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ME MANTENHO DE OLHOS FECHADOS enquanto a melodia chega aos meus ouvidos, os garotos da banda estão ensaiando algo novo e eu fui convidada para avaliar a música, a letra tem um duplo sentido muito chique, não entendo nada do mundo musical mas me arrisco em dizer que gostei do ritmo também.

You know you are my favourite fantasy / Você sabe que é minha fantasia favorita
A fatal love song / Uma canção de amor fatal
Waterfall is overflowin' / A cachoeira está transbordando
You're the only one who makes me / Você é a única que me faz
Every time we  / Toda vez que nós
I'll tell you what I like / Vou te dizer o que eu gosto
My wildflower / Minha flor silvestre
Wildflower / Flor silvestre

— Eu amei, amei. — Luke sorri, Calum e Michael estão olhando para ele, Ash está rindo, tem algo no ar que eu ainda não entendi. — O que foi? — todos caem na risada, o vocalista principal agora está vermelho como um pimentão.

— Bom. — Calum encara a tela do celular, acredito que esteja conferindo o horário, ele avisou que não poderia ficar por muito tempo. — Hora de ir.

Levando para me despedir, como uma boa francesa dou três beijinhos, nós quase nos beijamos no processo, é constrangedor e engraçado.

— Você precisa parar com esses beijinhos. — Luke me orienta, ignoro.

— Nós também vamos. — Ash anuncia.

— Por que? — a pergunta sai em uníssono, não sou a única procurando uma explicação, Michael parece curioso também.

— Porque sim Michael. — Calum responde, semiserro os olhos, esses quatro estão suspeitos demais.

Alguns minutos depois os três deixam a garagem, puxo a barra de chocolate com menta que guardei na minha bolsa.

Abro o pacote, Luke está olhando todo o processo então não recusa quando ofereço um pedaço, ele apenas abre a boca e eu jogo um quadradinho lá dentro.

— Qual o nome da música?

Me encosto no puff me inclinando um pouco na direção dele, minha cabeça se apoia no seu ombro.

— Wildflower. — faz sentido, essa é a palavra do refrão.

— Eu gosto.

— Isso é importante. — queria entender porque esse assunto parece deixar ele desconfortável.

— Por que vocês estavam agindo daquela forma?

— Eu fui o letrista dessa música.

— Uai, que talento. — fico impressionada, mas isso ainda não responde minha pergunta. — Ainda não entendi?

— A música falar sobre uma flor não te diz nada?

Encaro seu rosto por um tempo, até que as coisas começam a clarear na minha mente, me sinto lisonjeada e um pouco chocada, aliás a música toda é sobre sexo e isso quer dizer que ele pensa muito em mim dessa forma. Luke parece ter parado de respirar, é evidente que ele está nervoso, não gosto disso, volto a encostar minha cabeça no seu ombro.

— Analisando toda a letra é um pouco estranho, mas eu gosto. — quebro mais quadradinhos, coloco um na minha boca e o outro levo na direção da boca do loiro, tenho certa dificuldade estando nessa posição, fico tocando seu rosto até que encontro o alvo, empurro o chocolate para dentro e ele aproveita para morder meu dedo. — Eii. — ele puxa minha mão, deixando beijinhos nos meus dedos, fico arrepiada.

Não penso muito antes de me sentar no seu colo, ele não parece incomodado então logo me aproximo até que estamos na distância certa, ainda tem chocolate na sua boca quando minha língua entra nela, nesse momento Luke é realmente um garoto chocomenta, suas mãos agora estão na minha bunda enquanto as minhas estão no seu cabelo, seu beijo fica melhor a cada vez, eu tenho certeza disso, me separo por um tempo em busca de ar, ele sorri.

— Primeiro framboesa, agora chocomenta, qual vai ser o próximo sabor? — o loiro revira os olhos para minha pergunta.

Dessa vez é ele que me puxa, jogo meus braços em volta do seu pescoço e deixo que as coisas aconteçam, nos mantemos assim por mais alguns minutos, sinto que as coisas estão esquentando e perco o controle quando Luke aperta minha bunda mais vez e um gemido escapa dos meus lábios, posso sentir que ele está excitado, eu não quero decepcionar ele, mas sinto que isso vai acontecer em breve.

Ele já está por cima de mim quando decide abrir o botão da minha calça, até penso em falar antes que ele puxe a peça de roupa para baixo, infelizmente ele é mais rápido, assim que vê, ele trava por uns segundos.

— Isso é um absorvente? — sua voz sai rouca, isso não impede que eu perceba sua decepção.

— Foi mal. — seguro a risada mas sei que não controlo o sorriso no meu rosto.

— Caramba Lys, eu...olha. — ele se senta do meu lado e parece bem desconfortável.

— Ei, não me pressione. — estou debochando, mas ele leva a sério.

— Eu não quero te precionar, mas caramba, você tava rebolando no meu colo, puxando meu cabelo, brincando com meu piercing.

— Ei ei ei, que descrição ousada é essa? Eu não estava fazendo nada disso viu.

— Você é má.

Meu celular vibra desesperamente e eu procuro por ele pela garagem, é uma mensagem da minha irmã, eu preciso ir para casa urgentemente.

— Preciso ir. — não quero deixar ele nessa situação. — Mas antes eu vou resolver seu problema. — me posiciono no meio das suas pernas, ele me olha surpreso, sua boca se abre mas ele não fala nada, apenas engole em seco.

(...)

Chamo um carro de aplicativo para voltar para casa, pego um trânsito danado, a garagem que os meninos alugam fica no centro, mas é realmente estranho ter trânsito em Toulouse, minha irmã me mandou mais algumas mensagens o que me deixou preocupada e até me senti um pouco culpada, eu chegaria uns cinco minutos mais cedo se não tivesse focado em outras coisinhas.

Quando o carro para na frente da minha casa uma gritaria chega aos meus ouvidos, entrego o dinheiro e fico incomodada com a demora do motorista para me entregar o troco, travo na frente da porta, eu não imagino o está acontecendo e tenho medo de descobrir.

Flowers | LysOnde histórias criam vida. Descubra agora