Passei a noite em branco porque tinha dormido o dia inteiro. Não me sentia triste, me sentia divertida por me lembrar da cena na piscina, foi muito engraçado. As palavras de Diego me magoaram mas, eu percebi que o que sentia por ele era desejo sexual, nada mais. Por isso, tava me cagando se ele só me queria para transar ou não, eu queria a mesma coisa.
(...)
Marco apita com aquela coisa irritante pela milésima vez e todos os monitores acordam, eu já estava acordada então, só observo as suas caras sonolentas. Tive uma grande vontade de correr para Mafalda e de contar todos os acontecimentos passados na minha vida, mas eu simplesmente não podia.
- Pessoal, quero todo o mundo limpando o "local do crime", no caso a cantina que parece um chiqueiro! - nos avisa.
Essa era a pior parte de uma festa, ter de limpar tudo depois.
Passamos assim, toda a manhã limpando a cantina, que realmente estava nojenta.
Diego
Eu não podia acreditar que aquela garota chata me tinha empurrado para a piscina, ainda por cima com as minhas botas preferidas. Além disso, disse que nunca mais iria cair no mesmo erro, o que é mentira. Ninguém conseguia resistir aos meus encantos, eu Diego Silva nunca tinha sido rejeitado por nenhuma garota, também não ia ser por aquela.
Sai da piscina e fui tomar um banho rápido, vesti uma roupa seca e fui à rua outra vez para fumar um cigarro. Eu tinha de me acalmar. Eu não bebia por causa do surf mas, eu não conseguia parar de fumar, era um vício péssimo. Fiquei ali sentado no parapeito da janela da cantina fumando e pensando como a minha vida era uma merda. Eu não fazia nada da vida, tinha esse emprego de verão e depois disso no resto do ano, engatava umas vadiazinhas e era só isso. Não tinha pais, fui criado pelos meus avós e nunca contribui para a felicidade deles porque só arranjo problemas, sempre arranjei. O sonho da minha avó era que eu fosse para a faculdade mas, classificações boas na escola nunca foi o meu forte e mesmo se as tivesse não ia, só os nerds vão para a faculdade.
Ouço meu celular tocando no bolso do meu moletom e vejo quem é: Jaime.
O que esse cara quer a essa hora?
- E aí mano!!!! - ouço barulho no fundo.
- O que quer Jaime?
Eu e Jaime nos conhecemos no ensino médio e desde daí somos companheiros. Não sei se o posso chamar de amigo pois, para ser amigo implica ter de gostar dele e eu não gosto de ninguém.
- Não ouve?- ele para de falar e consigo ouvir vozes femininas.- Vem aqui na boate principal cara, tá cheia de mulher gostosa!
- Não me parece. Já tive minha dose hoje. - Eu tava cansado de tanta merda hoje.
Jaime não era um cara legal, e eu também não. Ele só queria saber de três coisas: drogas, álcool e mulheres. Eu conseguia ser um pouco melhor do que ele nesse aspeto, a pesar de ele ser mais simpático.
- Tá de brincadeira? Que fraco! Que gayzinho! - implica comigo.
Eu não era um "gayzinho"!
- Tá eu vou!- digo.
Dispo meu moletom e o coloco nos bancos de trás do carro ficando só de camiseta.
(...)
Essa boate estava lotada. O cheiro de tabaco entra pelas minhas narinas e automaticamente pego num cigarro tirado do meu bolso e o acendo na minha boca.
Ando por todo o lado da boate tentando achar Jaime. Passado algum tempo de busca o vejo sentado num sofá nas laterais da balada com quatro moças à sua volta, duas de cada lado.
- Fique aí Diego, guardando o meu lugar.- ele se levanta rapidamente sem me cumprimentar e eu obedeço me sentando no lugar dele. As mulheres sorriem e passam as suas mãos pelo meu peitoral, eu as afasto e peço que saiam, estava sem paciência.
Quando ele volta traz duas bebidas nas mãos e me pergunta:
- Então, deixou escapar as gatinhas?
Ele era uma pessoa muito animada, isso me irritava.
- É.- respondi simples.
Ele me passa uma cerveja. Jaime estava farto de saber que eu não bebia mas, ainda assim não estava nem aí. Uma cerveja não fará mal, penso.
(...)
Como copo puxa copo, já estava na sétima cerveja e como não estava habituado a beber já não me sentia consciente.
- Nos tire uma foto, gatinha!- pede Jaime a uma garçonete com uma saia curtíssima.
Ela pega no seu celular e nos tira uma foto.
(...)
Já não sei em quantas cervejas é que vou. Umas 30? Ou 40? Eu sei lá. Mal me consigo colocar em pé e já perdi Jaime, provavelmente está comendo aí uma vadia.
Vejo tudo turvo e já não me estou divertindo, estou entrando em desespero, é por isso que eu não bebo. Me sento no chão da pista de dança, não me estava sentido bem, não queria saber das outras pessoas. Estar sentado ainda é pior, parece que estou sentado num pula pula. Me levanto novamente com dificuldade.
- Tá tudo legal, Diego?- vejo o rosto de Jaime quebrada. O que está acontecendo?
- Isso per-gun-to eu. O que aconteceu com o seu ros-to?- não consigo falar normalmente.
- Eu estou normal. Está alucinando?
Eu deveria estar mesmo. Por alguns segundos fica tudo escuro e eu me tento segurar para ficar em pé mas, não consigo e bato com a cabeça no chão com força, muita força.
O que será que vai acontecer nos próximos capítulos?
Esperem aí para saberem!
Queria agradecer a todos que ainda não desistiram de mim! Beijo a todos.
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Garota do campo [FANFIC HERO FIENNES-TIFFIN]
FanfictionCarolina é uma garota comum e simples. Vive em uma humilde casa no campo com a sua avó e com a sua mãe em Portugal. A sua vida não é nada interessante até a sua mãe decidir que Carolina deve arranjar um emprego de verão numa colónia de férias, onde...