Turnos, Fichas e Ideias

Joanne

Tema do RPG: Mafia, Gangue e Espionagem

Personagens principais: Joanne

Anos que foi escrito: 2018/2019

Joanne encosta levemente a extremidade de seu pincel - um conglomerado de pelo de algum animal, que a muito ela já havia esquecido a origem, só sabendo de seu preço exuberante, algo esperado de um de boa qualidade - na tinta azul royal disposta em sua paleta de cores, ao lado de um tom mais claro de azul e um tom de branco, para logo em seguida a colocar em sua tela, com um movimento suave, quase sem som, a mesclando com diversos tons azuis e rosas do pôr do sol ao mar, cuja imagem está pintando.

Ela sabe que a muito se tornou noite. Não que tenha olhado as horas em seu celular ou tenha levantado sua cabeça, para o teto de vidro de seu estúdio, para ver o tom do céu.

No entanto, ela sabe, como sabe que as notas de piano emitidas por seu celular foram compostas por Bach. Existem modos que ela aprendeu a notar para perceber quando enfim é noite, a sombra que seu pincel passa a fazer na tela, ou a falta dela, é uma, sua casa ficar mais silenciosa, por os funcionários que trabalham nela terem se retirado, é outra, outra ainda é o cansaço que passa a sentir por estar sentada a tanto tempo. Porém, dessa vez, o que a fez perceber a enfim escuridão em que se encontra, foi seu pai entrando no cômodo.

Quando a garota senta em seu estúdio para pintar, desenhar, ou até mesmo tocar algum instrumento da coletânea localizada no local, está decidida a ficar sentada, ou em pé, por horas sem fim, sem mover nenhum músculo sem ser relacionado ao que está fazendo. Devido a isso, e por sua preguiça de ligar a luz toda vez que escurece, ela aprendeu a deixar a luz de seu quarto ligada, e a porta francesa que liga os dois lugares, aberta, permitindo que a luz artificial banhe o local.

Mesmo assim, a potência das lâmpadas em seu quarto não são o bastante para manter seu estúdio totalmente claro, metade dele está tão escuro quanto estaria sem a luz ligada, e a outra metade está iluminada, mas não o bastante para se falar que está claro.

Foi assim, que ficou temporariamente cega, e quase teve seu quadro destruído, por seu pai ligar a luz sem a dar nenhum aviso. A coreana estava extremamente focada em fazer o tracejado com o azul de forma correta, o mantendo longe de qualquer outro tom mais claro, que não precisasse ser necessariamente mesclado com outra cor, pois isso iria arruinar a obra toda. Graças a seu extremo autocontrole, que aprendeu no ano em que viveu com a familia Watson, além de todas as férias em que passou com eles, conseguiu controlar seu impulso de balançar a sua mão segurando o pincel, a afastando rapidamente da tela.

"Você vai acabar ficando cega se continuar fazendo as coisas a noite sem ligar a luz." Após acalmar sua respiração, que estava acelerada por levar um susto, volta a pintar, agora com mais facilidade que antes, por não precisar se forçar a ver o que está fazendo. "Tem certeza que não quer ir?"

-Tenho, pai, não acho que um bando de homens em seus cinquenta anos iriam querer passar tempo comigo, de qualquer forma.

A garota afasta uma mecha teimosa de seu rosto com sua mão esquerda, colocando-a por de trás de sua orelha, enquanto se afasta levemente da obra, a analisando e vendo se falta algo à fazer para sua visão estar completa.

-Além do mais...

Ela se inclina para trás, a primeira vez nas últimas horas, se permitindo descansar por finalmente o quadro estar finalizado. Mergulhando o pincel, agora sujo de azul, em seu copo de água, para o amolecer e a tinta se soltar, pegando logo em seguida o seu pincel mais fino, localizado no mesmo copo, envolto de diversos outros semelhantes, variando de tamanho e quão sujo encontram-se.