Konstantin 2

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Tema do RPG: Universidade

Personagens principais: Konstantin

Ano que foi escrito: 2020

Algumas horas haviam se passado porém, o amante de Senhor dos Anéis, a muito perdido nos braços de Morfeu, nem percebeu. Ao seu redor, o mundo acordou, as luzes foram acessas junto com o nascer do sol e aqueles que já haviam despertado ou nem ao menos conseguido dormir, passaram a andar pelo apertado ambiente, uma tentativa de acordar seus membros que a muito deviam estar adormecidos por causa do local apertado em que estão.

Sem pestanejar, os funcionários passaram a andar pelos corredores, entregando o café da manhã para os fortunados passageiros que já haviam conseguido acordar, o que não foi caso do estudante de Pre-med, que sempre teve problema de acordar cedo. Ele acredita que além de sua dificuldade para tal, o fato de que ele não tem conseguido dormir bem nas últimas semanas devido ao medo e receio por tudo, pode ser um grande culpado.

Aquela noite de sono foi a melhor de Konstantin nos últimos meses. Não é que ela tenha sido em si perfeita, em realidade foi longe disso, foi cheia de roncos de outros passageiros, desconforto por estar sentado, pelas posições que tinha que assumir e até mesmo turbulências no avião.

Entretanto, foi uma das melhores para ele, talvez devido a insônia que esteve sentido e pelas noites horríveis de sono que teve, o seu cérebro, por não ter mais como duvidar de sua decisão, por já estar no caminho dela, decidiu finalmente o deixar dormir em paz. A única coisa que podia melhor tudo aquilo era sua cadela, Laika em seu colo, porém, aquilo era impossível.

Como tudo de bom, esse seu prazer veio a ter seu fim, dessa vez por meio do senhor a seu lado, que o cutucada e balançava para que acordasse. _"проснись мальчик."_ Sonolento, obedece ao mais velho, se alongando levemente e esticando suas coisas, para finalmente se voltar para o homem, que segura em suas mãos, um copo de suco de laranja e um pequeno sanduiche embalado em plástico. A única coisa em sua face que conseguiu distinguir, um sorriso simpático. _"Я сказал персоналу, что ты был со мной и получил его на свой завтрак. Я не знал, что вы хотели, поэтому я надеюсь, вам понравится."_ O homem a sua frente, ao ver que o mais novo estava desperto, abaixou a mesa do garoto, colocando o copo de suco e o sanduiche, pelo que Konstantin responde com um leve agradecimento e sorriso, ainda extremamente sonolento e passando suas mãos em seus olhos, tentando a todo custo acordar. ­_"Мы собираемся приземлиться, я думаю, что мы сделаем это через 15 минут, так что ешьте быстро."_ O estudante de medicina acena com a cabeça, ainda não confiante em sua voz para se comunicar.

Obedecendo o homem, ele pega o copo de papel em suas mãos, passando sua mão livre por seus cabelos, o bagunçando levemente, tomando um gole em seguida. Ao sentir o gosto cítrico em sua boca, fecha seus olhos, para saborear o sabor. Ele sempre preferiu coisas mais azedas como esta do que coisas extremamente doces e enjoativa, ele agradece um pouco lentamente a empresa ter escolhido suco natural invés de algum industrializado que remove qualquer coisa boa da fruta.

Assim que inconscientemente engole o saboroso suco que inebriava suas paletas gustativas, abre seus olhos e volta o copo para seu destinado lugar em sua mesa. Passando a abrir o sanduiche, descobre que ele é um sanduiche de presunto com queijo e algum patê, que ele não faz ideia qual seja, em seu interior. Sentindo sua barriga roncando de fome, dá sua primeira mordida, apreciando o sabor.

Ele acredita ser engraçado a forma que todos acreditam que comida de avião, como a de hospitais, é sem gosto, mesmo não sabendo a história e ciência detrás disso. A última precisa o fazer por não fazer comida especialmente para cada um de seus pacientes e sim, para centenas ao mesmo tempo, dessa forma, é melhor que tenha menos sabor, do que exagerar e alguém não gostar devido a isso.

A de aeronaves já é algo mais ligado a altitude em que se encontram, ela altera a percepção de gosto das pessoas, devido a seu ar mais rarefeito, mesmo estando em um avião e o olfato auxilia muito para sentir gostos. Então, ao sentir menos aromas, as comidas parecem com menos gostos do que ao serem comidas no solo.

Dessa forma, Konstantin, nunca acredita que o sabor está ruim e sim que ele está em um local que o força a não apreciar o alimento como faria em uma ocasião normal. Ele mastiga rapidamente, querendo terminar tudo a tempo para colocar as coisas usadas no saco de lixo que pode ver uma funcionária ao longe passando. Pensa em puxar assunto com o seu colega de fileira e que havia sido legal e doce o suficiente para o acordar, porém nega essa ideia no momento, se o fizesse, não teria como terminar de comer a tempo. O russo já come devagar, parar para conversar só o tomaria tempo e atrasaria. O jovem sente o celular em seu bolso vibrar, mas o ignora. O objeto está em modo silencioso, devia ser apenas um aviso de bateria e nada mais.

Vendo a comissária a apenas algumas fileiras a sua frente, termina de tomar seu suco correndo, a única coisa que falta. Quando termina, se volta ao senhor, o perguntando se tinha algum lixo, para que jogasse junto com o dele. O homem acena com a cabeça e entrega a Konstantin o seu copo, com a embalagem de plástico em seu interior.

Quando a funcionária finalmente se aproxima da fileira dele, o russo coloca o lixo de ambos dentro do saco, dando um sorriso para aquela segurando e agradece por seu trabalho, sem, claro, olhá-la no rosto. Para finalmente estar pronto para conversar com o senhor, Konstantin pega seu celular em seu bolso, se deparando com um aviso de bateria, tem apenas 15%, algo que o impressionou, para o tempo de viagem, havia sobrevivido bem o bastante.

Ele pega seu Power Bank de sua mochila conectando os dois e os voltando para seus lugares em sua mala. Passa seus olhos e mãos a seu redor, se preparando para o pouso e tendo certeza de que não havia esquecido de guardar nada. Ao perceber que não, se volta ao senhor, passando a conversar com ele até que o automóvel finalmente voltasse para o solo, com um leve baque.

O pouso foi relativamente bom, por meio dele, foi capaz de dizer que o piloto e copiloto eram bons o bastante em seus trabalhos para manter controle sobre o avião, mesmo em sua parte mais complexa. Teve um leve salto quando a aeronave se encontrou no chão, algo que ele suspeitou ter sido devido a uma corrente de ar contraria a direção do avião que foi forte o bastante para tentar retorná-los para o céu, porém, o fato de terem tido controle o bastante para voltar o grande objeto ao chão com um baque mais forte, evitou que tal ato acontecesse.

O jovem pega sua mochila, se despede lentamente do homem que sentou perto de si, esperando que seja liberada a sua saída do avião e quando finalmente o é, segue a multidão de passageiros, que se juntando a outro vôo internacional se dirigia a alfandega e futuramente o lugar onde pegariam suas bagagens.

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