— Lex! — Os lábios de Lucas desenharam um sorriso que crescia conforme Alexander se aproximava. — Achei que não fossem vir hoje... — O índio comentou e abraçou o amigo. — Ei, Freddy, tudo bem? — Esticou o braço para cumprimentar Fredrick.
— A gente acordou meio tarde. — disse o médico ao puxar o homem maior para um abraço.
Lucas lançou um olhar de cumplicidade para um Alex que apenas sorriu enquanto sentia a face ficar mais e mais quente. — A noite foi boa, então? — perguntou e riu. — Aí sim.
Entre risadas e faces enrubescidas, os três homens se sentaram lado a lado em um dos vários bancos que haviam no enorme jardim do internato da clínica de reabilitação. Diferentemente da aura lúgubre e tediosa comuns aos locais em que se acumulavam pessoas doentes, ali, o clima era até que bastante agradável. Psicólogos e outros agentes de saúde forneciam aos internos tratamentos para seus vícios, servindo como guias em uma jornada de superação.
De toda forma, Lucas parecia bem saudável. Seus cabelos lisos e negros estavam presos em um coque despojado no topo da cabeça. O corpo já naturalmente forte exibia uma tonificação muscular ainda maior, graças aos exercícios que praticava. — Tô puxando uns trinta quilos nos halteres. O personal trainer disse que levo jeito para halterofilismo.
— Puts, logo mais vai estar me levantando em um braço só. — Alexander comentou surpreso e se arrependeu, lembrando-se do quão facilmente foi erguido do chão, na noite em que quase fizeram sexo.
— Se é o que você gosta, vai fundo. Só toma cuidado para não danificar o corpo com negócio de bomba ou excesso de esforço. — Fredrick advertiu, avaliando o físico do índio. — Essas coisas fazem mal para o coração...
— Ah, não, quanto a isso, doutor, eu já falei com o personal. — Lucas falava enquanto observava outros internos a prepararem a terra em que eram cultivadas as diversas flores do jardim. — Não quero usar nada. E já falei que não tenho interesse em competições, sabe... não quero me envolver com essas coisas... Em termos de trabalho ou atividade para a qual vou precisar me dedicar sempre, acho que já sei o que quero fazer.
— Ah, é? O quê? — Alex indagou com curiosidade.
— Quero ajudar aqui na clínica. Na cozinha ou aqui na jardinagem... não sei. Mas acho que seria legal que as pessoas que chegassem procurando ajuda encontrassem um exemplo de que o tratamento funciona. Eu quero ser esse exemplo.
— Isso é incrível, nossa. — Fredrick se levantou do banco para esticar as pernas e apreciar melhor a paisagem do lugar. — Acho que seria super positivo. Mas a clínica contrata ex-pacientes?
— Não sei. Isso eu vou ter que ver... — Lucas riu e olhou para Alexander. — Mas, antes disso, tenho que concluir o tratamento. Chega de tentar dar um passo maior do que a perna.
— Fico tão feliz em ouvir isso. — O fotógrafo sorriu. — E fico realmente feliz que você esteja gostando tanto daqui ao ponto de cogitar trabalhar com a reabilitação. Se precisar de qualquer ajuda, moral ou material, cê promete que vai falar comigo, não promete?
Lucas olhou para Fredrick antes de responder. Queria se certificar de que sua relação com Alex não o incomodava. — Prometo. — Segurou uma das mãos do melhor amigo.
— Ai, eu te amo! — Um Alexander sentimental se jogou sobre o índio, abraçando-o. — Me faz tão bem ver você cheio de energia e planos.
Lucas ficou sem graça ao ser abraçado de repente. Mais uma vez, lançou um olhar para o médico que parecia tranquilo enquanto observava o horizonte, com um sorriso tímido, obviamente desviando o olhar. Considerou que Alexander se beneficiaria, caso diminuísse a intensidade de suas emoções. Talvez, pular nos braços do homem que admitiu desejá-lo romanticamente não fosse a melhor coisa a se fazer diante do atual namorado. A questão é que ninguém ali teria a coragem para informar o fotógrafo a respeito da inconveniência de suas ações mais inocentes. — Também te amo, Lex. — respondeu baixinho e se afastou de Alex, tanto para encerrar logo aquela interação embaraçosa, quanto porque viu que uma das psicólogas da clínica se aproximava.
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De Dentro Para Fora
RomanceFredrick Warren é um médico bem sucedido e já beirando os 50 anos. Viúvo e pai de uma jovem de 21 anos, jamais acreditaria se lhe dissessem que ele se pegaria louco de amores por uma pessoa em uma balada. Acreditaria menos ainda, caso lhe dissessem...