Epílogo

17 4 7
                                    

SUA RESPIRAÇÃO FICA CADA VEZ mais leve e eu tenho a impressão que ele vai acordar em breve, me enrolo na coberta e caminho até o banheiro devagar, não quero fazer barulho e também não quero cair. Escovo os dentes, ajeito o meu cabelo de forma superficial e volto para a cama, minutos depois ele desperta.

Bonjour. — falo baixinho.

Seu corpo se inclina na minha direção e seus lábios tocam a minha testa.

— O que nós vamos fazer hoje? — fico surpresa com a pergunta, porque estamos juntos desde ontem de manhã, ele não se cansa de mim?

— Nada porque eu preciso ir para casa.

— Vou fingir que não ouvi isso.

O pouco espaço que nos separava some rapidamente, sinto beijinhos sendo deixados no meu pescoço descendo até a minha clavícula, ele empurra a coberta e quando alcançam meus seios, solto um suspiro.

— Estou falando sério. — respondo com certa dificuldade, sei que não pareço firme quando digo isso porque eu não tenho certeza se quero parar.

— Nem uma rapidinha? — nego rindo.

— Suas rapidinhas duram trinta minutos, você nem entende esse conceito.

— Como as pessoas conseguem fazer isso por só cinco minutos?

— Esse é o conceito de uma rapidinha, ser rápida.

— Trinta minutos para mim é rápido.

— Depois da noite que tivemos eu tenho certeza disso. — ele ri e eu também.

— Mas fala sério Lys, você arrumou o cabelo e até escovou os dentes, mas não me acordou e quer que eu acredite nisso? — mais beijinhos são distribuidos. — Nós teremos sim uma rapidinha.

— Uma rapidinha rápida, ok? — ele concorda antes de tirar a coberta que estava encolada no meu corpo, ele toca os dedos em mim e depois ri.

— Olha como você tá. — ele aproxima a boca do meu ouvido. — Você quer tanto mas adora se fazer de difícil né.

Selo nossos lábios porque tenho vergonha de admitir e ele fica muito melhor calado, tenho certeza.

(...)

O sol está forte e sentar na parte externa da padaria não foi uma boa idéia, estamos usando os óculos pretos que ganhamos de Sabrina, estou usando a mesma blusa vermelha que estava vestindo ontem e ele escolheu uma da mesma cor hoje, somos um casal combinando, não sei se isso é bom ou não.

— Você parecia estar com pressa de manhã. — minha boca está cheia então não tenho como responder, apenas mexo os ombros. — Mas está comendo tanto.

— Estou comendo rápido, ainda estou com pressa, idai que é um monte de comida?

— Foi só um comentário. — ele se defende.

— É que você me fez gastar muitas calorias. — acrescento, ele ri como sempre, me sinto até perdida no seu sorriso.

— Eu sou lindo né? — concordo. — Você é mais ainda, uma deusa grega. — reviro os olhos.

Olho para o relógio no meu pulso e me assusto.

— Temos que ir. — viro a xícara com leite de uma vez e engulo o último pedaço de croissant com chocolate.

Ele vai na minha frente para buscar o carro enquanto entro para pagar, quando deixo o estabelecimento o carro já está entrando na rua.

— Para onde vamos madame? — reviro os olhos de novo. — Você ainda não me falou o motivo da pressa.

— Dahlia vai se mudar hoje, vamos fazer um almoço de despedida.

— O seu pai vai? — confirmo com a cabeça.

— As coisas estão melhores entre a gente, o engraçado que agora quem não quer ver ele é Silène.

— Que loucura.

— Sim, com toda certeza.

Estamos a uma rua da minha, confiro minha bolsa e começo a me aprontar para sair do carro, quando ele para em frente a minha casa, nos beijamos de forma lenta, até esqueço que estava com pressa, no fim só nos separamos por falta de ar.

— Nós ainda vamos ir no cinema essa semana? — meu namorado pergunta.

— Vou escolher o filme dessa vez?

— Sim.

— Então nós vamos.

Saio do carro e enfio a cabeça na janela para me despedir.

— Tchau Lys.

— Tchau Luke.

Se você chegou até aqui, obrigada! Espero que tenha gostado. Até a próxima.

Flowers | LysOnde histórias criam vida. Descubra agora