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3 - L'origine Et Le Prélude D'une Prophétie

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Era uma noite fria de inverno, através da janela do quarto de Seokjin era possível ver os flocos de neve caindo e uma coruja chirriar de seu ninho no telhado do grande casarão. Do lado de dentro, a residência era encalmada pelo aquecedor a calha localizado no porão, mas que acalorava toda a casa.

A casa era silenciosa e calma, todos pareciam já terem ido dormir, Seokjin estava em sua cama, envolto por seu felpudo cobertor, cujo o mantinha quentinho, seus olhos se perdiam em meio as palavras escritas em tinta preta em seu mais novo livro, entretido o bastante para deixar sua mente se perder no universo fantasioso do conto. Seu quarto era escuro, porém o garotinho tinha em mãos um pequena lanterna a pilha que o auxiliava na leitura, definitivamente era um garoto de ouro.

Com aquele livro pela primeira vez Kim Seokjin se permitia sonhar e imaginar o reino de Gaia, como uma criança comum, ele vivia um sonho, era como dar vida as palavras. Um sorriso crescia e iluminava seu rostinho a cada capítulo, se imergindo cada vez mais na lenda, até que vozes altas e palavras notavelmente chulas lhe roubaram a atenção, o assustando de modo que o fizesse se encolher na cama e cobrir seu rosto com o cobertor, deixando somente os olhinhos corajosos para fora.

-O senhor não tinha o direito de destruir os livros do Seokjinie - Ha-Yun disse e seu tom de voz se aumentou furiosa.

-Eu não preciso que vossa pessoa me diga isso, já me arrependi de ter feito tal coisa - Myung-Dae disse rígido.

-Se arrepender agora não vai mudar o fato Myung-Dae, vostede ao menos pediu desculpas à ele, por que o trata como se fosse uma pedra no seu sapato? Ele é seu filho...

A voz rouca e assustadora de seu pai dominou o cômodo acompanhada da voz alta e estridente de sua mãe, eles pareciam brigar e o motivo de tudo era obvio para o pequeno Jin, que se culpava por causar tal desordem em seu lar.

"Eu sou um péssimo filho, agora a mamãe vai ficar triste de novo e é tudo minha culpa" Seokjin repetia mentalmente para si mesmo.

-Ele é um garoto tão doce, o que ele tanto fez para que o castigue assim?

-O QUE ME IRRITA É QUE MESMO SENDO MEU FILHO, QUANDO EU OLHO PARA ELE, É MEU IRMÃO QUE EU VEJO, ELE SE PARECE TANTO COM O YOUNG-JAE E EU NÃO VOU DEIXAR QUE ACONTEÇA O MESMO COM O MEU FILHO - Myung-Dae aumentou seu tom de voz, saindo de si - E O QUE EU PUDER FAZER PARA QUE ELE NÃO TERMINE EM UM CAIXÃO, EU FAREI, NÃO PUDE IMPEDIR MEU IRMÃO DE SONHAR, MAS O SEOKJIN EU POSSO E VOU!

-Ele é só uma criança, deveria ter uma infância normal como qualquer outra, correr na lama, nadar no lago, se pendurar em árvores para pegar frutos, ele deveria sonhar, ter imaginação, ele pode sonhar em ser um astronauta ou imaginar ser um super herói, eu quero que ele cresça feliz e não traumatizado - Ha-Yun disse.

-EU ESTOU TENTANDO TORNA-LO FORTE PARA O MUNDO REAL!

-Mas você alguma fez já perguntou a ele o que ele queria? Aposto que não, porque você se quer se importa... Ele odeia essas aulas violentas em que você o obriga fazer, não vejo problema que meu filho seja apaixonado por livros, os livros contém aventuras, nos faz sonhar, nos faz se apaixonar e eu tenho orgulho de ter um filho que procure por isso, que tenha sede de conhecimento - A mulher dizia.

-É FÁCIL DIZER ISSO PARA VOCÊ, NÃO FOI VOCÊ QUE VIU SEU IRMÃO SER MORTO PELO SEU PRÓPRIO SONHO, NÃO FOI O SEU SONHO QUE TE PISOTEOU ATÉ A MORTE - O soldado não tinha culpa de seus traumas da juventude, havia presenciado muitas tragédias e isso o tornara frio.

-Nem o seu Myung-Dae, eu sinto muito pelo que aconteceu com Young-Jae, eu sou uma das poucas pessoas que entendem o quanto você sofreu, porque eu também sofri essa perda, mas o que aconteceu com ele não foi culpa dos seus sonhos, não pode culpa-los pelo resto da vida e também não pode continuar a se culpar por não chegar a tempo, é o seu filho que está sofrendo as consequências dos seus traumas - A esposa tentava de todas as maneiras o conscientizar de seus ideais mesmo sabendo que era em vão.