Revólver - Capitulo 37

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Carolina

Acordo sem saber onde estou mas, logo percebo que estou na minha cama na colônia. Não me recordo de como fui ali parar.

- Oi. - olho para o lado lentamente e percebo o rosto de Diego e de Mafalda me olhando.

Aí as memórias da noite passada me consomem. Fico imediatamente com vontade de chorar.

- Oi. - respondo simples e viro o rosto incomodada.

- Não quer falar? - pergunta a voz grossa de Diego.

Será que eles sabiam? Espero que não. Iria ser um segredo só meu.

- Não tenho nada para falar. - digo indiferente, encolhendo os ombros.

- Eu acho que tem sim. - percebo que Diego se levanta e tenta virar o meu corpo. Mas eu coloco toda a força que tenho para ficar imóvel.

- Pare. - diz Mafalda, impedindo Diego. - Quando quiser falar sobre o que aconteceu ontem avise, tá? - eles sabiam, porra.

Rezo para que ela esteja falando de outra coisa e seja um mal entendido da minha parte.

- E o que aconteceu ontem? - finjo que não sei para obter a resposta.

- Você foi estuprada. Precisamos saber quem fez isso com você. - Assim que ouço isso vindo da boca de Mafalda me viro imediatamente para eles.

Já estava chorando.

- Não quero arranjar mais problemas, a única coisa que eu fiz desde que aqui cheguei. - digo entre soluços.

- VOCÊ VAI DIZER SIM! - Diego grita e eu me encolho, chorando mais.

Ele começa andando de um lado para o outro na camarata.

- Posso ficar sozinha? - pergunto.

Não me respondem, apenas saiem do quarto.

Saio da cama com dificuldade, sinto o meu corpo dolorido e minha cabeça parecia poder explodir a qualquer momento. Estou extremamente desconfortável, com a roupa da festa ainda, maldita roupa. Assim que cheguei no local para tomar banho, coloco minhas calcinhas na lixeira, nunca mais poderia olhar para aquilo sem ter recordações.

A água quente bate nas minhas costas e alivia uma pequena parte da dor que sinto. Eu sabia que aos poucos a dor física iria passar mas a dor psicológica e o trauma iriam ficar marcados para sempre na minha vida.

Diego

Ando de um lado para o outro no corredor. Mafalda olha para mim como se estivesse assistindo a um jogo de tênis.

Se Carolina não quisesse falar, eu mesmo iria descobrir.

- Vou à mansão dos "Bad blood". - digo a Mafalda, procurando as chaves do carro no meu bolso.

- Tá louco? Você não sabe o que essa gangue tá aprontando! Sabe perfeitamente que não é um local seguro.

Eu sabia que não era um local seguro mas, o que importa? Não deixava isso passar em branco.

Garota do campo [FANFIC HERO FIENNES-TIFFIN]Onde histórias criam vida. Descubra agora