1.6

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175 horas após o sequestro de Zayn Malik.
Idilib, Síria. - Base do exército Americano.
7 horas de interrogatório.

Definitivamente eu já havia perdido as contas de a quantas horas eu estava aqui, o lugar sujo com cheiro de mofo completamente fechado sem uma janela sequer, haviam apenas duas cadeiras aqui, uma onde eu estava sentado e outra onde ele estava sentado. O Russo provavelmente deve ter recebido algum nível de treinamento para interrogatórios já que não havia aberto a boca uma vez sequer o que já estava me deixando ainda mais sem paciência do que eu já estava a dias.

Seu semblante continuava calmo, sereno, como se a minha presença não fizesse a menor diferença para ele.

— Tá legal. - disse frustrado levantando da cadeira e indo em direção a porta.

— Não tem nenhum prisioneiro na base. - disse ele quando eu estava prestes a abrir a porta, franzi a testa confuso olhando para ele que ficou mudo logo após dizer esta frase, fui até ele ficando a sua frente e cruzando os braços na altura do meu peito.

— De que merda você tá falando ? - perguntei irritado, ele me olhou por um instante antes de sorrir sem mostrar os dentes fazendo meu sangue ferver.

— Cara eu não tô afim de brincadeiras, abre a merda da sua boca de vez. - digo sério.

— Só conto se você me soltar. - disse simples, o sotaque russo bastante forte presente nas palavras em inglês bastante enroladas.

— Se você me disser, eu te solto, depois de confirmar as suas informações. - digo assistindo ele sorrir mais uma vez e desviar os olhos de mim olhando em direção a porta.

— Na minha base, não há prisioneiros, eles ficam em outro lugar. - disse simples me fazendo erguer a sobrancelha direita esperando que ele dissesse mais alguma coisa.

— Isso é tudo. - disse ele, chutei a perna da cadeira onde ele estava amarrado fazendo com que ela se desequilibrasse e quase caísse no chão, segurei ela antes que isso acontecesse aproximando meu rosto do dele já sem paciência pra joguinhos.

— Isso não é tudo. - respondi olhando diretamente para ele, assistindo ele engolir em seco, segurei seu rosto com força com a minha mão direita — Se você não me disser onde o paquistanes que a sua gente pegou está você não sai daqui vivo.

O homem a minha frente arregalou os olhos parecendo nervoso e engoliu em seco.

— Se eu disser eu vou morrer, se não disse também não então porque eu diria ? - perguntou ele mesmo parecendo assustado, eu sabia que ele estava prestes a abrir a boca só precisava de um pouco mais de pressão, sete horas sem água, sem comida, trancado em um lugar escuro e amarrado em uma cadeira, eu já estava no meu limite sabendo que poderia sair daqui no momento em que quisesse, se eu fosse ele nessa posição em que ele está eu provavelmente faria o que tivesse que fazer para sair vivo daqui.

— Porque você prefere morrer pelas mãos da sua gente do que pelas de um Americano mas se você quiser eu não me importaria de fazer esse favor a humanidade. - soltei seu rosto dando um tapinha em sua bochecha e me afastando dele, ele pareceu penar por um instante então eu chutei a cadeira dessa vez fazendo com que ela caísse para trás e ele soltasse um gemido alto de dor e surpresa qusndo ela atingiu o chão fazendo com que as pernas dele ficassem para cima, dei a volta na cadeira e chutei seu rosto sem realmente fazer força, apenas o suficiente para que sua bochecha tivesse a marca da minha bota em um tom vermelho agora.

— Eu não vou te falar mais do que eu já te falei. - disse ele me olhando do chão, fiz um sinal negativo com a minha cabeça e estralei a língua no céu da boca antes de chutar seu rosto mais uma vez, dessa vez com um pouco mais de força assistindo ele gritar e o sangue escorrer de seu nariz e boca, puxei ele pela camisa do chão fazendo com que ele levantasse tropeçando e quase caindo por conta da cadeira, ainda segurando ele soquei seu rosto com força vendo ele perder o ar por um segundo e o sangue do nariz dele começar a cair como uma cachoeira sujando seu rosto e sua camiseta, ele parecia um pouco tô tô fechando e abrindo os olhos com o corpo mole e pesado sendo apoiado apenas pela minha mão que segurava sua blusa.

— O que você disse ? Não entendi. - respondi pra ele ainda sério, ameacei socar seu rosto de novo vendo ele se encolher esperando minha mãe o atingir mas recolhi o braço soltando seu corpo fazendo ele cair no chão batendo sua cabeça na parede ocasionando um barulho alto.

