12:47.
Estou parado em frente a casa de Juyeon prestes a bater na porta. Eu realmente deveria fazer isso? Com o coração acelerado e a cabeça a mil bato três vezes na porta e dou um passos para trás, como se algo fosse me machucar se eu permanecesse ali perto.
O barulho das chaves destrancando a porta faz meu estômago revirar e a possibilidade de ir embora surge em minha cabeça até que a porta se abre, revelando Juyeon com o cabelo um pouco bagunçado e um conjunto de moletom.
—Oi. —falo com um sorriso tímido e ele sorri, arrumando os cabelos.
—Oi, está tudo bem? —ele pergunta abrindo espaço para eu passar e fecha a porta atrás de si.
—Bem... —olho para ele brevemente e engulo em seco.
—Sentiu saudades, não foi? —ele pergunta em um tom divertido e eu reviro os olhos.
Sim.
—Não. —minto e sinto meu estômago gelar quando ele sorri— Eu te acordei? —pergunto e ele nega com a cabeça.
—Eu estou acordado faz um bom tempo, eu estava apenas matando tempo na cama. —ele diz e eu franzo as sobrancelhas.
—Você dorme até tarde assim frequentemente? —pergunto e ele nega.
—Não, ontem eu fui dormir tarde porque Yerin estava sem sono, então eu tive que ficar com ela já que meus pais viajaram. —ele diz e eu balanço a cabeça, um pouco desconcertado.
—Sua irmã está dormindo? —pergunto em tom baixo e ele me olha, estreitando os olhos.
—Não, ela acorda muito cedo. Deve estar brincando no quarto ou algo assim, quer café? —balanço a cabeça positivamente e vou até a cozinha, me sentando na cadeira enquanto observo as costas largas cobertas por um moletom preto.
Olho ao redor e observo um dos quadros na parede, com algumas folhas pintadas voando ao redor de uma árvore seca e grotesca.
—Quem pinta os quadros que ficam pendurados aqui? —pergunto cortando o silêncio e Juyeon me olha enquanto termina de preparar o café.
—Minha mãe. —ele diz simplista com um dar de ombros e eu balanço a cabeça, observando os outros quadros.
Eles variam entre sentimentos de tristeza, raiva, alegria e vazio. Alguns não tem nada além de cores fortes e outros envolvem desenhos estranhos e inanimados, eu me pergunto o que a mãe dele pensa enquanto pinta alguns desses quadros.
—Aqui. —ele diz se sentando a minha frente, me entregando uma xícara de café —Você deve estar se perguntando o que se passa na cabeça dela para pintar essas coisas, não é? —ele pergunta e eu olho para ele, assentindo.
Seus olhos sempre tão confortáveis e bonitos me fazem querer desvendar mais sobre quem ele é.
—É, seria interessante conversar com ela e descobrir o que ela sentiu quando estava pintando aquele ali. —aponto para o quadro com alguém agachado no chão enquanto fumaças pretas o rodeiam.
—E como você está hoje? —ele pergunta e eu o olho de novo para seus olhos escuros e sedutores, matantes para uma alma confusa e cheia de medos.
-Não sei. —falo com um dar de ombros e ele dá uma risadinha.
—Quer me contar o que aconteceu? —ele pergunta e eu respiro fundo, tomando um gole longo do café.
—Eu pensei demais nele ontem, muito mais do que é permitido pensar em alguém, eu acho... —falo apertando levemente a xícara em minhas mãos e encarando o líquido preto dentro dela —Ele está saindo com outras pessoas, o que é normal já que ele é livre agora... mas eu sinto falta dele, entende? Mas isso não é o pior de tudo —paro de falar e olho para ele, sentindo as palavras presas em minha garganta.
—O que é o pior de tudo? —ele pergunta com a voz suave e sinto minha garganta se apertar a medida que meu coração se acelera.
O pior de tudo é que eu estou me apaixonando por você.
Fico em silêncio, abrindo e fechando a boca várias vezes sem conseguir colocar em palavras o que preciso dizer. Observo ele beber um gole de café enquanto eu tento formular uma frase que faça sentido. Eu deveria mesmo contar que estou apaixonado por ele?
—Eu... estou me apaixonando de novo. —falo olhando no fundo de seus olhos e ele balança a cabeça, olhando para sua xícara vazia —Por você. —seus olhos imediatamente voltam para mim, compeltam surpresos.
—Como? —ele pergunta e eu abaixo a cabeça, cobrindo o rosto com as mãos.
—Me desculpa, eu preciso ir. —falo me levantando, sentindo a vergonha preencher lentamente cada parte do meu corpo.
—Por que você vai embora? —ele pergunta se levantando e eu olho para ele, seus olhos estão confusos e eu engulo em seco.
—Eu não sei, eu ligo depois. Eu só preciso ir. —falo com a voz falha e ele balança a cabeça, estendendo a mão para mim.
Seguro sua mão e ele me puxa para um abraço confortável e eu deito a cabeça em seu peito, ouvindo o coração dele batendo rápido.
—Não se torture por ter dito o que sente, hum? Mesmo que você esteja confuso ou não tenha certeza sobre isso e deixou escapar sem querer, não foi um erro. —ele diz se afastando e então sorri, tocando minha bochecha— Me ligue mais tarde quando você se sentir melhor, okay? —balanço a cabeça e ele me acompanha até a porta.
O vento está forte e frio do lado de fora, gelando minhas bochechas. Olho para trás até perder ele de vista e quase bater contra o poste enquanto me xingo mentalmente por ter dito aquilo.
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Are We Still Us? [woosan] • EM REVISÃO •
FanfictionSan todos os dias escreve em seu bloco de notas o quão triste se sente pela falta de Wooyoung e o quão arrependido ele está por ter o deixado partir sem dizer ao menos uma única palavra que o confortasse. Mas então um dia triste e monótono como qua...