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As coisas destruídas, a areia tomando conta do lugar, deixava tudo com o olhar ainda pior, com um desconforto na boca do estômago.

- Isso me faz pensar o que essas pessoas sofreram quando o mundo se tornou isso.

- Deve ter sido mais desesperador do que podemos imaginar. Ver o mundo morrer em frente à seus olhos, as pessoas se transformarem em monstros.

Georgia suspirou e deu passos para frente.

O som dos cranks fez os dois ficarem atentos e destravarem as armas. Newt deu passos atrás e abriu a mochila, pedindo para a mulher ficar de olho enquanto procurava e recolhia o que precisava.

Ela apertou a arma contra o corpo e deu alguns passos para longe dele, ouvindo o som do crank. Sua respiração ficou descompassada e quando ela virou o corredor encontrou o crank que fazia barulho, preso debaixo dos escombros.

A arma disparou em silêncio e o corpo deixou de se mexer. O sangue escorreu pelo buraco da bala e ela engoliu a angústia.

- Georgia? - a mão de Newt tocou as costas da mulher e ela o encarou. - Tudo bem?

- Sim, eu só.... parece a primeira vez em que faço isso, mas tudo bem.

- Tem certeza?

- Sim. Já conseguiu as coisas?

- Algumas, vamos cidade, trocar outras coisas. Mas temos que tomar cuidado com as pessoas...alguém pode nós reconhecer e isso vai criar problemas.

Ela concordou e saiu do prédio.

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Quando o carro parou em frente a uma montanha de entulho, Georgia encarou Newt com uma grande interrogação em seu rosto. Eles estavam nos arredores da cidade e Newt parecia querer esconder o carro. Foi aí que ela entendeu o que ela estava fazendo.

- Esconda o rosto! - ele enrola um pano no rosto da mulher e no dele. - Fica bem assim!

- Você fica lindo assim também!

Newt riu por debaixo do pano e pegou as armas, chamando a mulher para o seguir.

A cidade era diferente da última, havia menos pessoas e menos  movimentação nas velhas ruas, as pessoas se escondiam nas sombras dos prédios e tinham olhar assustado.

- Porque estão assim?

- Homens do C.R.U.E.L vieram e levaram algumas crianças, mataram alguns e deixaram dor e destruição. Vamos.

- Não podemos...

Ela se sentia culpada, angustiada e com o desejo de ajudar.

- Não podemos fazer nada para eles.

Newt deu passos a frente, deixando ela sozinha para trás. Georgia encarou o próprio corpo, coberto por tantas peças de roupa  quente. Suas luvas deixaram suas mãos, assim como duas de suas blusas de frio.

-Aqui! - ela estica as peças para as crianças no canto do velho prédio - Me desculpem!

Ela se afasta tempo para conseguir ver Newt entrar em uma tenda.

Seus olhos brilharam quando ela entrou na velha tenda, vendo
ambos os homens no fundo comprando e trocando as coisas com um cara de barba. Ela passou a mão sobre as coisas e sorriu ao ver um velho pingente de coração - daqueles que abrem e você pode colocar a foto dentro. -

- Quanto é? - a atenção dos dois homens foram para ela.

- O que você tem de valor?

Ela se encarou e viu que não tinha nada que o homem poderia querer.

- Pode deixar - Georgia devolveu o pingente pro lugar, dando as costas para os homens e se sentando do lado de fora para poder esperar por Newt. Ela respirou algumas vezes de forma pesada e ouviu ao longe o som de um avião.

Os gritos começaram e todos correram para se esconder, mas ela ficou parada vendo o avião se aproximar enquanto atirava. Parecia uma cena do seu passado, uma que ela participou.

- Martin! - uma mulher grita para um garoto caído no meio da rua. Ele devia ter a idade de Georgia, era ruivo e parecia sofrer com algum tipo de problema na perna.

- Merda! - Georgia exclama correndo até ele, enquanto desviava
dos tiros. - Vem!

O homem segurou o pescoço de Georgia e se levantou aos
tropeços sendo levado para a tenda onde ela estava segundos atrás.

- Tudo bem? - ela questiona

- Sim, eu só estou sem minha bengala. Obrigado!

Ela sorriu.

- Por nada!

Newt caminhou até a Georgia e a puxou para si em um abraço.

- Você tem se arriscado por pessoas, tem que parar. - ele diz- Onde estão suas outras roupas?

- Dei para as crianças. - ela responde ignorando as primeiras
palavras do homem. - Elas...

- Merda Allie - ele exclama mudando o nome da garota. - Tem uma razão para ninguém aqui se preocupar com os outros. A vida não é fácil aqui, as pessoas matam umas as outras para roubar o pouco que elas tem. Você condenou aquelas crianças. Elas vão morrer.

O olhar de Georgia mudou e ela o abaixou, se afastando de
Newt e da cabana. O avião já havia ido embora e agora só havia
destruição e sangue. As pessoas choravam sob os corpos de seus
entes queridos mortos, o caos estava instalado ao redor dela e não havia nada para fazer. Ela fechou os olhos por alguns instantes e passou pelo corpo de uma das crianças que ela havia dado uma das suas roupas.

Quero muitos comentários senão não posto o outro essa semana.
Então votem e comentem muitoooo pra ter mais capítulos.
E tem uma coisinha vindo por ai...
Beijos e fuiiii

Salvation |ᵐᵃᶻᵉ ʳᵘⁿⁿᵉʳ- ⁿᵉʷᵗ| Onde histórias criam vida. Descubra agora