🍂128. Married life🍂

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Alguns anos depois.

Wooyoung POV

20:40. Sexta feira.

O dia hoje está frio, há um bom tempo as tardes não terminavam frias como hoje. Cruzo os braços e olho San ensinando alguma coisa para Mingi.

Há uns anos atrás eu pensava que nunca poderia realmente ter uma família, que seríamos apenas eu e o San para sempre. Não que isso seja ruim mas desde quando eu era criança, eu sonhava com o dia em que ia ser pai e poder colocar meu filho para dormir como via nos filmes.

Eu perdia as contas de quantos remédios eu tinha que tomar para conseguir dormir e não pensar demais, fui um longo processo para finalmente conseguirmos adotar ele. Mas eu passaria todo o estresse de novo, ver o sorrisinho e os olhinhos dele brilhando fez com que tudo valesse a pena no final das contas.

-Vem, vamos dormir. -San sussura e pega Mingi no colo, deixando um beijinho delicado no cabelo dele.

Ele caminha lentamente até mim com um sorrisinho, então essa é a sensação do felizes para sempre que todo filme da sessão da tarde tem? San segura minha mão e me puxa até o quarto para colocar Mingi na cama, por mais que essa cena se repita todos os dias eu sempre vou sentir meu coração quentinho.

-Boa noite, bebê. -sussurro deixando um beijinho na testa de Mingi e puxo a coberta até seus ombros.

Ele é a coisa mais adorável que existe. San faz o mesmo e então para do meu lado, olhando o pinguinho de gente dormindo.

-Como você está se sentindo hoje? -San pergunta baixo, me abraçando.

-Bem, e você? -encaro seus olhos e ele sorri.

-Nunca estive tão bem em toda minha vida. -ele diz deixando um beijinho em minha testa antes de caminharmos lentamente até nosso quarto.

-Você acha que nós estamos cuidando bem do Mingi? -pergunto me aconchegando nele e ele suspira.

-Sim, você acha que não?

-Não sei. -falo brincando com a mão dele.

Eu realmente não sei, cuidar de uma criança é mais difícil do que eu imaginei mas não é impossível. Todo mundo diz que nós fazemos um bom trabalho e tudo mais, mas as vezes eu acho que não é o suficiente.

-É a primeira vez que fazemos isso mas segundo sua mãe, nós fazemos isso bem. Não somos como aqueles pais de filmes, mas aqui é a vida real sabe? De certa forma eles passam essa responsabilidade de uma forma mais fácil -ele diz afundando os dedos em meu cabelo e então entrelaça a outra mão na minha- Eu não acho que sejamos ruins em cuidar do nosso filho, eu tinha medo de que tudo fosse dar errado mas nós estamos indo melhor do que eu imaginava. -ele diz e respira fundo, brincando com as mechas do meu cabelo.

Acho que ele tem razão. Para mim o que eu faço não é suficiente, mas pode ser que eu esteja me cobrando demais. Talvez eu me sinta assim até o dia em que eu morrer, uma vez minha mãe me disse que quando temos uma pessoa para cuidar nós sentimos isso.

É como se você quisesse que tudo o que aquela pessoa for fazer, ela precise de você porque você quer proteger ela de tudo. Mas você não pode proteger ela de tudo, por isso se sente inseguro. Eu concordo com ela, eu não quero que Mingi se machuque ou sofra pela menor coisa que seja.

Mas se eu o impedir de se machucar, uma hora vai acontecer e ele não vai estar preparado para lidar com isso sozinho. Não quer dizer que eu vá deixar ele sozinho quando acontecer de alguém rejeitar o amor dele ou algo do tipo, quer dizer que eu vou deixar que ele tome as próprias decisões quando tiver maturidade suficiente para isso.

Porque eu sei o quão difícil é sofrer pela pessoa que você ama, o quão insuportável é ficar longe dessa pessoa porque vocês são imaturos e orgulhosos demais para admitir que seus corações são fracos como os de todo mundo.

Eu tive sorte de me casar com o cara que eu amo, talvez alguns pensem que eu sou um tolo por ter voltado com San. Mas eu não me importo. Agora, depois de anos, eu sei que aquele San que eu conheci não era ele.

É um pouco confuso, mas faz sentido na minha cabeça. As pessoas sempre viam as brigas e a estupidez entre nós, mas elas não sabiam das vezes em que riamos um do outro ou passávamos a noite em claro conversando sobre os assuntos mais irrelevantes.

Por isso eu não ligo caso alguém pense que eu sou um tolo, eu sei que o motivo pelo qual eu não desisti não foi só por uma transa ou a sensação dizer que tenho alguém ao meu lado.

No começo eu achava que eu realmente era um idiota, mas com o passar do tempo eu descobri que na verdade todo o amor que eu insistia em ignorar era correspondido na mesma intensidade. Que do mesmo jeito que eu coração implorava por uma mensagem dele, o dele também implorava.

Então, isso não é burrice ou dependência emocional em alguém que me fez mal e sim amor. Eu demorei para perceber isso, foram noites em claro pensando no sorriso dele e no jeito que ele fazia as borboletas no meu estômago se agitarem, no jeito que ele me olhava e me tocava quando estávamos só nós dois.

E eu não me arrependo nem um pouco de dizer que amo Choi San, talvez eu ame ele mais do que amo a mim mesmo. Saber que no final de tudo, depois de todo o caos eu tenho um filho e um marido maravilhoso é incrível. Eu não poderia ter escolhido um futuro melhor.

Are We Still Us? [woosan] • EM REVISÃO •Onde histórias criam vida. Descubra agora