Capítulo Vinte e Três

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- Perrie! Chegamos! – ouço a voz da minha mãe vinda da sala de estar.
Ela nem precisava ter gritando meu nome, pois quando ouvi o barulho do carro estacionando e a porta da frente sendo aberta, já me levantei da cama.

- Oi, mãe! – eu a cumprimento com entusiasmo, sentindo um friozinho incômodo na barriga ao vê-la com um vestido rosa-shocking elegante e ainda assim casual e meu pai vindo logo atrás com uma camisa de manga curta festiva e calça cáqui.

Mamãe me abraça, como se não me visse há anos. E, definitivamente, aconteceu tanta coisa nesses últimos dois dias, que pareceram mesmo anos.

Ela se afasta e olha bem para o meu rosto, como se estivesse procurando algo. Fico paralisada, temendo que qualquer movimento meu possa me entregar.

- Você parece diferente – ela comenta, com a testa meio franzida.

- Diferente... Como? – meu coração bate forte no peito.

- Não sei, parece mais... madura.

Meus olhos se alternam nos dela, como se minha testa gritasse. Eu transei pra caralho esse final de semana! Sim, mamãe, eu perdi minha virgindade aqui, bem debaixo do seu teto, da forma mais devassa que se possa imaginar.

- Que papo é esse de que minha filhinha está ficando madura? – meu pai se intromete na conversa, largando as malas na entrada da casa – ela só tem 14 anos, ainda é um bebê.

- Pai! – eu reclamo, corando de vergonha, mas no fundo, agradecida pela perda da minha virgindade não ser tão marcante assim.

- É verdade – ele continua – você ainda é minha princesinha – e com isso, ele me pega e me gira nos braços.

- Para pai! – eu peço, rindo, porque nunca me canso de ser a filhinha do meu pai.

Ele para de me girar e seus olhos se detém em algum ponto no alto da escada. Minha mãe olha para lá também e por fim, eu.

Descendo os degraus lentamente, olhando para nossa família, está Chloe, ainda vestida só com a camiseta e o shortinho que eu lhe emprestei para dormir. Nós duas estávamos dormindo quando meus pais chegaram e eu não quis acordá-la.

Ou talvez, só estivesse adiando o momento de apresentá-los.

- Você deve ser a amiga que eu tanto ouvi falar – minha mãe fala primeiro, quando Chloe por fim chega ao fim da escada, perto da onde estamos – muito prazer, sou Laura, a mãe da Perrie. E esse é o pai da Perrie, George.

Chloe olha de um para o outro, com um olhar meio malicioso. Congelo, sem saber se ela vai falar as coisas certas, ou se vai estragar tudo.

Também me sinto desconfortável com as roupas que ela está usando. Já fiquei na frente dos meus pais com essa mesma combinação de roupas, mas nela parecem um pouco obscenas. Dá pra ver os bicos dos seus seios através do tecido e o shortinho subiu mais na sua bunda, deixando a mostra a poupa.

Chloe abre um sorriso simpático e adorável, que a faz parecer uma doce menina inocente.

- Chloe – ela se aproxima, estendendo o braço, e aperta a mão da minha mãe e depois do meu pai – muito prazer em conhecê-los.

- O prazer é todo nosso – meu pai responde com simpatia, enlaçando a cintura da minha mãe e a aproximando mais de si – vocês, meninas, já tomaram café da manhã?

- Ainda não – eu respondo, um pouco menos apreensiva.

- Então vamos tomar todo mundo junto – minha mãe convida – assim podemos conhecer melhor a Chloe.

- Por mim tudo bem – responde Chloe, toda sorrisos.

Meu coração retumba quando seguimos meus pais para a cozinha. Chloe, como sempre, age com extrema confiança.

O café da manhã corre as mil maravilhas. Chloe consegue conversar numa boa com meus pais, sem falar de assuntos indevidos, e meus pais caem de amores por ela, rindo e dizendo que menina doce ela é.

Rá! Se eles soubessem...

- Seu pai é bem bonitão – diz Chloe, depois do café da manhã, quando estamos sozinhas no meu quarto.

- Como é? – eu digo, rindo do que ela disse.

Deitada na cama, ela brinca com a ponta de um dos meus travesseiros.

- É, para um cara mais velho, ele está bem conservado – ela continua – parece jovem demais para ser pai. Eu com toda a certeza pegaria.

Franzo as sobrancelhas.

- Eca! – eu digo, com uma imagem horripilante de Chloe beijando meu pai.

Sei que meu pai é jovem e bonito. Isso não tem como negar. Mas não gosto de pensar nele sendo atraente. Afinal, ele é meu pai. E é velho demais para garotas da minha idade se interessarem por ele.

- Qual o problema? – Chloe pergunta daquele seu jeito cínico.

- Ele tem 40 anos, isso é nojento – eu sento ao lado dela na cama.

Ela rola e fica de costas, ainda agarrada ao travesseiro.

- Eu não acho. Eu pegaria um cara mais velho.

Arregalo os olhos, meio enojada.

- Tipo, bem mais velho?

Ela assente.

- Credo, Chloe! Isso seria, tipo, pedofilia, que nojo!

- Não seja criança, Perrie! – ela rola mais uma vez, deitando de bruços, a camiseta subindo e revelando o short, que  parece mais uma calcinha – você não pensa em como seria bom sair com um cara experiente? Que saiba fazer mais do que esses garotinhos com quem a gente sai?

Continuo fazendo careta.

- Não, isso ainda é grotesco.

Ela grunhe de frustração e volta a se deitar de costas.

- Bom, eu pegaria o seu pai.

A insistência dela em dizer isso me incomoda. Sei que ela está só brincando, mas mesmo assim, tenho a necessidade de enfatizar:

- Bom, meu pai só tem olhos para a minha mãe.

Com o olhar meio perdido, Chloe responde de forma distraída:

- Sorte a dela.

*

Parece que tudo deu certo no fim das contas. E agora, o que vai acontecer daqui pra frente? 😉

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