XXXVI

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— Eu tenho uma surpresa. — Pedro fala entrando no meu quarto.

Depois da conversa com a minha mãe, eu tive que desabafar com o Pedro. Ele já sabia de uma parte de toda essa história.

Ja se passaram três meses, Pedro saiu de casa e está morando aqui comigo. Não mantemos mas contato com nossas "mães". Preferimos assim, elas que resolva seus problemas.

— Que surpresa? Sabe que sou ansiosa. — um entusiasmo estava crescendo dentro de mim.

Coloco um vestido, até por que era a única coisa que estava cabendo em mim. Eu estou um bola, e a tendência é só aumentar.

Descemos até o estacionamento e o sorriso no rosto dele é contagiante não faço ideia do que é o presente, acho que é alguma coisa pro nosso filho.

— Vou colocar essa venda em você. — Ele fala assim que eu me posiciono no banco do carona.

— Isso só vai aumentar a ansiedade.

Ele da de ombros e amarra um pedaço de pano preto nos meus olhos.

Sinto o carro começar a andar, a cada segundo eu sabia que estávamos mais perto da surpresa.

O toque suave da mão dele na minha barriga faz com que todos os pensamentos evaporassem, dando espaço apenas pra sensação gostosa e quentinha do carinho dele.

São em momentos como esses que eu percebo o quão sortuda eu sou pelo meu companheiro. Por ter alguém que cuide de mim, me proteja e que me ame.

— Espero que você esteja com fome. Preparei algo pra você comer também.

Eu me lembrava bem da última vez que ele cozinhou, eu empurrando aquele bife contra a minha vontade pra não fazer desfeita. Tudo bem, pode ter sido culpa da gravidez, espero que hoje meu apetite esteja melhor.

— Já estamos chegando? Estou curiosa.

— Falta pouco. Eu espero que você goste.

— Não sei o que é, mas vindo de você, eu vou amar.

— Eu espero que sim.

Ficamos no carro por mais uns trinta minutos, o clima já tinha mudado, quando sai de casa estava calor e agora está levemente frio.

Finalmente o carro para, ele desce e abre minha porta, como um cavalheiro. Com cuidado ele me ajuda a descer.

— Está pronta? — Ele pergunta enquanto faz eu dar uns cinco passos.

— Sim! Me mostra logo!

Escuto a risada dele um pouco antes do nó do tecido ser desfeito.

Eu estava parada diante de uma casa linda, bem simples, com um pequeno Jardim de um lado e uma horta do outro.

— O que isso significa? — eu não tinha certeza se é o que eu realmente estava pensando.

— Eu comprei pra gente. Quero viver longe de toda aquela loucura e com você ao meu lado.

Um misto de sentimentos estavam explodindo dentro de mim. Mais um sonho realizado.

Quem diria que em meio a tanta turbulência, nossos sonhos seriam concretizados.

Eu sempre quis morar numa casa, detestava apartamentos, poder andar descalça pela grama, sentir o cheirinho de terra molhada toda vez que chover.

Mas o melhor disso tudo, é poder acordar todos os dias ao lado da pessoa que eu amo.

— Eu amei amor. — minha voz sai embargada por conta do choro. — Malditos hormônios.

— Vem, quer te mostrar por dentro.

Meu Querido PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora