Capítulo Vinte e Oito

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Depois que saímos da casa do Victor, vamos para a casa da Chloe, como tínhamos combinado. Blake não está quando chegamos. Já é quase fim de tarde, e geralmente, nesse horário, ele já saiu para se encontrar com seus amigos. Fico meio aliviada de não ter que vê-lo ainda. E ainda sim, me sinto ansiosa com a possibilidade de vê-lo depois. Estou dívida entre esses dois sentimentos; a vergonha por ele ter me humilhado e a vontade de esfregar na cara dele que não sou mais a menininha virgem de algumas semanas atrás. Mas isso também me deixa desconfortável. Será que Blake vai me achar uma puta se souber que eu transei várias vezes e em posições bem safadas? Isso com três pessoas ao mesmo tempo. Sendo uma delas a sua irmã.

Claro que eu não preciso falar com todos os detalhes. Só preciso me gabar por não ser mais virgem.

Só que isso levanta uma questão importante; quero fazer isso para me mostrar superior a ele, ou apenas para que Blake me ache vivida e interessante e queira, enfim, me comer?

Prefiro não responder a essas perguntas.

Passo a noite distraída, assistindo um filme com a Chloe, como fazemos todas a sexta, sem realmente prestar atenção no que estou vendo, ansiosa, sem querer admitir que estou contando as horas e esperando Blake chegar.

Como sempre, Chloe cai no sono antes de mim e eu fico desperta, prestando atenção em todos os sons da casa.

Não vou levantar para me encontrar com Blake hoje.

Mas e se me der sede?

Você sabe que isso é só uma desculpa!

É. Uma desculpa que eu VOU usar.

Depois de discutir com o meu inconsciente pelo tempo que leva para Blake chegar em casa, decido que preciso por um ponto final na minha obsessão em Blake. Vou esfregar na cara dele, que apesar dele não querer tirar minha virgindade, outro cara quis e mandou muito bem. E que não preciso dele. Que sou uma mulher muito bem resolvida.

É isso que me convenço a fazer, quando abro a porta do quarto e saio para pegar “um copo d'água”.

Do lado de fora, a luz está acesa, e Blake está encostado na mesa da cozinha, olhando para mim como se estivesse me esperando

Com um copo d’água.

Meu sexo se comprime com a visão dele. Faz literalmente muito tempo que não o vejo e tinha me esquecido como ele é gato. Com sua magreza e ainda sim musculosa, seu rosto encovado e o cabelo cortado a navalha, ele me atrai como abelha no mel.

Minhas pernas ficam bambas e não sei se vou conseguir sair do lugar ou falar qualquer coisa pra ele. Blake me fez regredir um mês e me sentir tão boba quanto a menina virgem que eu costumava ser.

- Veio beber água? – ele fala num tom brincalhão, como se compartilhássemos esse segredo.

E, bem, nós compartilhamos.

Estranhamente, isso me relaxa e eu acabo sorrindo.

- Pois é – eu digo e me volto para a porta da cozinha.

- Tenho um copo de água bem aqui – ele fala de forma suave, oferecendo o copo em sua mão.

Meu coração bate mais rápido e fico em dúvida se devo ou não aceitar compartilhar do seu copo. No fim, acabo sendo impulsionada para ele.

- Obrigada – eu agradeço timidamente, pegando o copo da sua mão. Nossos dedos se tocam nessa troca de posse, e eu me arrepio de desejo.

Nossa, tinha me esquecido do efeito que Blake tinha sobre mim.

Almost Love - Volume 1 | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora