobrando? E se for você?
— Ah, minha querida Sara, não teria problema nenhum, pois me realizaria só em ver vocês transando na minha frente.
Você não imagina como nossa transa é gostosa! Não aguentei e ri, mais do meu pensamento do que da fala dele. Sacudindo a cabeça, eu disse:
— É melhor voltarmos ao trabalho, Henrique.
***
Logo no início do expediente da sexta-feira, Henrique se reuniu com nosso chefe e recebeu a notícia de que precisaria viajar a São Paulo, para realizar uma série de audiências importantes para um cliente igualmente importante. No momento do cafezinho, ele me reportou a ordem do chefe e, por fim, disse:
— E você acredita, Sara, que ele quer que eu viaje amanhã?!
— Poxa, no sábado?! — Indaguei com surpresa na voz.
— É, em pleno sábado! É porque preciso participar de várias reuniões para a primeira audiência que vai ser na primeira hora da segunda-feira.
— É, meu amigo! Manda quem pode, obedece quem tem juízo! — Eu disse, batendo no ombro dele.
A primeira coisa que tinha me vindo à cabeça quando soube da viagem de Henrique foi que Karen ficaria sem o noivo durante toda uma semana. Posso cobrar minha dívida com mais tranquilidade! No final do expediente, quando estava indo embora, perguntei a Henrique:
— E aí, animado para a semana em São Paulo?
— Até que acabei ficando empolgado, sabia? É um cliente importante. Se fizer tudo direitinho ganho uns pontos com o chefe! E quem sabe até um aumento, não é?
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DESVENDANDO O AMOR
RomanceNo passado, Sara teve um caso com Henrique. No entanto, ainda na época da faculdade, ela se aceitou lésbica. Anos depois, eles se reencontram no escritório de advocacia, onde passam a ser colegas de trabalho. Henrique quer reviver o passado, mesmo...