Capítulo Oito - Uma terça-feira de escolhas

4.1K 187 9
                                    

No dia seguinte, acordei com a mente cheia de reflexões acerca da situação pela qual eu estava passando com Karen. Queria compreender o que ela realmente queria. Uma hora disse que não podia acontecer mais nada entre nós; noutra hora transamos e dormimos juntas; e, para piorar essa confusão, apareceu em minha casa, pedindo para fodê-la com força, e, depois de gozar saiu sem dizer nada além de que eu devia uma calcinha a ela. Definitivamente, eu não entendo essa mulher!

Naquele dia, cheguei cedo ao escritório. No meio da manhã, tive uma ideia para tentar saber o que Karen queria de mim. Jamais alguém tinha me feito ter tantas ideias malucas em tão pouco tempo. Então, apressei o trabalho que tinha para fazer no período matutino e, por volta das 11h da manhã, saí do escritório, informando aos advogados que estavam sob a minha chefia que eu precisava resolver um assunto pessoal antes do almoço e que se houvesse qualquer problema me ligassem no celular.

Dirigi-me ao shopping que se localizava próximo ao escritório e, chegando lá, fui diretamente a uma loja de lingerie. Escolhi três tipos de calcinhas diferentes: uma calcinha-box na cor rosa, bem confortável; uma de algodão mais larga na cor bege, bem desinteressante; e uma pequena de renda preta, bem sexy.

Em seguida, saí da loja de lingerie e me direcionei a uma que fazia embalagens para presente. Escolhi três caixinhas de cores diferentes e solicitei à vendedora que embalasse as calcinhas separadamente nelas. A caixinha azul acomodou a calcinha-box; a amarela guardou a de algodão bege; e a vermelha, a preta de renda. Por fim, escolhi uma caixa maior, que tinha uma estampa florida e um laço bem bonito, e pedi que a moça guardasse as três caixinhas dentro dela. Além disso, comprei um envelope que continha apenas um papel branco dentro para deixar a minha mensagem escrita.

Com as compras efetuadas, fui almoçar em um restaurante do shopping. Fiz meu pedido e, enquanto esperava, escrevi no cartão a seguinte mensagem:

Boa tarde, Karen.

Quero que receba esse presente como forma de me redimir pelo dano causado à sua calcinha ontem. No entanto, você terá que fazer uma escolha!

Se você escolher a caixinha azul, tentaremos ser apenas boas amigas;

Se escolher a amarela, evitaremos qualquer tipo de contato;

Se escolher a vermelha, continuaremos nossos encontros sexuais.

Para você poder me mostrar a sua escolha, vou te fazer um convite: jantar na minha casa hoje, às 20h.

Beijos,

Sara

Após terminar de escrever, reli a mensagem uma, duas, três vezes. Sentia meu coração pulsar descompassado dentro do peito. Nesse momento, meu prato chegou e comi, pensando em como Karen receberia aquele presente, o que ela sentiria ao recebê-lo e que escolha faria.

Assim que cheguei ao escritório no início da tarde, liguei para um office boy que costumava fazer alguns trabalhos de entrega para o pessoal do escritório. Em menos de quinze minutos, o rapaz estava na minha frente. Então, pedi para fazer a entrega no endereço do trabalho de Karen. Na ocasião, dei mil recomendações para que ele levasse com cuidado para não amassar a caixa e para entregar em mãos. Depois de pagá-lo pelo serviço, retornei ao trabalho.

Durante a tarde, de vez em quando, visualizava o celular para ver se Karen havia me enviado alguma mensagem. Nada. Aquela ausência de notícia me deixou numa ansiedade sem tamanho, duvidando até se ela havia recebido o presente. Como não queria ligar para ela, no fim da tarde, sem aguentar aquela incerteza, liguei para o entregador e ele me informou que havia entregue o presente em mãos. Desliguei o telefone, escorei-me no espaldar da cadeira e bufei. Por que ela ainda não falou nada?

DESVENDANDO O AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora