83. You make me feel so...

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20:56.

O jantar hoje foi tranquilo, nós saímos para comprar comida porque aqui não tinha nada além de bolacha recheada e vinho, eu me pergunto como ele sobrevivia assim.

San está tomando banho e eu estou sentado no chão de seu quarto com as costas encostadas na cama enquanto leio alguns poemas que ele escreve em seu caderno.

"Existe algo dentro de mim que se eu deixasse ter voz só diria teu nome dia e noite sem parar, até perder a voz e a garganta ficar seca.
Ele te chama em silêncio com o coração acelerado e ofegante, esperando o momento em que vai olhar-te nos olhos e sentir o mundo inteiro parar."

Ele deve ter escrito ontem de madrugada enquanto eu tomava banho ou em algum momento em que eu estava distraído demais com alguma outra coisa.

É estranho a forma como as borboletas no meu estômago se agitam só de pensar na forma como ele me olha.

—Está gostando do que está lendo? —sua voz rouca ecoa pelo quarto e eu olho para ele, vendo seu corpo coberto apenas por uma toalha na cintura.

Acho que eu não sei como se respira.

Não é a primeira vez que eu o vejo assim mas a sensação sempre vai ser a mesma, o frio no estômago, o coração acelerado e a boca seca.

—Sim. —falo desviando os olhos, tentando não olhar demais para seu corpo.

—Pode olhar a vontade, eu não vou morder você. —ele diz rindo enquanto caminha até o guarda-roupa e eu dou uma risadinha.

Olho para suas costas nuas e desço o olhar lentamente pelo seu corpo, fazendo uma análise completa como se fosse a primeira vez que visse um homem só de toalha. Ele se vira para mim e eu desvio os olhos outra vez, voltando a ler os poemas.

—É engraçado o jeito como você reage, parece que nunca me viu sem roupa. —ele diz se trocando e eu respiro fundo.

—Você mudou muito desde a última vez. —falo e ele franze as sobrancelhas quando olho para ele outra vez.

—Para melhor? —ele pergunta com a voz rouca e eu respiro fundo.

—Sim, muito melhor. Não que antes não fosse bom também, enfim, eu vou beber água. —falo me levantando do chão e saio do quarto, quase tropeçando no meu próprio pé.

Fico parado de frente para a pia encarando a torneira durante algum tempo, minutos? Segundos? Eu não sei. Foi tempo suficiente para ele terminar de se vestir e vir até mim.

—Cuidado para não se engasgar com esse tanto de água. —ele diz rindo e eu olho para ele.

Ele colocou uma calça de malha confortável mas está sem blusa, e eu estou prestes a ter um colapso.

Ha ha, que engraçado. —falo revirando os olhos e saio da cozinha, me sentando no sofá.

Eu odeio o efeito que ele causa em mim, ele simplesmente existe e eu já estou com a respiração toda errada e o coração acelerado. Isso me deixa um pouco desconcertado.

Não que eu não goste, eu só...

—Fica tranquilo, eu não vou te agarrar a noite. A não ser que você queira. —ele diz com uma risadinha e eu olho para ele, seu rosto está tão perto do meu.

Tão tentador.

—Você gosta de me provocar, não é? —pergunto tentando controlar o desejo de o beijar e ele ri, se sentando ao meu lado.

—Sim, suas reações são as melhores. —ele diz passando a mão pelo cabelo e então me olha.

A sala está sendo iluminada somente pela luz do abajur e ele parece muito mais atraente assim, seu olhar faz com que meu corpo fique arrepiado.

—Eu queria muito beijar você, sabia? —minha voz sai baixa e ele chega mais perto, tão perto que nossas respirações se misturam.

—Não seja por isso. —ele diz colocando a mão em meu rosto e em seguida encostando seus lábios nos meus. 

Sua língua desliza pelos meus lábios e toca a minha fazendo meu corpo todo se arrepiar, minhas mãos vão para o seu cabelo e ele me deita no sofá, intensificando um pouco mais o beijo.

Meu coração está batendo tão forte que o sinto batendo em meus ouvidos.

Uma de suas mãos segura minha cintura e ele desce alguns beijos pelo meu pescoço e depois voltar a me beijar intensamente.

A falta de ar se manifesta e ele interrompe o beijo, deixando alguns selinhos em meus lábios e encostando sua testa na minha. Eu senti falta disso.

Sua respiração está ofegante e ele segura meu rosto, me encarando com as pupilas dilatadas e então um sorriso largo estica seus lábios bonitos.

—Como eu senti falta disso. —ele sussurra e eu continuo olhando para ele, meu olhos não desviam dele nem por um minuto.

—Você ainda vai me deixar louco. —falo engolindo em seco e ele dá um sorrisinho, deixando outro selinho em meus lábios.

—Eu digo o mesmo para você. —ele diz e eu sorrio, desviando os olhos dos seus.

—Ei, olha para mim. —ele pede e eu o faço, encarando seus olhos profundamente— Eu posso te beijar de novo? —ele pergunta e eu sinto meu coração se acelerar e minhas bochechas esquentarem.

Balanço a cabeça em concordância e ele beija minhas bochechas e depois na boca, voltando a me olha de novo. Ele parece feliz e isso me deixa feliz.

Eu estou feliz por estar aqui com ele, ele me faz feliz.

—Eu amo você. —sussurro e suas pupilas parecem se dilatar ainda mais.

—Eu também amo você. —ele diz e me beija, um beijo calmo que ocasionou vários outros durante todo o resto da noite.

Are We Still Us? [woosan] • EM REVISÃO •Onde histórias criam vida. Descubra agora