XXXVII

87 6 0
                                    

Acordo e me vejo sozinho na cama, queria que ela ainda estivesse deitada aqui.

Me levanto com toda a preguiça que cabia no meu corpo, o que por sinal era muita. Já no corredor começo a ouvir uma música longe.

Resolvo a seguir, a melodia me leva pra cozinha, o cheiro do lugar estava incrível. Ovos, bacon... E tomates? Quem come tomate no café da manhã?

— Bom dia, você acordou! Fiz o café da manhã. — Ela fala enfiando um pedaço de tomate na boca.

— Por favor me fala que isso é desejo, não sei se suportaria me casar com uma mulher que come isso de manhã. — dou um beijo nela e me sento o seu lado.

— Pra sua sorte, é desejo. Mas mesmo se não fosse, você já está sentenciado a me ter. Não tem pra onde fugir. — ela fala com a boca ainda cheia.

— Eu nunca ia querer isso.

Me vendo assim todo meloso, eu fico sem acreditar. Nunca fui desse jeito, sempre gostei demais da Giovanna, me apaixonei e a amo mais que tudo. Sempre via os casais melosos e torcia o rosto, agora olha pra mim. Faço parte desse grupo.

Escuto o toque do meu celular mas deixo pra lá. Não queria saber de nada que acontece fora daqui, não quero que os problemas estrague meus planos.

— Preparei o dia todo pra gente. Uma volta pra você conhecer a cidade, um bom restaurante pra almoçarmos, um sexo gostoso de sobremesa. — Na hora suas bochechas ficam vermelhas. — Que foi?

— Você falando assim me lembra a gente mais novos. Lembra de quando decidimos transar pela primeira vez, naquele quartinho de ferramentas da vovó?

— Obvio que sim. Mal te toquei e você já estava toda derretida.

Na minha mente aquele dia estava fresquinho. O vestido branco deslizando pelo corpo dela, foi a primeira vez que eu a vi de calcinha e sutiã. Acho que foi ali que percebi que o que eu mais queria era ela. Mas infelizmente aquele dia trouxe grandes consequências.

O maldito do Roger bateu nela por conta disso. Nunca vou o perdoar por isso.

— Está pensando no que?

— Mudanças de planos. Que tal uma coisa mais radical pra hoje? — ela me olha curiosa. — Vamos nos casar hoje. Depois fazemos uma festa pra família e amigos. Não quero ficar mais nenhum segundo sem você.

Não consigo decifrar as feições dela. Talvez isso tenha sido uma ideia idiota, não é por que ela está com um filho meu no ventre e tenha dito sim pro casamento que ela queria que aconteça assim do nada.

As mulheres geralmente gostam de planejar essas coisa, e eu tentei tirar isso dela. Fui muito egoísta. Eu vou ter ela pra sempre, um dias ou meses a mais não vai mudar isso.

— Sim! Sim! —  Ela começa a gritar.

— Eu pensei que diria não. 

— Por que pensou isso? Eu aceitei me casar com você, não importa o dia e a hora.

— É por isso que te amo.

Terminamos o café e fomos tomar um banho, não sei por que eu estava sentindo uma necessidade enorme de correr pra um cartório e depois poder gritar pro mundo que ela é minha mulher.

Com todas as ameaças, todos os medos, estamos juntos, firme e forte. Agradeço pela Alice não ter tido coragem pra fazer nada de ruim.

— Está pronta? — Entro no quarto e contemplo uma visão maravilhosa.

Ela estava com um vestidinho justo onde marcava bem a barriga. Os cabelos escuros parecendo uma cascata caindo pelos ombros, a boca rosada. Por um segundo eu não queria sair desse quarto.

Meu Querido PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora