Almost Love - Volume 1 | ✓

Capítulo Quarenta

- Eu vou gozar... - geme Victor, com o corpo suado pressionando o meu, mas eu já perdi todo o interesse no que estamos fazendo.

Chloe está nos vendo, parada quase exatamente no mesmo lugar em que Duncan esteve poucos minutos antes. Ela olha para nós de um jeito sério, que não consigo interpretar muito bem. Parece que ela está contendo a raiva por ver nós dois juntos. Seu olhar é carregado de um veneno mortal, e por um segundo que dura uma eternidade, eu espero ela saltar em cima de nós, gritando e batendo em nós dois.

Mas ela não faz nada disso.

Sem dizer uma palavra, Chloe vira de costas e sai andando como se tivesse que ir a um lugar mais interessante.

É nessa hora que eu acordo de vez.

Empurro Victor de cima de mim, bem quando ele está gemendo e prestes a gozar. Bêbado do jeito que ele está, cambaleia para trás aos tropeços como um peso morto. As calças se arriando e o gozo recém saído do pênis escorrendo por ele todo, antes que tivesse a chance de entrar em mim.

- Mas que porra! - ele xinga, se vendo todo sujo.

Não fico ali para ajudar ou ouvir ele me xingar. Tenho coisas mais importantes para resolver.

Abaixando meu vestido, vou atrás da Chloe. Ela não está mais no quintal, então entro na casa, rezando para não me encontrar com Duncan. Se eu tiver sorte, ele já vai ter ido embora, depois da ceninha que viu. Afasto ele da minha mente antes que a culpa por eu o ter desprezado e depois me atracado com outro cara me atinja.

Por enquanto, já é demais ter que lidar com o fato de que eu estava transando com o cara de quem minha melhor amiga é afim.

Sei que Chloe nunca admitiu isso, mas eu vi como ela ficou. É óbvio que ela sente alguma coisa pelo Victor. E mesmo que ela tenha transado com o Clay, isso foi só uma forma de fugir desse sentimento. E me ver com Victor com toda a certeza a fez sentir a dor de estar sendo traída. E pela melhor amiga!

Merda. Preciso me explicar a ela, dizer que eu estava bêbada demais, e que se estivesse consciente, nunca teria transado com ele.

Atravesso a casa e não a vejo no meio daquela mundão de gente. Será que ela foi embora? Eu cogito essa ideia, e dou uma olhada na entrada da casa. Para minha sorte, é lá mesmo que Chloe está.

Respiro aliviada e saio para a rua deserta de madrugada. Chloe está na ponta da calçada, olhando para a rua onde nem uma alma viva passa, tragando um cigarro.

Ver ela fumando me pega tão desprevenida, que é essa a primeira coisa que eu penso em perguntar:

- Desde quando você fuma?

Não posso acreditar que Chloe fume escondido e nunca tenha me contado nada.

Ela se volta para mim, sem expressar nada.

- Desde nunca - ela bate as cinzas no meio-fio - só fumo de vez em quando. Peguei esse com um cara lá na festa - ela dá mais um trago, sem engasgar, como uma profissional - quer?
Nego com a cabeça.

Ela continua fumando em silêncio e eu me sinto bastante sóbria para me sentir culpada. Não consigo ficar ao lado dela sem tocar no assunto.

- Você está puta comigo?

- Por que eu estaria puta com você? - ela devolve a pergunta, com toda a calma do mundo.

- Por ter me pego transando com o Victor - minhas bochechas esquentam de vergonha.

Chloe ri, soltando a fumaça do cigarro no ar.

- Perrie, eu já vi você e o Victor transando um milhão de vezes. Por que isso iria me deixar puta?

- Porque você e o Victor...

- Não tem nada entre mim e o Victor! - ela me corta bruscamente, como se já estivesse cansada de entrar nesse assunto.

Mesmo assim, eu insisto:

- Ele me disse que se declarou para você.

- Ele pode até gostar de mim, mas eu não gosto dele - ela responde de pronto.

Ela está mentindo.

- Sabe, a única coisa que me deixou puta mesmo, foi ver você repetindo o prato - ela joga a atenção para mim, como ela sempre faz quando quer fugir de um assunto - pensei que tivéssemos combinado de não pegar os mesmos garotos.

Ela olha para mim como uma mãe que dá a bronca na filha desobediente.

Não vou deixar ela escapar ilesa dessa vez.

- Você está falando de mim? E quanto a você e o Clay? - eu a acuso, feliz por ter essa carta na manga - eu vi vocês transando mais cedo.

Pela primeira vez, consigo deixar Chloe vermelha de vergonha.

O que só dura dois segundos.

- Bom, tecnicamente, não foi uma repetição, porque Clay e eu nunca tínhamos transado de fato - ela se justifica, como uma boa advogada - e eu só transei com ele para saber como era.

Assim como eu e Duncan.

Empurro ele para longe.

- E como foi? - eu a questiono.
Chloe dá de ombros.

- Nada mal. Mas não bom o suficiente para eu querer ficar com ele de novo - ela traga mais uma vez e olha para mim - e você?

- Eu... o quê?

- Vai repetir a dose com o Victor? - ela ergue uma sobrancelha, quase em desafio.

Conheço Chloe o suficiente para saber que ela está me testando.

Não que eu fosse dar a resposta errada, é claro.

- Não. Para mim já era - falo o que eu sei que ela quer ouvir.

Chloe abre um sorriso de aprovação contido.

- É isso aí - ela joga a bituca de cigarro no chão, e pisa em cima com suas sandálias de salto fino - chega de repetir os pratos. Vamos atrás de coisas novas a partir de agora - ela entrelaça o braço com o meu e começa a me levar pela calçada, para longe da festa - somos jovens demais para sossegar com um cara só. Temos que curtir um pouco, sair com muitos caras diferentes, experimentar. Pra quê ter o amor verdadeiro agora, se podemos aproveitar o quase amor? - ela ri para mim.

Andando com Chloe, penso em tudo o que ela diz, e em como ela tem razão. Ainda somos jovens, e precisamos curtir bastante antes de se apegar a um só. E agora que os únicos garotos que eu já quis me acham uma puta, eu não tenho mais nada a perder.

Vou ficar com o quase amor.

Por enquanto...

✨Fim do Volume Um✨

*

Então, chegamos ao final do volume I dessa série!

E aí? O que acharam?
Estão ansiosos pela continuação?

Eu sei que eu estou em saber o que vocês vão achar!

✨ Vote, pois seu voto é muito importante para dar engajamento ao livro ❤️

✨ Comente, pois sua opinião é muito importante para eu saber o que está achando da história ❤️