48 - Epílogo

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SOMBRA DE FELICIDADE

PRIMAVERA EM ROANOKE, VIRGÍNIA, EUA - SEIS ANOS DEPOIS

Grace Marie caminhava vagarosamente com sua bengala, olhando ao redor, deslumbrada com as cores das flores que enfeitavam o sítio da família Warren. O frescor da manhã e o canto dos pássaros a agradavam imensamente, assim como o calor dos raios de sol que iluminavam as copas das árvores, fazendo com que todo o lugar se acendesse em bonitos tons de verde e amarelo.

— Pronto, meninos, podemos voltar para casa agora. — falou a velha em tom gentil. — Já temos tudo o que precisamos e o pai de vocês logo virá chamá-los para o café. — Sorria ao observar Aurora, Elen e Victor a saltitarem alegres enquanto carregavam cestas repletas de flores.

— Qual deles, vó? — Victor, a mais tímida das três crianças, indagou verdadeiramente confuso.

Grace Marie gargalhou. — Você me pegou agora, rapazinho! — Olhou para o casarão. — De qualquer forma, vamos andando...

Enquanto isso, em uma suíte no andar superior da residência, Fredrick Warren mantinha o olhar preso ao rosto de Alexander que o observava do alto. Os raios de sol passavam através de seus cabelos castanhos, conferindo-lhes um brilho amarelado que combinava graciosamente com a pele avermelhada pelo desejo que fazia com que tanto o médico quanto o fotógrafo movessem seus corpos para cima e para baixo, chocando suas pélvis com força, trincando os dentes para abafar os gemidos causados pelo prazer do sexo anal.

Curvando-se para beijar o doutor, Alex sorriu, se deixando admirar pela beleza pacífica de seu precioso Freddy, o homem que, ainda naquele dia, viraria oficialmente seu marido.

— Eu te amo! — Falou motivado por uma infinidade de sentimentos e sensações que lhe acometiam. Os últimos seis anos haviam sido como um sonho, um paraíso na Terra. Alexander tinha medo de acordar um dia e ver que tudo não passara de ilusão. A sombra da depressão sempre o acompanharia, vez ou outra, lhe trazendo pensamentos gris.

Fredrick não conteve um elogio à beleza de seu deus, vendo-o fechar os olhos e entrelaçar os próprios dedos nos dele, deixando-se levar pela física dos movimentos que, frenéticos como eram, o descontrolavam ao ponto de não poder mais conter a altura dos gemidos e das palavras balbuciadas.

— Também te amo! — O médico se ergueu, sentando-se na cama e segurando com um braço o fotógrafo sentado sobre si, bruscamente interrompendo as estocadas no interior dele e o masturbando, sentindo todo o corpo de Alex estremecer com os espasmos do orgasmo, e a temperatura subir absurdamente por conta da proximidade entre os corpos agarrados. Gozaram juntos, um por dentro e outro por fora. Então, ficaram na mesma posição por um tempo, descansando com as testas encostadas uma na outra. Ofegantes e sorridentes.

— Eu quero me casar contigo! — Alex vociferou ainda sem ter controlado a própria respiração.

— Olha que coincidência! Justo hoje que eu tô a fim de me casar e que o pessoal até já tava preparando tudo... — Freddy riu e jogou Alexander para o lado, na cama, puxando o edredom para cobrir a nudez dos dois.

— Papais! — Elen, Aurora e Victor entraram na suíte gritando e imediatamente pulando sobre a cama dos mais velhos.

Alexander condenou Fredrick por este ter se esquecido de trancar a porta e Freddy agradeceu ao Deus que acreditava não existir por este não ter permitido que as crianças invadissem o quarto alguns segundos antes.

Grace Marie apareceu sorrindo ao lado de Amélie Warren, a mãe de Freddy que reprovava o casal com o olhar. — Alex, menino, eu ainda te dou umas palmadas. — ameaçou a matriarca Warren, sorrindo divertida, abismada com a energia que o noivo do filho possuía. — E em você também, viu, senhor Fritz? — chamou Fredrick pelo apelido de origem alemã.

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