79. Hi, Choi San

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15:32.

WOOYOUNG POV

Faz quase dez minutos que estou parado em frente a porta criando coragem para tocar a campainha e ver ele outra vez, eu não consegui esperar e aqui estou eu, prestes a tocar a vê-lo novamente.

Com as mãos tremendo aperto a campainha e dou um passo para trás, o barulho da chave faz meu coração se atrapalhar e eu esqueço como se respira quando a porta se abre e seus olhos encontram os meus.

—Oi. —falo acenando com a mão e ele esfrega os olhos e franze as sobrancelhas, me encarando ainda mais.

—Oi. —ele diz e me abraça apertado, parecendo convencido de que não está tendo uma alucinação.

Devolvo o abraço e ele respira fundo, inalando meu cheiro e eu façoo mesmo,  sentindo o cheiro bom do amaciante de seu moletom.

—Eu senti sua falta. —ele diz com a voz abafada e eu beijo levemente seu pescoço.

—Eu também senti. —falo e ele se afasta, olhando em meus olhos por longos segundos.

Estou começando a achar que não é só por mim que ele está chorando, eu o conheço bem e sei que tem alguma coisa errada mas eu não sei se devo perguntar o que é.

—Quer entrar? —ele pergunta limpando o rosto e eu assinto, o acompanhando para dentro do apartamento quentinho.

—Como você está? —pergunto me sentando no sofá e ele se senta ao meu lado, sua perna encostando na minha.

—Não sei, acho que eu estou morrendo. —ele diz e eu engulo em seco.

Realmente aconteceu alguma coisa.

—Por que? —pergunto e ele me olha com um sorriso triste e seus olhos se enchem de lágrimas de novo.

—O câncer da minha mãe se agravou e ela está prestes a morrer. —ele diz com a voz falhando entre uma palavra e outra e eu respiro fundo.

—Eu sinto muito, ela está aqui? —minha voz fica mais baixa e ele nega com a cabeça, juntando os joelhos contra o peito.

—Ela está muito fraca para fazer uma viagem e isso quer dizer que eu provavelmente não vou vê-la antes dela morrer. —sua voz quase não sai e eu sinto meu coração doer por ele, eu sei o quanto ele a ama.

—Você não quer viajar para ver ela? Seria fácil, eu acho. —sugiro e ele nega de novo, escondendo o rosto entre os braços.

—Eu não quero ver ela morrendo, doeria muito mais do que ficar longe dela. —ele diz soluçando e eu acaricio seu cabelo.

—Tem certeza? —tento insistir mas ele balança a cabeça e me olha.

Seus olhos estão vermelhos e inchados e seu nariz também está vermelho, denunciando o quanto ele já chorou antes que eu chegasse.

—Eu posso abraçar você? —ele pergunta e eu assinto abrindo os braços e ele se aproxima de mim, se deitando em meu peito.

Abraço seu corpo como se ele fosse uma criança e beijo o topo de sua cabeça, talvez a decisão de ter vindo para cá não tenha sido tão ruim assim. Eu não acredito muito em destino e coisas desse tipo, mas acho que alguma coisa me fez tomar essa decisão impulsivamente porque sabia que ele precisava de alguém que o confortasse.

Ele para de chorar aos poucos até seus soluços se tornarem uma respiração atrapalhada e ofegante, a chuva lá fora faz tudo parecer ainda mais triste e eu odeio isso. Odeio ver ele triste e se sentindo mal, eu queria poder pegar todo o sofrimento dele para mim mas não é tão fácil assim.

Eu te amo muito, ok? —sussurro beijando seu cabelo e ajeito meu corpo de forma que dê para escorar a cabeça no encosto do sofá e caio no sono junto com ele.

Are We Still Us? [woosan] • EM REVISÃO •Onde histórias criam vida. Descubra agora