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SABRINA ESBARRA EM MIM QUANDO vai na direção da geladeira, ela parece frustrada então imagino que a bebida tenha acabado, estamos na cozinha de Francis, um cara da turma de veterinária, ele estuda na mesma universidade que Tim e eu. 

— Eu ainda não acredito que você me convenceu a sair de casa em uma quarta-feira, eu tenho duas atividades para revisar e amanhã tem aula.

— Pare de reclamar, os pais do cara viajaram ele tinha que aproveitar essa oportunidade.

— Parece que temos 16 anos de novo. — perco a concentração quando uma garota começa a vomitar na entrada da cozinha, automaticamente nos viramos e nos afastamos. — Eu tenho direito de reclamar ok, preciso estar bem na aula amanhã e eu estou cansada, seu pai bebe muitos cafés e o elevador quebrou.

— Lys você não bebe, contando que chegue em casa antes das duas da manhã, você consegue ter um sono proveitoso. — penso em reclamar porque eu realmente estou afim de implicar com ela, mas paro quando Luke bate no meu ombro, olho na direção da entrada primeiro, o vomito sumiu e a garota também.

— Oi meninas. — ele da dois beijinhos no rosto de cada uma. — Por que estão aqui escondidas? — seu olhar está em mim, ele já deve imaginar que é culpa minha.

— Lys é uma chata, faça companhia para ela, vou aproveitar a festa. 

Não tenho nem tempo de me defender, ela sai muito rápido, me aproximo da geladeira e pego outro refrigerante de cola com cereja, fico feliz porque eu não tenho concorrência com ninguém, todos estão atrás de álcool. 

— Como foi sua semana até agora? — fico surpresa com a pergunta.

— Cansativa eu acho e a sua? 

— Por que você acha?

— Trabalhei e estudei, mas muita gente também faz isso, tenho medo de soar reclamona. 

— Eu também trabalhei e estudei e estou bem cansado, então tudo bem. — ele olha para o meu refrigerante e depois vai até a geladeira, acho que tenho um concorrente.

— Não vai beber? — pergunto.

— Beber sabendo que amanhã tenho aula e depois vou trabalhar o dia todo? Estou no mesmo barco que você Lys. — ele ri e eu o acompanho, não porque achei engraçado mas sua risada é contagiante. 

Nós ficamos em silêncio por um tempo, acabo me sentando na bancada que tem no meio da cozinha e ele faz o mesmo, ficamos lado a lado, apenas me concentro nas músicas, ele canta algumas vezes e eu me sinto sortuda por ter um show particular. 

— Eu gosto muito da sua voz. — seu rosto está virado na minha direção, sei disso porque estou sentido sua respiração na minha cabeça, viro e encaro, seus lábios estão rosa por causa do refrigerante de framboesa, imagino até gosto caso sua boca fosse beijada, tento desviar a atenção disso mas quando nossos olhos se cruzam, engulo em seco, tenho certeza que ele quer isso também, só não sei se quero ser a que toma o primeiro passo. 

O som da porta da geladeira batendo me assusta e eu dou um pulo da bancada, um cara sai frustrado provavelmente por ver que a bebida acabou. Luke suspira e se põe de pé, ele joga a latinha na lixeira e pega outra na geladeira, Jouer le jeu do The Pirouettes começa a tocar e eu me sinto estranhamente animada. 

— Vamos dançar. — concordo, sigo ele até a sala.

Não temos sincronia nenhuma, o que me faz rir a maior parte do tempo e quando o assunto é cantar as coisas pioram, Luke erra a letra o tempo todo e eu sou muito desafinada, para piorar estamos no meio da sala passando essa vergonha na frente de todo mundo, outra música deles começa e isso nos incentiva, agradeço pela maioria aqui estar bem bêbada e sem celular, vou poder dizer que esse momento aconteceu apenas na cabeça deles.

Na metade da música sinto que estamos mais sincronizados, ele segura a minha mão e me gira algumas vezes, estou rindo ainda mais porque acerto algumas pessoas, por fim ele me segura e cantamos o último verso olho no olho, seu rosto se aproxima do meu e ele sussurra no meu ouvido. 

— Eu realmente tentei me segurar, mas eu preciso te beijar Lys. 

E é isso que ele faz, fico sem reação por um tempo o que não dura muito, minhas pernas ficam fracas e sei que ele percebe porque me segura, eu nem ingeri álcool e me sinto bêbada, como imaginei sua boa está com gosto de framboesa e isso deixa todo o beijo ainda melhor, eu quero aproveitar mais o momento mas as pessoas começam a fazer gracinha, me afasto quando lembro que está todo mundo olhando. 

Olho em volta, o dono da casa está arrastando um carrinho cheio de bebidas até a cozinha, parece que a festa não acaba tão cedo, estou prestes a voltar minha atenção para o Luke quando me assusto ao ver Tim, minha amiga está bem ao lado dele e sorri sem graça, penso se devo ir falar com ele, mas lembro que ele estava flertando com uma garota no inicio da festa e depois disso sumiu, tento manter em mente que não temos nada e nenhum de nós deveria se chatear com o outro, mas isso não funciona, me sinto culpada, estou prestes a andar na sua direção quando sinto alguém me puxar.

— Lys. — olho para o loiro e limpo o batom da sua boca. — Posso te levar para comer alguma coisa? — olho novamente na direção de Tim e ele não está mais lá. — Te deixo em casa antes da meia noite. — concordo sem nem ter prestado muita atenção no que ele falou.

Quando estamos saindo da casa olho na caixa de celulares se o de Tim está lá, mas não encontro, Sabrina me manda mensagem falando que ficou impressionada e que parecia beijo de cinema, isso me faz rir e eu me sinto mais relaxada.

— Hambúrguer ou pizza? 

— Os dois?

— Os dois? 

— Não quero soar assanhada nem nada, mas podemos aproveitar que você pegou o carro do Michael emprestado e ir comer na sua casa, não fica longe se você me der uma carona.

— Tudo bem. — ele fica em silêncio mas logo começa a rir. — Por que assanhada?

— São onze horas da noite e eu estou me oferecendo para ir na sua casa. — justifico.

— Eu não pensaria isso de você, você é a garota menos assanhada que eu conheço. 

— Boa resposta. — faço um joinha com o dedo. — Preciso dizer que quero muito alguns cookies e brownies, podemos ir naquela loja de waffles que fica ao lado do drive-thru do mc donalts. — o olhar dele é de um cachorrinho assustado. — Estou entrando na tpm. — é mentira, mas sei que caras espertos não implicam com garotas na tpm, eu só quero comer o suficiente para não ter tempo de pensar no Tim.

— Sua vontade é uma ordem. 

No fim não chegamos nem perto do apartamento dele, compramos tudo e fomos na direção da minha casa, comemos no carro enquanto as músicas da banda dele tocavam, ele preferia escutar outra coisa, mas a palavra final foi minha, não consegui os waffles mas tive donuts em dobro, comecei a me despedir quando deu meia noite e dez, só sai do carro mesmo trinta minutos mais tarde depois de ter dois beijos roubados. 

Flowers | LysOnde histórias criam vida. Descubra agora