07. I found you but...

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Quarta feira. 15:45.

Minha cabeça está latejando enquanto eu termino de abotoar a calça, meu organismo já não suporta mais o cheiro do vinho então eu vou comprar outro tipo de bebida caso não o encontre hoje de novo.

Saio de casa com meu celular em mãos para o caso dele responder uma de minhas trezentas mensagens e caminho em direção a praça, lenta e calmamente. O dia está nublado, passando uma sensação de vazio horrível enquanto o vento sopra forte contra mim.

A praça está vazia a não ser por um garoto sentado no mesmo lugar em que Wooyoung sempre se senta. Seria estupidez o mandar sair dali?

—Com licença? —falo parando em sua frente e meu coração entra em pane.

Não é possível.

—Hum? —ele diz calmo com seu olhar vazio encontrando o meu, ele parece acabado. -Ah, e aí? Eu vi a sua última mensagem e atendi seu pedido, eu vim ver as borboletas que já não estão aqui. -ele sorri amargo e eu engulo em seco.

—Olha eu... Eu não sei o que dizer, eu senti muito sua falta. -olho para ele, sentindo a indiferença em seus olhos— Está sendo insuportável acordar e não ter você comigo. - falo me sentando ao seu lado no banco enquanto o vento continua soprando, bagunçando meu cabelo.

—Você quem escolheu isso, eu não posso fazer nada. —sua voz está baixa e ele parece exausto.

Seus olhos e nariz estão vermelhos e seu cabelo está um pouco desarrumado mas ainda assim, adorável. O olhando agora mexendo nas próprias unhas e fungando baixinho, eu me pergunto o quão idiota alguém tem que ser para machucar um ser tão delicado.

E eu fui idiota a esse ponto.

—As pessoas se arrependem de suas escolhas mal pensadas. —falo e ele ri jogando a cabeça para trás.

—Nós nunca tivemos nada, porque você me mandou mensagem como se nós tivéssemos um relacionamento real? —ele diz com tom evidenciando o quanto dói dizer isso e eu franzo as sobrancelhas.

—Nunca foi real para você?

—Fala sério, Choi San! —ele diz sarcástico e me olha- Você me disse naquele maldito dia que nós não passávamos de "uma transa casual", e agora quer vir perguntar para mim se nunca foi real? -ele engole em seco e vira o rosto para o lado oposto, respirando fundo tentando conter toda sua magoa.

—Você sabe que nós não éramos só uma transa casual. —falo e ele me olha de novo, os olhos brilhando pelas lágrimas acumuladas.

—E o que vai mudar você me dizer isso agora? Você tem a mínima noção do quanto doía sempre que você ficava puto por uma coisa extremamente ridícula e beijava o Seonghwa na minha frente por pura birra? —ele fala e uma lágrima escorre pela sua bochecha rosada e eu engulo em seco. —Pois é, você não sabe porque nós nunca fomos um casal de verdade, nós sempre fomos uma transa casual e você sabe disso. —ele diz com os olhos enchendo de lágrimas de novo e eu me seguro para não tocar seu rosto.

—Eu fui estúpido demais para perceber que você era e ainda é, tudo o que eu preciso. —falo tocando seu rosto carinhosamente.

—Sim, você foi, mas por incrível que pareça , eu ainda... —ele hesita e fecha os olhos— Eu preciso ir. —ele se levanta do banco e olha para mim, talvez esperando que eu fale alguma coisa.

Fico em pé em sua frente com o coração a beira de um colapso nervoso e olho em seus olhos, os mesmos olhos que um dia me olharam tão apaixonados agora cheios de dor e arrependimento.

—Eu...

—Você...?  -ele me incentiva a falar com a voz mais baixa do que o normal e eu passo a língua pelos lábios.

Eu te amo.

—Eu preciso de você. —falo e ele abaixa a cabeça —Eu não estou brincando dessa vez, eu não preciso só do seu sexo ou algo parecido. Eu preciso do cara que eu apresentei a minha mãe como meu namorado, eu preciso do seu carinho, do seu beijo, da sua voz, da sua risada, eu... por favor, eu preciso de você. —falo e ele encosta a testa em meu ombro.

—Eu não sei se consigo. —ele diz em meio a soluços baixos e eu envolvo seu corpo com meus braços em um abraço apertado.

—Tudo bem, mas ao menos me dê uma chance de fazer tudo diferente dessa vez. —peço e ele se solta de mim, limpando o rosto e me olhando nos olhos com os seus encharcados de lágrimas.

—Eu realmente preciso ir. —ele fala e sem esperar passa por mim, caminhando para longe de mim outra vez.

Eu estou a ponto de morrer.

Are We Still Us? [woosan] • EM REVISÃO •Onde histórias criam vida. Descubra agora