08

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Chuck tinha conseguido escapar do seu trabalho e caminhou até o amansador, escondendo uma maçã no bolso da sua blusa.

— Come aí! - ele diz jogando a maçã no colo da garota.

— Devia estar trabalhando. - Georgia diz mordendo a maçã.

— Eu sempre consigo fugir um pouquinho. - ele diz rindo — É verdade que ameaçou o Clint?

— Eu estava com raiva dele e das ações idiotas dele — ela fala olhando para o garoto gorducho e com bochechas fartas em sua frente. — Não teria coragem de matá-lo.

“Eu acho” — ela pensa.

— Eles estão vindos, esconde a maçã!

Georgia mordeu a maçã uma última vez e a jogou na grama, não tinha como esconder uma maçã deles espaço pequeno. Ela limpou a boca e riu do desespero de Chuck ao se levantar. Alby vinha na frente conversando com Gally, Newt vinha logo atrás com Minho que por alguma razão não havia ido para o labirinto naquele dia. O rosto  de cada um estava fechado, uma cara nada boa pra quem está presa.

— Você vai construir sua cabana com a ajuda dos outros construtores, só que antes vamos ter uma conversa na sede, apenas nós cinco. - Alby diz abrindo a "grade" da prisão.

Chuck deixou um último olhar para a garota e saiu correndo em direção ao grupo de pessoas que estavam paradas encarando a cena.

Os pingos de sangue no chão da sede lembraram Georgia da briga contra Gally. Ele não gostava nem um pouco da garota, não por causa da briga, ele tinha uma sensação ruim no peito toda vez que a via.

— Não quero você perto de nenhum dos garotos. - Alby começa — Sem conversinhas e sem ameaças. Sua mesa é  separada, você é o perigo desse lugar. A cada tarefa que você vá fazer, um dos Guardiões vai ficar de olho. Seu trabalho até segunda ordem é treinar os garotos, usando o que você sabe pra ensinar eles.

— Não entendi, se você não quer que eu fique perto dos garotos, como quer que eu ensine pra eles sobre lutas?

Newt que tinha os olhos pregados na garota desviou no momento em que ela o encarou, virando o rosto para Alby.

— Você vai ensina - los a lutar, fim de conversa. Se eu souber que você causou briga ou ameaçou alguém…

— Eu sou mandada pro labirinto. - ela responde mordendo a bochecha.

— Que bom que já sabe. Pode ir com o Gally.

Georgia encarou Newt que tinha os braços cruzados e olhar preso no chão. Seu pé mexia de forma nervosa o que mostrava que ele parecia estar desconfortável com a situação. E ele estava. E se ela descobrisse que só estava sendo usada? Como ela iria reagir? Ela parecia confiar nele.

— Sua cabana vai ser aqui! - Gally diz — Comece limpando o chão com a enxada.

Era distante das outras cabanas, bem perto da parte mais densa da floresta. Georgia segurou o cabo da enxada enquanto começou a retirar as folhas e galhos. Os outros garotos foram chegando, carregando bambus e algumas palhas trançadas, as jogando no chão e parando ao lado de Gally que encarava a garota.

Ela queria perguntar se eles iriam ajudar, mas não queria uma nova discussão ou briga.

Os cachos dos cabelos de Chuck apareceram na visão de Georgia e ela sorriu ao ver que ele a ajudaria, assim como outros dois garotos.

— Você só sai daqui para almoçar trolha! - Gally diz abrindo os buracos no chão. — Você vai amarrar cada um desses bambus e colocar outros deitados, forme quadrados e os cubra  depois com abertas palhas e o barro.

As mãos de Georgia estavam cobertas de terra e com cortes que sangravam, diferente dos garotos que usavam luvas.

"Você tem que provar o seu valor” — a voz em sua mente diz.

— Ei trolha!  - Ben a chama — o almoço está pronto.

Gerogia passou a blusa sobre o rosto e encontrou vários olhares sobre ela. Ela tinha se esquecido. Andando na sombra ela seguiu até onde iria lavar as mãos. Seu corpo saga suado e ela queria poder arrancar aquela roupa e pular dentro do rio.

A fila para pegar o almoço era dividida em duas e mesmo assim foi grande o suficiente para dar a volta em uma das mesas. Caçarola encarou a garota quando chegou sua vez e colocou a comoda ali, era um tipo de sopa de verduras e um pão feito por eles. Como ela sabia que devia fazer, seguiu até a mesa que estava vazia, se sentando sozinha mesmo vendo Chuck acenar com a mão e tentar se levantar para ir até ela.

O sol quente deixou sua pele vermelha e por alguns instantes ela pensou em quebrar as regras de Alby.

Quanto mais matar melhor, CRUEL é  bom

O som de tiros invadiram a mente de Georgia e ela tampou os ouvidos, enquanto sua cabeça doía e ela gritava. Ela parecia estar sendo jogada contra uma espécie de sala cheia de vidros, sentindo seu corpo doer enquanto os mesmos cortavam sua pele. Estava sendo pior.

Ben correu até a mesa e parou em frente a Georgia,  tentando toca - la. Outro grito ainda mais alto deixou a garganta da garota e ela caiu no chão, sentindo seu corpo queimar  enquanto ela tentava tirar aquelas imagens da sua cabeça.

Newt correu mancando até a garota, onde segurou o corpo  dela contra o seu, num ato instintivo de acalma - la.

— Me mata Newt! - ela súplica — Por favor, me mata!

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Salvation |ᵐᵃᶻᵉ ʳᵘⁿⁿᵉʳ- ⁿᵉʷᵗ| Onde histórias criam vida. Descubra agora