Meu Querido Primo

Capítulo II

Uma semana atrás...

- Já arrumou suas coisas Pedro?

- Já está quase tudo pronto.

Esse ano foi o mais longo da minha vida, ter que mudar de casa por um ano é complicado, chegar em um lugar onde não conheço ninguém, ir pra uma escola sem ter um rosto amigo. Mas até que enfim passou, e semana que vem eu vou pro Rio.

Estou terminando de arrumar meu quarto, quando chega uma mensagem no celular.

Guilherme cuzão:

Vai chegar aqui quando? Já arrumei duas morenas gatas pra fazer uma recepção calorosa pra você.

Eu:

Chego aí quarta a tarde, já vou desmarcar meus compromissos da noite pra aproveitar essas morenas.

Guilherme é meu primo, mais como um irmão, fomos criados juntos, ele é dois anos mais velho, filho do irmão da minha mãe, o Roger.

- Pedro a Júlia está aqui! - minha mãe grita da sala, Júlia é minha amiga, a primeira pessoa que foi legal comigo aqui.

- Tô descendo

Marquei com a Júlia pra vermos uns filmes, seria a minha despedida. Chego na sala a Júlia está no sofá, com um vestido florido azul escuro, cabelo ruivo curto e olhos verdes.

- Oi bebê - Júlia se levanta e me dá um beijo na bochecha.

- Fala neném.

- Aconteceu um imprevisto, vim avisar que não vou poder vir a noite.

- Aconteceu alguma coisa?

- vou ir visitar minha mãe, ela piorou. - a mãe dela foi diagnosticada com câncer no ovário, desde então está sendo uma barra pra Júlia - não se preocupe, vai ficar com ela, vai ficar tudo bem.

Conversamos um pouco e ela foi em bora, deito na minha cama e fico tentando lembrar quando foi a última vez que falei com a Giovanna. Resolvi mandar uma mensagem pra ela.

Eu:

Ooooooi, estou com saudades.

Passam 30 minutos e nada de resposta, resolvi ligar, mas vai para caixa de mensagens. Fico deitado e lembrando como foi o meu primeiro beijo, foi nas férias do meio do ano, o tio Roger e a Marisa tiveram que fazer uma viagem de negócios, e deixaram a Gi e o Guilherme aqui em casa, fomos pra rua brincar com as outras crianças, brincamos do jogo da garrafa, primeiro caiu pro Guilherme beijar a Diana, e depois foi minha vez. Caiu pra eu beijar a Giovanna, eu tinha 13 anos e ela 12. E assim foi...

E desde então, sempre que tinha festas em família, ou que a gente se encontrava, a gente se beijava escondido. Eu sempre fui apaixonado por ela.

Quarta-feira.

Entro no avião, contando os segundos pra chegar no Rio.

- Está ansioso? - minha mãe dá um sorriso, ela sabe que eu estou esperando esse dia a muito tempo.

- ansioso é pouco, estou louco pra chegar lá, encontrar o pessoal, poder ver a minha garota. - nesse momento se forma um sorriso bobo em meu rosto, não consigo controlar, só de pensar nela é automático o sorriso aparecer.

- Quem é essa garota? já estou esperando pra conhece ela faz tempo e você só me enrola.

- Você já conhece, mas é complicado.

- eu já conheço? Não é a Carine não né, não vou com a cara dela. Você merece mais que isso.

Começo a dar gargalhadas, como ela pode pensar que é a Carine?