XXX - Pedro.

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— Ta precisando de alguma coisa mãe? 

— Já falei que não filho, agora pode me contar por que você está tão inquieto?

Passei pouco tempo de fato com a Viviane, mas acho que a ligação do sangue é bem forte, ela me conhece muito bem, sabe quando eu não estou bem sem nem olhar pra mim.

— Giovanna me mandou um bilhete já alguns dias.  — desembrulho o pequeno papel que não saía da minha mão.

— E isso não é bom? — Viro meu rosto imediatamente pra ela. — Não é? Isso quer dizer que ela ainda te ama, que se preocupa com você e quer te ver.

Eu não tinha contado toda a verdade pra ela, eu simplesmente tinha dito que Giovanna e eu não estamos mais juntos porque Alice estava fazendo um inferno, e todo o contato que eu tinha com ela era escondido.

— Eu sei que ela me ama, nunca duvidei disso, o problema é que se outra pessoa pegasse esse bilhete tudo estaria acabado. Ela não foi nem um pouco cuidadosa em relação a isso, escolheu uma pessoa avulsa. — Solto o ar pesadamente pela boca na intenção de me acalmar. — O cara estava perguntando pra todo mundo quem era Pedro, se eu não apareço, ele tinha entregue o papel pra qualquer um. Se isso chegasse nas mãos da Alice, ia acontecer a terceira guerra mundial.

— Acho que não é pra tanto, ela pode não gostar de vocês dois juntos, mas se ela diz que te ama, nunca faria mal pra vocês. 

Viviane estava sendo ingênua, ela conhecia bem essa família, ela lembra bem do que o Roger foi capaz de fazer, por que Alice seria diferente?

— Você sabe que ela faria sim alguma coisa. — Me coloco de pé, já estava quase chegando a hora marcada no bilhete — Tenho que ir. Apareço quando puder.

— Cuidado filho, vai com Deus.

Dou um beijo nela e saio. Já dentro do carro abro o pequeno pedaço de papel e leio a mensagem pela quinta vem em uma hora.

Te espero no nosso lugar de sempre, dia 18 às 20:00h.

Eu queria muito ver ela, eu passava os dias contando os longos minutos pra poder a ver novamente. Mas dessa vez, eu sinto que algo não está certo não tô sentindo toda a animação que eu costumo sentir. É como se fosse um pressentimento ruim.

Ainda falta uma hora pras oito da noite. Ligo o carro e vou pra casa, ou melhor pra casa da minha avó.

Paro diante do sinal vermelho e pego o celular pra conferir as mensagens. A primeira e mais recente era da Alice.

Alice: Tem que voltar, os papeis estão incompletos, preciso da sua assinatura.

Tudo o que passava na minha cabeça era que ela descobriu que eu estava mantendo contato com a Giovanna. Se isso tiver realmente acontecido, eu tô fudido.

Minha mente começou a gerar imagens da Giovanna machucada, da Viviane e meu irmãos machucados. Isso era tudo o que eu não queria.

Volto pra realidade quando escuto as buzinas soando atrás de mim. O sinal já tinha ficado verde e eu nem tinha me dado conta.

Dou meia volta e volto pra empresa. Queria saber o que estava acontecendo. Eu tenho certeza que assinei todos os papéis que tinha que assinar hoje. Isso era alguma desculpa da Alice.

Estaciona o carro e entro correndo no prédio. O elevador parece demorar um ano pra chegar no bendito andar.

Saio do elevador e o escritório está vazio, sem ninguém trabalhando, somente vejo a luz acessa da minha sala.

Meu Querido PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora