Capítulo Treze

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Já são quase duas horas da manhã, e Chloe está dormindo um sono profundo ao meu lado. Faz mais ou menos uma hora que ela apagou e eu só fingi que dormia, mas estava agitada demais para adormecer, olhando a toda hora para o relógio do meu celular, prestando a atenção nos sons do lado de fora do quarto. Ouvi a porta se abrir quando a mãe de Chloe chegou. Ela não veio dar boa noite para a filha, apesar da luz do quarto estar acesa. E Chloe não se incomodou em ir falar com a mãe, só resmungou, meio ranzinza “minha mãe chegou, que ótimo”. E deixou por isso mesmo. Chloe não sentiu necessidade de me apresentar a ela – não que eu quisesse passar por isso – e também nunca fala muito dela. Aparentemente, sua relação com a mãe não é muito boa, assim como com seu irmão.

E por falar em Blake. Ele saiu de casa pouco depois que nós chegamos aqui, como sempre, agindo com indiferença na minha presença, como se nada tivesse acontecido entre nós na semana passada. E até agora, não ouvi ele voltando. Será que ele vai demorar muito para chegar? Não que eu me incomode de passar a noite toda esperando por ele – duvido que eu vá conseguir dormir. E se ele decidir dormir na casa de um amigo? Ou pior, de uma ficante? Não posso pensar nessa possibilidade. Não vou suportar esperar mais uma semana para ficar com ele.

Quando estou me consumindo com esses pensamentos, ouço mais uma vez a porta da frente do apartamento sendo aberta. Meu coração acelera no peito. Será que é ele? Só pode ser, quem mais seria?

Levanto da cama fazendo o mínimo de movimentos possíveis para não acordar Chloe – espero que seu sono esteja mais pesado do que na semana passada – e vou tateando até a porta do quarto. Abro uma fresta da porta e espio do lado de fora. A porta do quarto dela dá de frente com a sala e a entrada do apartamento. A luz de lá está acesa e por isso eu consigo ver Blake tirando sua jaqueta de couro e jogando no sofá, ficando só com a camiseta preta e a calça jeans de lavagem escura que pende nos quadris magros. Meu sexo pulsa com a visão dos seus braços fortes e magros e aquele rosto angelical. Minha nossa, como ele é gostoso!

Não posso mais ficar aqui parada, meu sexo está chamando por ele.

Volto a fechar a porta devagar. Respiro fundo e então a abro pra valer, saindo do quarto. Tento parecer casual, com a mesma camiseta preta puída que Chloe me emprestou novamente e com a calcinha branca estilo tanga. O cabelo loiro solto e caindo por sobre os ombros, sem adornos.

Blake, que está na mesa da sala de jantar que divide o espaço com a sala de estar, sem divisórias, bebendo uma latinha de cerveja, nota minha presença de cara. Fecho a porta do quarto e fico parada na frente da porta, como se não esperasse pegar ele ali.

Ele me olha sério, e por um segundo, temo que ele vá agir com indiferença novamente. Mas ele abre um sorriso malicioso e me seca com o olhar.

- Acordada até tarde? – é a pergunta que ele me lança, cheia de duplo sentido.

Mordo o lado inferior com os dentes da frente, me empertigando no lugar.

- Só vou pegar um copo de água – minto, sem ter outra coisa para dizer. E me acho ridícula por isso. Agora vou ter que ir pegar o copo de água.

Desencosto da porta e vou em direção a pequena cozinha, adjacente. Faço toda a encenação de pegar um copo do escorredor, encher com água da torneira e beber. Bebo lentamente, olhando de relance para a porta da cozinha.

Nada. Ele não aparece na cozinha.

Me demoro o máximo possível, terminando o copo em muito mais tempo do que seria necessário e depois enchendo mais um copo e me demorando mais ainda nesse segundo copo.

Ele não aparece.

Deixo meus ombros caírem, desanimada. Que ridículo. Eu achei mesmo que ele viria atrás de mim como da última vez? Claro que não! Aquele dia foi só uma exceção.

Almost Love - Volume 1 | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora