21:00.
Hoje o dia foi completamente entediante, eu não fiz absolutamente nada além de comer e assistir alguns filmes. Wooyoung passou o dia com seus pais e eu fiquei sozinho em casa, ele até agora não chegou e provavelmente vai dormir lá.
O tédio está me consumindo completamente, está tudo escuro a não ser pela luz da cozinha que ilumina um pouco a sala e eu estou encarando o teto tentando pensar em alguma coisa para me distrair. Não ter nada para fazer é horrível.
Como todas as vezes minha mente vaga para meses atrás quando eu e Wooyoung fomos ao cinema, ele me irritou tanto para ir que eu acabei sendo vencido pelo cansaço mas nós não assistimos ao filme, muito pelo contrário, nem o nome do filme a gente sabia.
A sala estava vazia a não ser por um grupinho de no mínimo umas cinco garotas e alguns meninos, com certeza o filme era muito ruim ou eles foram lá com outras intenções. Enquanto os anúncios passavam na tela Wooyoung colocou a mão discretamente em minha coxa e depois a subiu quando o filme começou, me provocando enquanto fingia assistir o filme.
Esse teatro não durou muito quando nós começamos a nos beijar sempre tomando o máximo de cuidado para que ninguém nos ouvisse, lembrar do quão habilidosa é sua boca e suas mãos faz com que eu queira voltar naquele dia.
Sua cabeça jogada para trás enquanto ele segurava os gemidos foi uma das melhores coisas que eu já vi na vida, vê-lo se contorcendo e se segurando para não gritar quando se desfez em minhas mãos foi excitante.
Quando nos demos conta o filme já estava no final, aquele dia nós quase não dormimos, estávamos despertos demais para tal ato. Foi uma das melhores noites que passei com ele mas quando se trata de estar com Wooyoung tudo é sempre bom, inesquecível.
-Ei, você está me ouvindo?- ouço a voz de Wooyoung e olho para ele.
-Ah, oi. -falo com um sorrisinho simpático e ele se senta de frente para mim.
-Estava pensando em quê?
Em você me pagando um boquete.
-Nada, só estava existindo. -minto e ele cerra os olhos.
-Você comeu?-ele pergunta tirando a blusa de frio e eu assinto, observando atenciosamente cada movimento seu- Tomou banho?- ele pergunta e eu encaro seus olhos.
-Wooyoung eu sou uma pessoa adulta, é claro que eu já tomei banho! -falo e ele faz uma careta antes de sussurrar um "hm".
-Eu vou tomar banho, estou todo suado. -ele avisa e vai até o banheiro.
-Okay. -falo o observando entrar no banheiro e então decido ir me deitar na cama, o sono está chegando e ainda nem é meia noite.
Deitado encarando o teto outra vez eu lembro de como foi a primeira vez em que Wooyoung me mandou uma mensagem, foi um simples "Boa noite" mas fez meu estômago gelar e um sorrisinho crescer em meu rosto. Nós passamos a madrugada inteira conversando sobre diversas coisas, gostos musicais e até algumas coisas inapropriadas.
É engraçado lembrar que eu tinha medo de deixar ele saber que eu estava apaixonado, eu ainda tenho, mas agora é menor e eu estou conseguindo lidar com isso de uma maneira mais leve. Nem sempre amar machuca, talvez amar a pessoa errada machuque mas quando é para ser não dói ou te faz chorar.
Claro que nem sempre vai ser a coisa mais linda do mundo e vai ser só felicidade, terão momentos em que você vai querer enforcar a pessoa e a jogar janela abaixo até porque nem todo mundo pensa igual. Mas esse momento passa e você volta a sentir aquele friozinho no estômago quando ela te toca ou te diz ao pé do ouvido que te ama, quando ela te faz delirar nos mais variados sentidos.
É isso que eu sinto com Wooyoung, mesmo com todos aqueles desentendimentos nós sempre ficávamos sem reação com um beijo inesperado ou um olhar que denunciava o quão apaixonado estávamos. Nós estamos conectados um no outro, nem mesmo Sócrates explicaria o que sinto por ele.
-Perdido em seus pensamentos de novo?- Wooyoung pergunta e eu olho para ele.
-Quando você deitou aqui?- pergunto franzindo as sobrancelhas e ele dá um sorriso falso.
-Uns dez minutos. -ele fala e eu continuo sem entender seu jeito estranho.
-Aconteceu alguma coisa?- pergunto e ele balança a cabeça e larga o celular no criado mudo para me olhar.
-Eu senti sua falta. -ele diz com a voz baixa e meu estômago gela de novo.
-Hum, eu também senti sua falta -ele continua me olhando e eu dou um meio sorriso- O dia não é o mesmo sem a sua barulheira. -confesso e ele coloca a mão em meu rosto.
-Eu amo você e isso me assusta. - ele sussurra e eu engulo em seco, nossos olhos estão fixos um no outro- Me assuta porque é forte demais, eu tenho medo de perder você outra vez, eu não quero que isso aconteça. -sua voz continua baixa e ele está sério.
-Eu sei, eu sinto a mesma coisa. -confesso e ele parece relaxar um pouco com um suspiro fundo- Eu também fico assustado quando penso no quanto eu amo você. -ele pisca devagar e eu fico em silêncio.
Os próximos minutos se passam assim, em um silêncio total a não ser por nossas respirações, nossos olhos vidrados um no outro tendo um diálogo silencioso, não é necessário o uso das palavras quando nossos olhos dizem tudo o que queremos dizer. Quando nós sabemos que tudo dentro de nós é sentido da mesma forma.
O sono está tomando conta de mim e eu fecho os olhos aproveitando o carinho dele em meu cabelo, em um pedido silencioso para que eu chegue mais perto ele me abraça e eu afundo o rosto em seu pescoço, inalando seu cheiro.
Ele boceja e continua a acariciar meu cabelo, seu coração está batendo rápido e eu sorrio por saber que não sou o único a estar quase tendo um treco.
-Boa noite, San. -ele diz com a voz sonolenta e eu sorrio sozinho.
-Boa noite, Wooyoung.
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Are We Still Us? [woosan] • EM REVISÃO •
FanficSan todos os dias escreve em seu bloco de notas o quão triste se sente pela falta de Wooyoung e o quão arrependido ele está por ter o deixado partir sem dizer ao menos uma única palavra que o confortasse. Mas então um dia triste e monótono como qua...