28 - Entre Portas, Medos e Segredos

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— Avisaremos caso alguém tente utilizar o seu cartão em algum lugar, senhora. Sentimos muito pelo transtorno e agradecemos pelo contato. — disse o atendente cordialmente antes de encerrar a chamada.

— É... — Allie suspirou e colocou as mãos na cintura — Parece que a festa acabou...

— Desculpem meninas... — a dra. Louise, já um tanto bêbada, choramingava.

— O que vocês vão fazer agora? — Jean-Claude indagou, olhando para Fredrick e para Alexander — Talvez, o cartão tenha caído da bolsa dela lá no seu apê, tio Freddy.

— É, há uma boa chance de estar lá... — Lindarosa concordou com o amigo.

— Então a gente não vai mais para a minha casa? — Samantha questionou com uma óbvia cara de decepção.

— Não, gente, tá tudo bem... — Fredrick se pronunciou — Louise, Alex e eu iremos para minha casa, procurar o cartão... vocês podem continuar a festa à vontade. Não precisam se preocupar.

— Tem certeza pai? — Allissa indagou nitidamente dividida entre ficar com o pai e voltar para sua diversão noite adentro.

— Tenho, querida...

II

UMA HORA DEPOIS, NA CASA DE FREDDY

Louise se sentou no sofá e apoiou a cabeça nas mãos. Apertando os olhos, respirou fundo e levantou a face quando Fredrick se aproximou e lhe ofereceu água.

— Não fique assim, Martha, é só um cartão... você deve tê-lo perdido enquanto vinha, talvez... quando entrou no carro para vir na hora do almoço... — o médico tentava consolar a diretora do hospital.

— Álcool e tensão pré-menstrual dá nisso... — a mulher sorriu e tomou o copo das mãos de Freddy — Me desculpem, rapazes... eu acabei com a festa de vocês...

— Não é como se eu quisesse mesmo passar a noite inteira dançando, apesar de certas pessoas — olhou para Alexander — me forçarem. — riu.

— Imagine só se a gente de repente descobrir que foi o Freddy que passou a mão no seu cartão só para nos obrigar a voltar para casa mais cedo. — Alex riu da própria teoria.

— Imagine só! — Louise sorriu — A desvantagem desse plano é que eu vim junto para atrapalhar a noite de vocês...

— Ai, ai, você e essa fixação com atrapalhar! Sai disso mulher! — o fotógrafo reclamou em tom de brincadeira.

— Mas é sério... bom, deixa eu ir embora, vai... — a diretora se levantou de um modo desajeitado — agora só resta voltar para casa.

— Deixe disso, fique conosco. — Fredrick se sentou ao lado da doutora e puxou Alexander para se sentar no colo dele. Naquela altura, o médico também estava meio afetado pelo álcool.

— É... — Alex concordou e abraçou o pescoço de Freddy — Cê tá bêbada, não pode dirigir, ou seja, se sair, vai ter que chamar um táxi e deixar o próprio carro aqui. Fora o risco de o motorista do táxi ser algum louco e querer se aproveitar de você. Não... cê fica aqui, quietinha...

— Você se preocupa demais com a possibilidade de eu encontrar algum cara mal intencionado, né? — Louise se recostou no sofá e perguntou.

— Ai, eu fico doido com essas notícias sobre o que alguns homens fazem com vocês. — o fotógrafo se esticou e segurou o pulso de Louise. "Tonto de álcool" era uma boa forma de descrevê-lo — Tipo, os caras que dizem gostar de mulher, ao invés de tratar vocês bem, abusam, matam... Jesus Cristo! Ah, eu morro de medo de vocês saírem de noite e acontecer alguma coisa...

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