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O carro saiu do estacionamento em silêncio e Georgia puxou um tablet que havia encontrado em um dos armários do avião e o ligou, vendo
as mesmas pastas de horas atrás aparecerem.

- Onde arrumou isso? - Caçarola questiona.

- No avião. São meus dados, a minha ficha e...

- Sua ficha?

- A ficha de todo mundo está aqui, e parte da história de cada um também. Pode ler o seu se quiser, eu só quero ler mais um pouco sobre mim.

Newt encarou os amigos e criou coragem.

- Eu tenho uma irmã. Georgia descobriu mais cedo.

Ambos os garotos comemoraram e sorriram, questionando sobre a sensação de descobrir que tem família e ouviram Newt contar sobre o sentimento que crescia em seu peito.

- Falamos e falamos, mas você não me disse quem é - Caçarola questiona pegando um cereal em barra de dentro da mochila.

- A Sonya, a loirinha do grupo do Aris. No meu arquivo consta que o nome dela de verdade é Lizzy, mas acho que vou continuar a chamar ela de Sonya.

- Queria ter família também.

Georgia saiu da sua pasta e entregou o aparelho para Caçarola.

- Você pode sabe se tem família.

- Obrigado!

Ela sorriu se ajeitando sobre o banco e encarou a paisagem no lado de fora do carro.

- Você sabe o caminho, né?

- Georgia, você está falando com um gênio da pilotagem.

Uma onda de risos invadiu o carro e as gargalhadas tomaram conta do silêncio que antes existia. A garota encarou os amigos e o "namorado" e agradeceu em silêncio por os ter em sua vida.

- Pelo o que consta aqui, - Caçarola começa- eu tenho um irmão mais velho, o nome dele é Eric e aparentemente eu vivia com a minha família no que eles chamavam de Portland.

- Tem alguma coisa minha ai?- Thomas questiona olhando pelo espelho acima de sua cabeça.

- Tem. Thomas Anderson. Vivia no litoral do país com a família, filho único e odorava caēs.

- Sem família - ele responde triste.

- Pode não ter a sua de sangue, mas tem a gente.- Newt toca em seu ombro. - Uma família bem grande e doida.

_

O carro parou em frente a entrada do túnel. O sol estava quente e fazia todos eles suarem e retirarem suas roupas de frio. Georgia usava pela primeira vez uma blusa de alcinha, o que a deixava
desconfortável e amostra. Suas cicatrizes na altura dos ombros estavam aparecendo e ela não queria aquilo, tanto que vestiu sua blusa de frio novamente.

- E a única passagem - Thomas diz.

- E vamos tocar o sino do jantar - Caçarola retruca ao entrar no carro. - E somos o jantar pros cranks que vão ter aí dentro.

- Vira essa boca pra lá.

Georgia se sentou ao lado dele e bebeu à água da garrafa, deixando um pouco para depois.

- Vamos lá!

Newt segurou a lanterna para fora da janela do carro e Thomas acelerou para dentro do túnel e logo de cara o grupo encontrou um carro capotado.

Georgia desengatilhou a arma e conferiu a agulha da arma, tendo certeza de que estava com balas postas. O facão em sua cintura também estava pronto, pronto para revidar e matar.

O carro parou minutos depois. Newt fechou a janela e iluminou as coisas ao redor pelo vidro, Caçarola também pegou sua lanterna e  iluminou a lateral do caminho.

- Não tem...

O grito de Geórgia fez com que os três homens encararem a mesma e observando o vidro ao seu lado. Uma mulher.

- Me ajuda! - a mulher pede.

- Apaga a luz. Apaguem as lanternas, porra! - Georgia grita abaixando a lanterna que Caçarola tinha em mãos.

O som de batidas nas laterais e no teto do carro faz com que o medo e o desespero corresse nos corpos de cada um. Os cranks estavam se acumulando ao redor do carro.

- Tommy vai! - Newt grita assustados com o crank em sua frente.

Thomas acelerou o carro e balançou o mesmo várias vezes tentando tirar o crank de frente à eles. O crank estava dando cabeçadas no vidro, tentando o quebrar.

Georgia segurou a arma, retirou o cinto e abriu a janela, causando a indignação nos garotos. Ela se apoiou na janela e atirou algumas vezes até acertar na cabeça do morto.

O carro se descontrolou e Georgia caiu para fora do mesmo antes dele capotar e ficar com as rodas para cima. Ela gemeu ao sentir os ralados em sua perna e braços. Sua calça estava rasgada e sua blusa estava estragada. Sua cabeça ficou zonza  e ela se sentiu desnorteada por alguns minutos, ouvindo o som do carro ainda funcionando e dos cranks se aproximando.

Ela balançou a cabeça mais algumas vezes e se levantou procurando pela arma, já que o facão ainda estava em sua cintura.

Ela grunhiu e chutou o que lhe tocava com medo.



5/6
Oiiiiii
Espero que tenham gostado!!! Tem muita coisa por vir.
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Salvation |ᵐᵃᶻᵉ ʳᵘⁿⁿᵉʳ- ⁿᵉʷᵗ| Onde histórias criam vida. Descubra agora