O Russo continuou em silêncio me fazendo suspirar, limpei minhas mãos em um pano sujo que estava apoiado na minha cadeira limpando o sangue enquanto olhava para ele respirando com dificuldade pelo nariz quebrado joguei o pano de volta na cadeira e andei calmamente em sua direção.

— Você não quer falar, talvez eu devesse cortar sua língua fora. - digo puxando o canivete que sempre estava no meu bolso, agachei ao seu lado segurando seu rosto com minha mão direita mais uma vez com a mão esquerda aproximei o canivete do seu rosto passando a lâmina afiada em sua bochecha descendo até a lateral da sua boca vendo um filete de sangue começar a escorrer se juntando ao sangue do nariz que escorria por cima de sua boca.

— Um prisioneiro. - disse ele com dificuldade, seu olhar agora que sabia que eu não estava mais agindo calmamente era amedrontado.

— Continua. - pedi começando a passar a lâmina lentamente fazendo outra linha dessa vez vertical formando um L em sua bochecha.

— Ao norte daqui. - disse ofegante, seus olhos lagrimejando enquanto eu subia a lâmina para perto do seu olho fazendo um corte fino — Paquistanes, americanos e sírios entregaram ele.

Franzi a testa e afastei minha lâmina do rosto dele.

— 25 kilometros. - completou ele, levantei do chão e fechei o canivete guardando ele em meu bolso e parando na frente dele o olhando por um instante sentindo meu estômago se contorcer ao ver o que eu havia feito com o homem, eu sei que as vezes é necessário usar um pouco de força ainda mais em um lugar como este, estar na guerra obriga com que a gente aja de uma forma que muita das vezes fere nossa moral e não era a primeira nem a segunda vez que eu havia praticado algo assim com um prisioneiro, contudo fazia algum tempo desde a última vez e eu já havia esquecido do remorso quase instantâneo que surgia junto com a culpa assim que eu olhava o meu trabalho.

Eu sempre fui bom em interrogatórios, sempre consegui falarem de um jeito ou de outro por isso quando eu cheguei aqui a maior parte do meu trabalho era este, interrogar e se for preciso torturar muitas das vezes pessoas que ao menos eram culpadas de algo e em todas as vezes meu estômago se retorcia e a sensação nauseante se apossava do meu corpo assim como neste momento, sempre depois de conseguir o que eu precisava, quando a adrenalina abaixava mas ainda quando estava na frente do prisioneiro assistindo seu corpo sangrar por minha culpa.

Isso foi uma das coisas que me fez querer ficar com Zayn na Sede, não ter que agir como um monstro em nome do meu país, não ter que me sentir sujo e culpado por causar dor a pessoas que muitas das vezes já haviam sido machucadas antes e por isso estavam nessa posição em que se encontram no momento.

Engoli em seco dando uma última olhada ao homem sentindo meu peito doer antes de dar as costas e sair dali desejando nunca mais ter que encontrar ele, desejando que realmente pudesse soltar ele e o deixar livre mas sabendo que se eu realmente o fizesse ele iria contar para seu povo o que havia acontecido e estariam preparados esperando que a gente atacasse, fechei a porta sentindo o ar puro da noite entrar em meus pulmões e tranquei a porta com a chave que estava no meu bolso ouvindo o Russo lá dentro começar a gritar ao perceber que não iria sair dali.

Entrei na base sentindo o suor deslizando pelas minhas costas me dando conta do quão nojento eu estava e o quão estressado eu havia ficado, andei pela base sentindo olhares em mim provavelmente pelos gritos que puderam ser ouvidos até mesmo do lado de fora, talvez pelo sangue nas minhas mãos e na minha camisa, minha calça também estava manchada e minhas botas deixavam pegadas com sangue pelo chão da base, andei firme até a sala do comandante batendo na porta com força antes de abrir sem ao menos esperar a resposta, o homem de cabelos grisalhos me olhou sobressaltado.

— Major Payne. - começou antes de ser interrompido por mim.

— Eu sei onde ele está.















oioi gente
Será que vem aí ????
feliz natal pra vocês e pra família de vocês, bastante amor, saúde, paz e vacina para o próximo ano, espero que vocês estejam bem ♥️🥳
um beijão e até o ano que vem!!

the soldier (ziam mayne) Onde histórias criam vida. Descubra agora