No dia seguinte, acordei com a mente cheia de reflexões acerca da situação pela qual eu estava passando com Karen. Queria compreender o que ela realmente queria. Uma hora disse que não podia acontecer mais nada entre nós; noutra hora transamos e dormimos juntas; e, para piorar essa confusão, apareceu em minha casa, pedindo para fodê-la com força, e, depois de gozar saiu sem dizer nada além de que eu devia uma calcinha a ela. Definitivamente, eu não entendo essa mulher!
Naquele dia, cheguei cedo ao escritório. No meio da manhã, tive uma ideia para tentar saber o que Karen queria de mim. Jamais alguém tinha me feito ter tantas ideias malucas em tão pouco tempo. Então, apressei o trabalho que tinha para fazer no período matutino e, por volta das 11h da manhã, saí do escritório, informando aos advogados que estavam sob a minha chefia que eu precisava resolver um assunto pessoal antes do almoço e que se houvesse qualquer problema me ligassem no celular.
Dirigi-me ao shopping que se localizava próximo ao escritório e, chegando lá, fui diretamente a uma loja de lingerie. Escolhi três tipos de calcinhas diferentes: uma calcinha-box na cor rosa, bem confortável; uma de algodão mais larga na cor bege, bem desinteressante; e uma pequena de renda preta, bem sexy.
Em seguida, saí da loja de lingerie e me direcionei a uma que fazia embalagens para presente. Escolhi três caixinhas de cores diferentes e solicitei à vendedora que embalasse as calcinhas separadamente nelas. A caixinha azul acomodou a calcinha-box; a amarela guardou a de algodão bege; e a vermelha, a preta de renda. Por fim, escolhi uma caixa maior, que tinha uma estampa florida e um laço bem bonito, e pedi que a moça guardasse as três caixinhas dentro dela. Além disso, comprei um envelope que continha apenas um papel branco dentro para deixar a minha mensagem escrita.
Com as compras efetuadas, fui almoçar em um restaurante do shopping. Fiz meu pedido e, enquanto esperava, escrevi no cartão a seguinte mensagem:
Boa tarde, Karen.
Quero que receba esse presente como forma de me redimir pelo dano causado à sua calcinha ontem. No entanto, você terá que fazer uma escolha!
Se você escolher a caixinha azul, tentaremos ser apenas boas amigas;
Se escolher a amarela, evitaremos qualquer tipo de contato;
Se escolher a vermelha, continuaremos nossos encontros sexuais.
Para você poder me mostrar a sua escolha, vou te fazer um convite: jantar na minha casa hoje, às 20h.
Beijos,
Sara
Após terminar de escrever, reli a mensagem uma, duas, três vezes. Sentia meu coração pulsar descompassado dentro do peito. Nesse momento, meu prato chegou e comi, pensando em como Karen receberia aquele presente, o que ela sentiria ao recebê-lo e que escolha faria.
Assim que cheguei ao escritório no início da tarde, liguei para um office boy que costumava fazer alguns trabalhos de entrega para o pessoal do escritório. Em menos de quinze minutos, o rapaz estava na minha frente. Então, pedi para fazer a entrega no endereço do trabalho de Karen. Na ocasião, dei mil recomendações para que ele levasse com cuidado para não amassar a caixa e para entregar em mãos. Depois de pagá-lo pelo serviço, retornei ao trabalho.
Durante a tarde, de vez em quando, visualizava o celular para ver se Karen havia me enviado alguma mensagem. Nada. Aquela ausência de notícia me deixou numa ansiedade sem tamanho, duvidando até se ela havia recebido o presente. Como não queria ligar para ela, no fim da tarde, sem aguentar aquela incerteza, liguei para o entregador e ele me informou que havia entregue o presente em mãos. Desliguei o telefone, escorei-me no espaldar da cadeira e bufei. Por que ela ainda não falou nada?
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DESVENDANDO O AMOR
RomanceNo passado, Sara teve um caso com Henrique. No entanto, ainda na época da faculdade, ela se aceitou lésbica. Anos depois, eles se reencontram no escritório de advocacia, onde passam a ser colegas de trabalho. Henrique quer reviver o passado, mesmo...