Capítulo Quatorze - Revelações surpreendentes

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Henrique se afastou abruptamente e eu fechei os olhos, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. A descarga de adrenalina que percorreu meu corpo fez com que o álcool ingerido se dissipasse quase completamente.

— Calma, meu amor! — Ele disse se aproximando dela.

Finalmente, minha voz conseguiu sair da boca:

— Karen, me deixa explicar...

— Calma é o cacete! Como ficar calma vendo vocês se beijarem?! E explicar o quê, Karen? Explicar que vocês têm um caso? Desde quando vocês trepam, hein? Sou muito idiota mesmo!

Queria saber exatamente o significado daquela última frase. Ela se sentia idiota por achar que Henrique a estava traindo ou ela se sentia assim por minha causa, por achar que eu a enganei? Confesso que, mesmo com aquela confusão, queria que ela estivesse se sentindo mal por mim e não por ele. Pelo visto, era chegado o momento da verdade.

— Calma, Karen, nós podemos explicar! — Joguei meu olhar para Henrique. — É melhor você ser homem o suficiente para contar!

— Contar o quê? Que vocês transam há muito tempo?! Que eu sou uma idiota?! Ai que raiva! — Karen dava passos de um lado para o outro.

— Não, Karen! Não é isso! — Respondi.

Nesse momento, Isabela apareceu no corredor perguntando:

— O que está acontecendo aqui, gente?

— Nada, Isa! Eu e o Henrique precisamos muito conversar com a Karen. Diz para o pessoal que nós vamos já para lá, ok? — Enunciei puxando Karen para dentro do quarto de Henrique. — Vem, Henrique!

Logo que entramos no quarto, fechei a porta. Karen se sentou na cama e Henrique se sentou ao seu lado. Permaneci em pé na frente deles.
Alternando o olhar entre mim e Henrique, Karen falou com impaciência:

— Vamos logo, desembuchem! Estou esperando uma explicação!

Devido à embriaguez em excesso de Henrique, achei melhor eu começar a falar:

— Karen, vou direto ao ponto! Eu e o Henrique não nos conhecemos no escritório há alguns meses. Estudamos juntos no colégio, época em que a gente ficou várias vezes e depois nos encontramos numa festa na época da faculdade. Depois dessa festa, nós realmente transamos. Mas aconteceu somente essa vez!

— Me desculpe, Sara, mas é muito difícil de acreditar que tenha acontecido apenas uma vez!

Ajoelhei-me aos seus pés, como quem implorasse, e disse com a voz um pouco trêmula:

— Mas é a verdade, Karen! Você precisa acreditar em mim!

Henrique tocou a coxa da noiva e corroborou:

— É verdade, amor!

— E o que foi aquele beijo que acabei de ver?! — Ela questionou ainda visivelmente chateada.

Virei meu olhar para Henrique e disse:

— Henrique...

Ele deu um longo suspirou e confessou:

— Foi uma estupidez minha, amor. Acho que a bebida me fez querer relembrar a época de colégio... sei lá! Desculpa, meu amor! Sei que errei!

— Sei... a bebida, não é? Sempre a bebida é a culpada... — Karen falou com a voz cheia de ironia.

— Acredita em mim, Karen! Não tenho nada com Henrique.

A situação beirava quase ao absurdo. Karen chateada com o noivo, achando que ele a tinha traído, só que quem era traidora da história era ela. E eu no meio desse emaranhado todo.

DESVENDANDO O AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora