- O que você fez? - corre Mafalda para o meu quarto.
- O que tinha de ser feito. - digo encolhendo os ombros. A adrenalina já tinha passado durante o caminho. Eu matei uma pessoa mas e daí se só foi um idiota estuprador.
- Diga o que você fez, Diego?!?- pergunta de novo com ar autoritário.
- Matei o cabrãozinho, como é óbvio.
Ela coloca a mão na boca, chocada com o que acabara de ouvir.
- Que cabrãozinho? E agora? E a polícia?
- Eduardo. Acha mesmo que Jaime me deixa ficar mal nisso? É só esconder o corpo e ninguém dá por isso. - na "Bad blood" ninguém se relacionava com as famílias então, ninguém ia reparar mesmo. Iria ficar entre mim e aquela ganguezinha.
- E se eles contam à polícia? - pergunta nervosa. - Afinal eles eram amigos de Eduardo, não?
- Pense um pouco, Mafalda. Acha que eles vão colocar a polícia nisso? Se eles contarem, a polícia vai descobrir a gangue. Eu sei lá se eles são amigos, estar naquela gangue dá muito dinheiro, eles traficam droga. Estão se cagando para Eduardo ou qualquer um deles.
- É verdade. Mas você o MATOU!
- E ele ESTUPROU a Carolina! Você não é amiga dela?- pergunto.
- Tem razão. Esse Eduardo era um idiota. - concorda comigo.
- É, e ele teve o merecido. - começo a andar para ver como está Carolina.
- Não fale dessa maneira. - me repreende. - Não fale como se assassinar alguém fosse a coisa mais normal do mundo.
Não respondo e continuo a minha caminhada.
Bato na porta quando chego à camarata e abro. Vejo um volume em baixo dos lençóis, era o corpo de Carolina.
- Oi. - começo.
- Oi. - ela me responde e olha para mim. Parecia estar melhor.
- Como se sente? - pergunto.
- Melhor. - tal como eu pensava e ainda bem. - onde você e Mafalda estiveram?
- Só trabalhando aqui na colônia, nada de mais. - minto. Acho que não era bom dar uma notícia daquelas, talvez mais tarde.
- Ok. - responde não tendo interesse. Não era a Carol que tinha milhares de perguntas que eu conheci.
- Te amo. - digo sem pensar. Automaticamente olho em volta para perceber se alguém estava ali escutando, dou graças a Deus por Mafalda não me seguir até ali. Eu amava Carolina? Não sei mas, agora já estava dito.
- O quê? - ela pergunta, realmente parecendo que não ouviu.
- Nada não, uma coisa sem importância. - digo. Ainda bem que ela não ouviu. Eu não tinha a certeza daquilo que tinha dito. Eu não sabia o que era amar.
- Tá. Eduardo, é o nome. - Ela confessa. Nada que eu já não saiba.
- Nome de quem? - faço de desentendido.
- Nome do garoto... do garoto... que me estuprou. - deveria contar que há minutos atrás aquele otário foi desta para melhor? Foda-se.
- Já não tem de se preocupar mais com esse garoto.
- Como assim? - ela me pergunta.
- Morreu. - prefiro não dizer que fui eu o culpado por isso, só digo caso ela me pergunte.
- Morreu? Como? O quê?! - fica espantada.
- Morreu hoje.
- Mas como? Meu Deus. Como sabe isso? - já estava começando com suas perguntas irritantes.
- Assassinado. Apenas sei. - respondo às suas perguntas.
- Quem o matou? - aqui está a pergunta da qual eu não queria responder.
- Eu. - esqueci de como Carolina se poderia sentir ao ouvir isso mas, simplesmente respondi.
Ela engole em seco e não diz nada. Permanecemos em silêncio e eu também engolo em seco pela merda que tinha saido da minha boca.
- Como sabia que tinha sido ele? - ela quebra o silêncio e me faz essa pergunta. Fico admirado por ela não ficar furiosa ou começar a chorar.
- Eu fui na casa dos "Bad blood" e aquele cara de pau simplesmente me disse. Eu tinha a arma de meu avô e não hesitei. Ele mereceu, não se sinta culpada por isso.
Ela olha para mim com seus olhos brilhando. Não consigo perceber se vai começar a chorar ou se está feliz por aquilo. Ela se coloca de joelhos na cama ficando ao meu nível. Por momentos achei que eu ia levar um tapa mas, ela me beija. É um beijo suave mas muito bom, junto com as suas lágrimas. Quando aquilo acaba, eu limpo as gotas de água que escorrem pela sua face.
- Você vai preso? - ela me pergunta no meu peito.
Por fim de explicar tudo, tal como expliquei a Mafalda, Carolina relaxa e acaba por adormecer no meu colo. Coloco-a deitada na cama devagar para não a acordar e me deito ao seu lado. Acabo por adormecer também.
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Garota do campo [FANFIC HERO FIENNES-TIFFIN]
FanficCarolina é uma garota comum e simples. Vive em uma humilde casa no campo com a sua avó e com a sua mãe em Portugal. A sua vida não é nada interessante até a sua mãe decidir que Carolina deve arranjar um emprego de verão numa colónia de férias, onde...