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— Chuck! — Georgia exclama tentando acordar o garoto que dormia esparramando em sua rede. — Chuck.

- Hum - ele resmunga.

— Sabe onde o Newt está? A rede dele está vazia.

— Deve estar na torre... na torre

Geórgia revirou os olhos e tentando achar um motivo aparente para Newt estar lá, no meio da madrugada e debaixo da chuva forte. Seus passos não podiam ser silenciosos por causa das poças de água que haviam tomado conta do chão, de longe ela avistou a figura magra de Newt sobre a torre e sorriu ao começar a subir as escadas.

— O que está fazendo aqui? — ela questiona.

- O que você está fazendo aqui? — ele reponde sem encara - la.

A luz da lamparina deixava seu corpo a vista, suas roupas estavam ainda mais molhadas que as de Georgia — se aquilo era possível -.

— Olha para mim — ela pede — Newt, por favor!

— Você acha que eu sou o que? Burro? — seus olhos alaranjados por causa das chamas encararam Georgia com fúria e ela engoliu seco ao sentir o medo correr por seu corpo. — Temos um momento no rio e horas mais tarde você está agarrada com Brian e ainda por cima eu descubro que você pediu para Alby o soltar.

— Ele me beijou, Newt. Ele.

— E você retribuiu. Eu vi, não adianta ficar inventando mentiras.

— Retribuiu por que queria que fosse você, por que pensei que era você naquele momento ali comigo, só que não era. — Georgia diz — Eu não gosto do Brian, Newt, gosto de você. Desde que eu cheguei nesse maldito lugar algo me prende a você.

— Talvez o fato de você ter matado os meus pais sem qualquer razão aparente. Assassina.

Os olhos de Georgia foram para o chão e as lágrimas quentes rolaram junto com as gotas de chuva por seu rosto.

— Talvez posso ser isso mesmo. — ela diz se aproximando do garoto e beijando sua bochecha de forma rápida.

— Você costuma querer beijar todos? — Newt questiona encarando o rosto triste da garota em sua frente. — O Brian já foi, agora eu. Quem vai ser o próximo? Minho? Alby? Ou o Gally?

— Você esta se tornando um idiota Newt, como o Gally...Me desculpa por ter te decepcionado, me desculpa por tentar, me desculpa sei lá, por qualquer coisa.

Georgia desceu as escadas e caminhou para sua cabana, trocando de roupa e enfim tentando dormir.

Newt socos os troncos de madeira algumas vezes, tentando acabar com a raiva que ele sentia, sua mão doeu de forma aguda minutos depois. Ele se sentia um mértila.

A chuva não cessou durante a noite, ela ainda caía quando os clareanos começaram a trabalhar. A tosse vinda da cabana de Georgia parecia não ter fim, já que a noite toda havia sido passada em claro por causa dela. Seu corpo estava dolorido e ela se sentia fraca. O pensamento de sua imunidade ser baixa passou por sua cabeça por alguns instantes e antes mesmo que ela pudesse faze-lo desaparecer outro surgiu.

Geórgia balançou a cabeça e a abaixou, evitando contato com os outros garotos.

-Tá precisando de uma remédio trolha? — Clint questiona da outra mesa.

— Eu estou bem. — Georgia responde se levantando e pegando a capa de chuva.

Sua visão ficou turva e ela tentou não demonstrar enquanto andava. Aquela dor nas costas estava acabando com ela, parecia que estava tudo queimando dentro do seu corpo.

Horas mais tarde naquele mesmo dia, a chuva passou e o som estridente de um alarme começou a soar. Era da caixa, o que significa que mais comida estava subindo e que poderia estar vindo um novo trolho. Todos os garotos, sem exceção, começaram a correr para perto da caixa de metal.

— Não vai vir? — Winston questiona.

Georgia nega com a cabeça e se senta sobre algumas tábuas que estavam ali para serem usadas pelos construtores e pelos Bricknicks. De longe ela ouviu os gritos e risadas dos garotos, a fazendo se lembrar de quando chegou.

— Trolho novo! — a testa de Georgia franziu e ela refez suas contas; ainda faltavam alguns dias para a chegada de um trolho novo.

Salvation |ᵐᵃᶻᵉ ʳᵘⁿⁿᵉʳ- ⁿᵉʷᵗ| Onde histórias criam vida. Descubra agora